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Puigdemont quer solução política e não judicial para a crise catalã

O presidente deposto do governo da Catalunha sublinha ter ido para Bruxelas para reforçar o escrutínio sobre a crise naquela região de forma a pressionar Madrid a aceitar uma solução política e não judicial para o problema.

Reuters
06 de Novembro de 2017 às 15:44
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Num artigo exclusivo publicado esta segunda-feira, 6 de Novembro, no britânico Guardian, Carles Puigdemont escreve que assumiu como sua a "missão" de "exigir justiça para todos" os independentistas a braços com a Justiça espanhola.

O presidente deposto do governo autonómico da Catalunha pede "justiça verdadeira" e sustenta que tendo em conta os "abusos inaceitáveis" cometidos por Madrid é necessário "escrutínio externo" de forma a assegurar que a "atenção" criada permita exigir uma solução política em vez de judicial para a crise catalã.

O ex-dirigente catalão defende que o governo chefiado por Mariano Rajoy deve "honrar" a estratégia seguida nos anos do terrorismo e que assentava em "dialogar sobre tudo" depois de interrompida a violência. A este respeito, Puigdemont nota que os apoiantes da independência da Catalunha nunca recorreram à violência.

Carles Puigdemont mantém também a narrativa do desrespeito pela democracia, considerando que mais do que o "futuro" dos políticos acusados dos crimes de rebelião, sedição e fraude, o que está em causa é "a própria democracia".

Isto porque o ex-autarca de Girona considera que o governo central espanhol agiu "de forma arbitrária [e] não democrática" ao dissolver o parlamento catalão a meio da legislatura e ao demitir um governo legítimo para assumir o controlo da Generalitat.

E acusa Rajoy de politizar a Justiça na medida em que passa para a esfera jurídica questões directamente relacionadas com a "promoção de ideias políticas". E recorda que a perseguição judicial acontece apesar de o governo catalão ter respeitado o mandato independentista pelo qual foi eleito em 2015.

Esta segunda-feira, a agência AFP avança que Puigdemont será ouvido pela Justiça da Bélgica na sexta-feira, 17 de Novembro, no âmbito da audiência sobre a execução da ordem de detenção europeia emitida pela Justiça espanhola. Além de Puigdemont, nesse dia serão também ouvidos os quatro ex-conselheiros (ex-ministros) da Generalitat que na passada segunda-feira foram para a Bélgica para não serem detidos em território espanhol.

Nessa audiência será analisada a transferência e entrega à Justiça espanhola destes cinco ex-dirigentes catalães. Oito dos nove membros da Generalitat que ficaram na Catalunha, entre os quais o ex-presidente do governo autonómico e líder da ERC, Oriol Junqueras, estão detidos preventivamente, e sem direito a fiança, por decisão do tribunal madrileno Audiência Nacional. 

Esta manhã, através do Twitter, Puigdemont lembrou que depois de responder, no domingo, às autoridades judiciárias belgas, ficou em liberdade e sem fiança . Entretanto, no fim-de-semana um encontro do partido conservador independentista PDeCat, foi decidido que Puigdemont será o cabeça-de-lista nas eleições autonómicas marcadas por Madrid para o próximo dia 21 de Dezembro (21-D), independentemente de, nessa altura, o ex-presidente da Generalitat se encontrar em liberdade ou detido. 

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