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Presidente do Eurogrupo: Proposta grega "está longe" de ser suficiente

Os ministros das Finanças da Zona Euro não aprovarão qualquer pagamento à Grécia com base na proposta de reformas de sexta-feira que Dijsselbloem considera um trabalho sério, mas claramente insuficiente.

Reuters
09 de Março de 2015 às 09:13
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As propostas enviadas sexta-feira para Bruxelas por Yannis Varoufakis são um bom ponto de partida mas estão longe de garantir uma aprovação pelo Eurogrupo na reunião de hoje, e muito menos de permitir a libertação da última tranche de financiamento da troika. Sem ela os cofres gregos começam a não ter dinheiro. Quem o diz é o próprio presidente do Eurogrupo, isto apenas horas antes do encontro de ministros das Finanças da Zona Euro que avaliará a situação na Grécia e pouco tempo depois de o governo grego admitir eleições antecipadas caso um acordo se revele impossível.

 

À carta que recebeu na sexta-feira com as sete reformas propostas por Atenas que, entre outras medidas, incluem um plano de combate às dívidas fiscais em atraso, a venda de licença de jogos online e algumas medidas de apoio social, Dijsselbloem respondeu no domingo também por carta: "Este documento será útil no processo de especificação da primeira lista de medidas de reformas", escreveu o também ministro das Finanças holandês, acrescentando que precisarão de ser discutidas com a troika, que para terminar a avaliação do programa grego irá ter de olhar para todas as áreas de governação, avisou.

 

No semáforo de Bruxelas, o sinal amarelo de Dijsselbloem ficou próximo de um vermelho mais tarde no domingo, quando falou numa sessão pública no seu país: A proposta grega é "séria", mas "está longe de estar completa", afirmou num evento público, citado pelas agências internacionais, tendo acrescentado que dificilmente a Grécia poderá receber dinheiro em Março.

Só posso dizer que temos dinheiro para pagar pensões e salários aos funcionários públicos. Para o resto veremos.
 
Yannis Varoufakis
Ministro das Finanças da Grécia

"Parece que a caixa de dinheiro deles está a ficar vazia", atirou ainda. As dificuldades financeiras gregas também foram sublinhadas por Benoit Coure, membro do Conselho Executivo do BCE, que numa entrevista ao jornal cipriota Politis publicada no domingo, afirmou que "o tempo está a ficar curto para a Grécia".

 

Por seu lado, Yannis Varoufakis, não escondeu a pressão financeira sobre o país, mas deixou claro a quem não pagará primeiro caso falte o dinheiro: "Só posso dizer que temos dinheiro para pagar pensões e salários aos funcionários públicos. Para o resto veremos", afirmou ao jornal italiano Il Corriere della Sera, numa entrevista publicada no domingo, onde admitiu um cenário de eleições antecipadas caso um acordo com os credores se revele impossível.

 

Para o presidente do encontro de ministros das Finanças da Zona Euro, o governo grego sabe que as sete reformas que apresentou não chegam para completar o que ficou acordado há duas semanas. "São apenas as primeiras seis. É claro que estas não poderão ser aceites como os 30% que eles querem substituir. E aliás o governo grego sabe disso e não está a assumir que assim seja", afirmou no mesmo evento.

 

Na carta enviada sexta-feira, Yannis Varoufakis admite que este é um "primeiro conjunto de reformas", mas sinaliza que considera que estas são as propostas centrais para a definição e especificação do conjunto total de medidas que, uma vez aprovadas pelo Eurogrupo e pelo parlamento grego, deverão permitir a conclusão com sucesso do última avaliação da troika que deverá ocorrer até final de Abril.

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