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Passos defende que Barroso "será muito útil no futuro próximo" da União Europeia
O líder do Executivo português elogiou, no congresso do Partido Popular Europeu, a prestação de Durão Barroso enquanto presidente da Comissão Europeia.
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O primeiro-ministro elogiou, esta sexta-feira, o desempenho de Durão Barroso à frente da Comissão Europeia, considerando que "reforçou as instituições europeias". Para Passos Coelho, a sabedoria de Barroso será, até, "muito útil no futuro próximo" para a União Europeia.
Num discurso perante o congresso do Partido Popular Europeu (PPE), que decorre em Dublin, na Irlanda, o chefe do Governo português aproveitou as palavras finais do seu discurso para, "como português e europeu", agradecer a Barroso.
Durão Barroso anunciou, oficialmente, que irá abandonar a presidência da Comissão Europeia em Outubro próximo. Passos elogiou o seu papel "nos últimos dez anos" e reiterou que "trabalho(u) num momento de grandes desafios".
"Estou certo que o seu carácter foi essencial para reforçar as instituições europeias e para esta nova era que enfrentamos", afirmou ainda Pedro Passos Coelho.
Depois, o primeiro-ministro e presidente do PSD concluiu, afirmando: "Tenho a certeza que o seu conhecimento será muito útil no futuro próximo para as instituições europeias".
Durão Barroso nasceu em Lisboa a 23 de Março de 1956 e é tido, na forma como vê a política, como "frio, calculista, formal e racional".
O momento decisivo para enveredar pela política ocorreu a 25 de Abril de 1974 - dia que considera o "mais importante" da sua vida -, quando assistiu à Revolução dos Cravos em pleno Largo do Carmo, local simbólico da queda do antigo regime em Portugal.
Já estudante do curso de Direito, juntou-se ao Movimento Revolucionário do Proletariado Português (MRPP, extrema-esquerda), onde surpreendeu pelos discursos inflamados e radicais. Além também, também participou na invasão das instalações da Radiotelevisão Portuguesa (RTP) para explicar o que o opunha ao Partido Comunista Português (PCP).
O corte com o passado ocorreu em 1977, quando o pai morreu. Mudou-se para Genebra e Washington, onde prosseguiu estudos.
Em 1999, Barroso assumiu a liderança do PSD. Nas eleições autárquicas de 2001, a derrota do Partido Socialista levou o primeiro-ministro António Guterres à demissão. O Presidente da República, Jorge Sampaio, convoca eleições antecipadas. A 17 de Março de 2002, o PSD ganha as legislativas, tornando-se realidade a frase que, um ano antes, Durão Barroso proferira numa entrevista: "Sei que vou ganhar, só não sei quando".
A vitória do PSD nas legislativas, embora sem maioria absoluta, levou Durão Barroso a negociar uma coligação governamental com o Centro Democrático Social/Partido Popular (CDS/PP) de Paulo Portas, que permitiu formar o executivo.
Após pouco mais de dois anos como primeiro-ministro, Durão Barroso - que fala fluentemente francês e inglês - é nomeado presidente da Comissão Europeia, tendo iniciado o seu primeiro mandato em Novembro de 2004.
À frente da Comissão Europeia, enfrentou o "chumbo" do Tratado Constitucional (2005), que levaria à sua "substituição" pelo Tratado de Lisboa (2007), participou nas negociações de dois orçamentos plurianuais da União Europeia (2007-2013 e 2014-2020). O segundo mandato foi marcado, sobretudo, pela crise económica e financeira, que condicionou e praticamente dominou a agenda europeia nos últimos anos.