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Passos defende que Barroso "será muito útil no futuro próximo" da União Europeia

O líder do Executivo português elogiou, no congresso do Partido Popular Europeu, a prestação de Durão Barroso enquanto presidente da Comissão Europeia.

Miguel Baltazar/Negócios
07 de Março de 2014 às 13:22
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O primeiro-ministro elogiou, esta sexta-feira, o desempenho de Durão Barroso à frente da Comissão Europeia, considerando que "reforçou as instituições europeias". Para Passos Coelho, a sabedoria de Barroso será, até, "muito útil no futuro próximo" para a União Europeia.

 

Num discurso perante o congresso do Partido Popular Europeu (PPE), que decorre em Dublin, na Irlanda, o chefe do Governo português aproveitou as palavras finais do seu discurso para, "como português e europeu", agradecer a Barroso.

 

Durão Barroso anunciou, oficialmente, que irá abandonar a presidência da Comissão Europeia em Outubro próximo. Passos elogiou o seu papel "nos últimos dez anos" e reiterou que "trabalho(u) num momento de grandes desafios".

 

"Estou certo que o seu carácter foi essencial para reforçar as instituições europeias e para esta nova era que enfrentamos", afirmou ainda Pedro Passos Coelho.

 

Depois, o primeiro-ministro e presidente do PSD concluiu, afirmando: "Tenho a certeza que o seu conhecimento será muito útil no futuro próximo para as instituições europeias". 

 
Durão Barroso, 10 anos na Comissão, uma história ligada à política
José Manuel Durão Barroso, 57 anos, foi nomeado em 2004 para a presidência do executivo comunitário, tornando-se o 11.º presidente da Comissão Europeia. Foi o primeiro português a ocupar o cargo, para o qual foi reconduzido em 2009, para um novo mandato que termina a 31 de Outubro próximo. Deixará a liderança do executivo comunitário após 10 anos, longevidade apenas igualada pelo francês Jacques Delors.

Durão Barroso nasceu em Lisboa a 23 de Março de 1956 e é tido, na forma como vê a política, como "frio, calculista, formal e racional".

O momento decisivo para enveredar pela política ocorreu a 25 de Abril de 1974 - dia que considera o "mais importante" da sua vida -, quando assistiu à Revolução dos Cravos em pleno Largo do Carmo, local simbólico da queda do antigo regime em Portugal.

Já estudante do curso de Direito, juntou-se ao Movimento Revolucionário do Proletariado Português (MRPP, extrema-esquerda), onde surpreendeu pelos discursos inflamados e radicais. Além também, também participou na invasão das instalações da Radiotelevisão Portuguesa (RTP) para explicar o que o opunha ao Partido Comunista Português (PCP).

O corte com o passado ocorreu em 1977, quando o pai morreu. Mudou-se para Genebra e Washington, onde prosseguiu estudos.
 
Em Dezembro de 1980, tornou-se militante do Partido Popular Democrático-Partido Social-Democrata (PPD-PSD), regressando a Portugal durante os governos de Aníbal Cavaco Silva - actualmente Presidente da República -, primeiro como secretário de Estado Adjunto do ministro da Administração Interna, depois como secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação e, por fim, como ministro dos Negócios Estrangeiros.

Em 1999, Barroso assumiu a liderança do PSD. Nas eleições autárquicas de 2001, a derrota do Partido Socialista levou o primeiro-ministro António Guterres à demissão. O Presidente da República, Jorge Sampaio, convoca eleições antecipadas. A 17 de Março de 2002, o PSD ganha as legislativas, tornando-se realidade a frase que, um ano antes, Durão Barroso proferira numa entrevista: "Sei que vou ganhar, só não sei quando".

A vitória do PSD nas legislativas, embora sem maioria absoluta, levou Durão Barroso a negociar uma coligação governamental com o Centro Democrático Social/Partido Popular (CDS/PP) de Paulo Portas, que permitiu formar o executivo.

Após pouco mais de dois anos como primeiro-ministro, Durão Barroso - que fala fluentemente francês e inglês - é nomeado presidente da Comissão Europeia, tendo iniciado o seu primeiro mandato em Novembro de 2004.

À frente da Comissão Europeia, enfrentou o "chumbo" do Tratado Constitucional (2005), que levaria à sua "substituição" pelo Tratado de Lisboa (2007), participou nas negociações de dois orçamentos plurianuais da União Europeia (2007-2013 e 2014-2020). O segundo mandato foi marcado, sobretudo, pela crise económica e financeira, que condicionou e praticamente dominou a agenda europeia nos últimos anos.

 

 

 

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