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Marcelo alerta para necessidade de "bom relacionamento" entre Europa e Turquia

Marcelo Rebelo de Sousa alertou para a necessidade de evitar divisões na Europa e que possam comprometer o relacionamento com a Turquia, numa referência à actual crise político-diplomática entre Ancara e diversos países europeus.

O Presidente da República recordou o antigo chefe de Estado Mário Soares, acima de tudo, como um 'lutador da liberdade', e defendeu que Portugal tem o dever de combater pela 'imortalidade do seu legado'. Numa declaração de cerca de quatro minutos, lida na Sala das Bicas do Palácio de Belém, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que 'Mário Soares nasceu e formou-se para ser um lutador e para ter uma causa para a sua luta: a liberdade', e considerou que esse foi 'o penúltimo combate' que travou. 
'Resta a Mário Soares, como inspirador, travar o derradeiro combate, aquele em que estamos e estaremos todos com ele: o combate pela duradoura liberdade com justiça na nossa pátria comum, que o mesmo é dizer, o combate da imortalidade do seu legado, um combate que iremos vencer, porque dele nunca desistiremos, tal como Mário Soares nunca desistiu de um Portugal livre, de uma Europa livre, de um mundo livre. E, no que era decisivo, ele foi sempre vencedor', acrescentou.
'Travado o seu penúltimo combate, partiu do nosso convívio de todos os dias o Presidente Mário Soares', declarou Marcelo Rebelo de Sousa, no início da sua intervenção.
De gravata preta, o Presidente da República relembrou momentos marcantes da vida política de Mário Soares, dizendo que, 'como toda a personalidade de eleição, conheceu a glória e o revés, os amores e os desamores de cada instante', e lembrando também que teve ao seu lado 'Maria de Jesus Barroso, sua mulher e sua companheira de luta', que morreu em 2015.
'Há imagens únicas que ninguém esquecerá: a presença corajosa ao lado de Humberto Delgado, a resistência a partir do exílio, a chegada a Santa Apolónia, o discurso na Fonte Luminosa, o debate com Álvaro Cunhal, a disponibilidade para servir como primeiro-ministro em duas crises financeiras graves, a tenacidade no termo da primeira volta das presidenciais de 86, o calor irrepetível no encontro com os portugueses nas presidências abertas, a alegria no diálogo com as gentes da cultura, o sonho de um Timor-Leste independente, a presença na manifestação contra intervenção no Iraque', referiu.
Marcelo Rebelo de Sousa recordou, acima de tudo, o antigo chefe de Estado, como um lutador pela liberdade, em Portugal, na Europa e no mundo: 'Foi em homenagem à liberdade que se viu perseguido, preso e deportado, e viveu no exílio até 1974. Que por ela se bateu durante os conturbados anos da revolução. Que liderou um partido, fez ouvir a sua voz nos parlamentos, português e europeu, chefiou vários governos, presidiu aos destinos da pátria'.
'Mas foi sobretudo como lutador da liberdade que se revelou determinante a criar a nossa democracia, a votar a nossa Constituição, a ver a lusofonia como comunidade de Estados soberanos e irmãos, a pedir a adesão às Comunidades Europeias e a subscrevê-las, sonhando com uma Europa das pessoas e da solidariedade. A abrir a nossa diplomacia ao mundo, a condenar as violações dos direitos humanos e as intolerâncias internacionais. A defender a igualdade que permitisse a verdadeira liberdade, num quadro de um socialismo democrático', completou.
Bruno Simão
13 de Março de 2017 às 00:26
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"É importante para a Europa que não haja divisões, que não haja o questionar do relacionamento entre a União Europeia (UE) e um país que tem um acordo com a União Europeia por causa dos refugiados e migrantes", referiu o Presidente da República em declarações à imprensa.

"Conviria, por razões que têm a ver com a UE e também com a NATO, que não houvesse um afrontamento entre países que, tradicionalmente, têm boas relações", acrescentou.

"Por outro lado também conviria que não houvesse uma subida daquilo que se chama na Europa os populismos", concluiu.

A proibição de comícios com a presença de ministros turcos no âmbito da campanha para o referendo de 16 de Abril na Turquia sobre o reforço dos poderes presidenciais, em particular por parte das autoridades na Alemanha e Holanda, está na origem de uma grave crise diplomática.

O governo turco insiste nestes comícios para convencer a diáspora na Europa a votar a favor do referendo destinado a reforçar os poderes de Recep Tayyip Erdogan. A Alemanha inclui a mais importante comunidade turca do mundo fora da Turquia, com cerca de três milhões de pessoas.
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