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Bruxelas corrige PIB para 2,2% este ano, mas Portugal ainda supera a Zona Euro

A Comissão vê Portugal a crescer ligeiramente menos do que o esperado pelo Governo. Mas a economia nacional deverá avançar uma décima mais depressa do que a Zona Euro.

EPA
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A Comissão Europeia prevê um crescimento de 2,2% para a economia portuguesa em 2018, um valor que fica uma décima abaixo da expectativa do Governo e das últimas previsões de Bruxelas. A ligeira correcção foi publicada esta quinta-feira, dia 12 de Julho, nas Previsões intercalares de Verão da Comissão Europeia.

Contudo, a confirmar-se a expectativa de Bruxelas, Portugal vai avançar mais depressa do que a média das economias da Zona Euro, continuando o movimento de convergência conseguido em 2017. É que a previsão para o conjunto da moeda única sofreu uma correcção ainda maior: em vez de um crescimento de 2,3%, é agora esperado um avanço de 2,1%.

Para 2019 a projecção de Portugal mantém-se nos 2%, indicando que o PIB português vai perder ritmo, aproximando-se progressivamente do seu potencial de crescimento, mas manterá ainda um comportamento robusto. A expectativa para a média da Zona Euro também ficou inalterada em 2%.

Segundo trimestre mais forte

Apesar do arranque frouxo no início deste ano, a Comissão Europeia espera que a economia nacional tenha recuperado algum ritmo no segundo trimestre. É que os motivos que explicam o abrandamento acima do esperado nos primeiros três meses do ano foram sobretudo efeitos temporários (como por exemplo o mau tempo que afectou a construção e o movimento portuário), que entretanto deverão ter sido corrigidos, explica o documento de Bruxelas.

"Depois de um arranque suave no início do ano, o sentimento económico melhorou em Maio e em Junho, apontando para uma performance mais favorável no segundo trimestre", lê-se no relatório. "Isto é também confirmado pelos últimos dados quantitativos disponíveis", adianta ainda o relatório.

Consumo abranda, investimento e exportações fortes

Ainda assim, na segunda metade do ano o consumo privado deverá desacelerar, uma vez que a criação de emprego continuará a acontecer, mas a um ritmo mais lento. Além disso, a subida do preço dos combustíveis deverá pesar no rendimento disponível das famílias. 

Já o investimento continuará forte, com uma projecção favorável. A Comissão nota que a saúde financeira das empresas está melhor e que as condições de financiamento continuam acomodatícias. Dessa forma o investimento em equipamento deverá manter-se com um bom comportamento. Soma-se ainda a recuperação do investimento em construção, que foi afectado no primeiro trimestre pelas fortes chuvadas de Março, mas que deverá agora voltar a um comportamento melhor.

No que toca ao comércio internacional, tanto as exportações como as importações vão continuar a crescer a "ritmos elevados", mas contribuição da procura externa líquida deverá ser negativa, devido à degradação do ambiente externo. 

Salários contidos, casas muito mais caras

O relatório de Verão explica ainda que os preços sofreram um "abrandamento significativo no início do ano", mas que começaram a recuperar em Maio, nomeadamente por causa dos preços do petróleo. Seja como for, os salários têm estado contidos. A Comissão antevê que gradualmente comecem a crescer, ao longo do horizonte de projecção, provocando um aumento nos preços dos serviços. A inflação deverá ser baixa este ano (1,4%), subindo ligeiramente em 2019, para 1,6%.

Mas há uma excepção: os preços das casas. No primeiro trimestre avançaram 12,2% quando comparados com os mesmos três meses de 2017. Bruxelas justifica o movimento com o turismo e a entrada de capitais estrangeiros no país. É de esperar que a recuperação da actividade da construção contenha esta subida de preços, mas a inflação na habitação vai manter-se substancialmente acima da inflação global até 2019. 

(Notícia actualizada às 10h46 com mais informação)
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