Notícia
Défice externo agrava-se em Maio mesmo com turismo a crescer
É normal entre Abril e Junho Portugal ter as contas no vermelho. Mas o défice subiu, com as exportações de bens a não acompanhar o ritmo das importações e os dividendos pagos ao exterior a crescer acima dos recebidos.
O défice externo da economia portuguesa está a afundar. Até Maio, o saldo conjunto das balanças corrente e de capital degradou-se em 359 milhões de euros, quando comparado com os mesmos cinco meses de 2017. Nem mesmo o bom comportamento do turismo foi suficiente para evitar o pior resultado face ao ano passado.
Os dados publicados esta quinta-feira, 18 de Julho, pelo Banco de Portugal mostram um défice externo de 1.311 milhões de euros, acima dos 952 milhões verificados até Maio de 2017.
O comportamento das contas externas nos últimos dois anos mostra que é normal nos meses de Abril a Junho o país entrar no vermelho, recuperando depois a partir de Julho e terminando o ano com um excedente. Em parte, a explicação está no período de pagamento de dividendos das empresas, que enviam por isso activos para o exterior.
Os dados publicados esta quinta-feira, 18 de Julho, pelo Banco de Portugal mostram um défice externo de 1.311 milhões de euros, acima dos 952 milhões verificados até Maio de 2017.
Mas também se verifica que, este ano, o momento negativo do ciclo das contas externas está a ser mais acentuado do que o verificado nos anos anteriores. Ou seja, seria preciso um segundo semestre particularmente bom para evitar que o país chegue ao final do ano com um excedente externo mais pequeno.
Turismo ajuda, mas não chega
As balanças de bens e de serviços tiveram "evoluções distintas", nota o banco central. "Enquanto o défice da balança de bens aumentou 557 milhões de euros, o excedente da balança de serviços cresceu 645 milhões de euros," adianta ainda. A explicar o bom comportamento da balança de serviços está a rubrica de viagens e turismo, cujo excedente saltou de 3.070 milhões de euros, para 3.621 milhões.
O comportamento negativo da balança de bens não significa que as exportações não estejam a crescer (subiram 6,3%), mas acontece que as importações estão a aumentar mais ainda (7,3%). Nos serviços acontece precisamente o oposto: as exportações crescem ao ritmo de 7,7%, enquanto as importações avançam apenas 3,1%.
Dividendos pagos sobem mais que os recebidos
Na balança de rendimento primário, o comportamento foi negativo, com o défice a subir 434 milhões de euros, para 3.048 milhões. Esta degradação explica-se pelo "efeito conjunto da redução dos dividendos recebidos e do aumento dos dividendos pagos ao exterior."
Os cálculos do Negócios apontam para que os investidores estrangeiros da bolsa nacional receberam, pelo menos, 1,2 mil milhões de euros em dividendos que as cotadas pagaram em Maio, um valor representa metade dos dividendos pagos e mais de um terço dos lucros obtidos.
Também na balança financeira os activos líquidos de Portugal face ao exterior diminuíram, apesar de a banca ter conseguido reforçar a sua posição. É que os passivos cresceram, com o aumento do investimento em dívida pública por parte de não residentes, explica o banco central. Já a banca conseguiu reforçar os seus activos líquidos face ao exterior.
Turismo ajuda, mas não chega
As balanças de bens e de serviços tiveram "evoluções distintas", nota o banco central. "Enquanto o défice da balança de bens aumentou 557 milhões de euros, o excedente da balança de serviços cresceu 645 milhões de euros," adianta ainda. A explicar o bom comportamento da balança de serviços está a rubrica de viagens e turismo, cujo excedente saltou de 3.070 milhões de euros, para 3.621 milhões.
O comportamento negativo da balança de bens não significa que as exportações não estejam a crescer (subiram 6,3%), mas acontece que as importações estão a aumentar mais ainda (7,3%). Nos serviços acontece precisamente o oposto: as exportações crescem ao ritmo de 7,7%, enquanto as importações avançam apenas 3,1%.
Dividendos pagos sobem mais que os recebidos
Na balança de rendimento primário, o comportamento foi negativo, com o défice a subir 434 milhões de euros, para 3.048 milhões. Esta degradação explica-se pelo "efeito conjunto da redução dos dividendos recebidos e do aumento dos dividendos pagos ao exterior."
Os cálculos do Negócios apontam para que os investidores estrangeiros da bolsa nacional receberam, pelo menos, 1,2 mil milhões de euros em dividendos que as cotadas pagaram em Maio, um valor representa metade dos dividendos pagos e mais de um terço dos lucros obtidos.
Também na balança financeira os activos líquidos de Portugal face ao exterior diminuíram, apesar de a banca ter conseguido reforçar a sua posição. É que os passivos cresceram, com o aumento do investimento em dívida pública por parte de não residentes, explica o banco central. Já a banca conseguiu reforçar os seus activos líquidos face ao exterior.