Notícia
Défice comercial duplica no primeiro trimestre de 2018
O défice comercial de bens e serviços duplicou no primeiro trimestre de 2018, face ao mesmo período do ano passado. O crescimento do turismo não compensou a aceleração das importações de bens no arranque do ano.
Apesar de a actividade turística do primeiro trimestre ter beneficiado do 'efeito Páscoa', o aumento do excedente comercial do turismo, incluído nos serviços, não foi suficiente para compensar o aumento do défice comercial de bens. Essa dinâmica fez com que o défice comercial de bens e serviços duplicasse, segundo os dados do Banco de Portugal divulgados esta segunda-feira.
Nos primeiros três meses do ano, as exportações de bens e serviços aumentaram 4,5%, abaixo da subida de 5,9% das importações. Em ambos os casos, o desempenho menos positivo veio do comércio de bens, cujo défice se agravou em 627 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, em comparação homóloga.
Já o excedente comercial de serviços, muito influenciado pelo desempenho do turismo, aumentou em 341 milhões de euros. Uma subida que não foi suficiente para compensar o aumento do défice de bens. Feitas as contas, o défice comercial conjugado de bens e serviços passou de 225 milhões de euros no primeiro trimestre de 2017 para 512 milhões de euros no mesmo período deste ano. Ou seja, mais do que duplicou.
Este foi um dos factores que levou ao agravamento ligeiro do défice externo total da economia portuguesa medido pela balança de pagamentos - estatística que regista as transacções que ocorrem num determinado período de tempo entre residentes e não residentes numa determinada economia.
"No primeiro trimestre do ano, o saldo conjunto das balanças corrente e de capital [balança de pagamentos] fixou-se em -78 milhões de euros, o que compara com -67 milhões de euros em igual período de 2017", destaca o Banco de Portugal.
O efeito negativo do défice comercial de bens e serviços nas contas externas portuguesas foi compensado principalmente pela diminuição do défice da balança de rendimento primário, "sobretudo devido à antecipação de rendimentos de investimento recebidos do exterior". Além disso, o saldo da balança financeira passou de um défice superior a 400 milhões de euros para um excedente de 30 milhões de euros.
Variações cambiais penalizam a posição de investimento internacional
As responsabilidades de Portugal face ao exterior agravaram-se no arranque deste ano. Segundo os dados divulgados pelo Banco de Portugal esta segunda-feira, a posição de investimento internacional (PII) do país agravou de -204,1 mil milhões de euros no final de 2017 para -207,6 mil milhões de euros no primeiro trimestre de 2018.
A posição de investimento internacional reflecte a posição das disponibilidades e responsabilidades financeiras externas da economia no final de um determinado período de tempo.
Essa variação negativa de um ponto percentual tem dois responsáveis: as variações cambiais e as variações de preços. "No caso das variações cambiais, verificou-se a apreciação do euro face ao kwanza e face ao dólar, com impacto na redução no valor dos activos externos detidos por residentes", explica o Banco de Portugal.
Por outro lado, "no caso das variações de preços, o impacto negativo sobre a PII reflectiu, do lado dos passivos, a valorização de títulos de dívida pública portuguesa detidos por não residentes e do lado dos activos, a desvalorização de acções de empresas não residentes detidas por residentes em Portugal".
Nos primeiros três meses do ano, as exportações de bens e serviços aumentaram 4,5%, abaixo da subida de 5,9% das importações. Em ambos os casos, o desempenho menos positivo veio do comércio de bens, cujo défice se agravou em 627 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, em comparação homóloga.
Ressalve-se que, desde 2012, a balança de bens e serviços tem sido positiva no total anual. Os números mostram que no início de cada ano a balança tende a ser deficitária, passando depois a um excedente nos restantes trimestres.Exportações cresceram 4,5% e importações aumentaram 5,9% em março #estatísticas https://t.co/37FoIhG3Y5 pic.twitter.com/TWfZFclCCz
— Banco de Portugal (@bancodeportugal) 21 de maio de 2018
Este foi um dos factores que levou ao agravamento ligeiro do défice externo total da economia portuguesa medido pela balança de pagamentos - estatística que regista as transacções que ocorrem num determinado período de tempo entre residentes e não residentes numa determinada economia.
"No primeiro trimestre do ano, o saldo conjunto das balanças corrente e de capital [balança de pagamentos] fixou-se em -78 milhões de euros, o que compara com -67 milhões de euros em igual período de 2017", destaca o Banco de Portugal.
O efeito negativo do défice comercial de bens e serviços nas contas externas portuguesas foi compensado principalmente pela diminuição do défice da balança de rendimento primário, "sobretudo devido à antecipação de rendimentos de investimento recebidos do exterior". Além disso, o saldo da balança financeira passou de um défice superior a 400 milhões de euros para um excedente de 30 milhões de euros.
Variações cambiais penalizam a posição de investimento internacional
As responsabilidades de Portugal face ao exterior agravaram-se no arranque deste ano. Segundo os dados divulgados pelo Banco de Portugal esta segunda-feira, a posição de investimento internacional (PII) do país agravou de -204,1 mil milhões de euros no final de 2017 para -207,6 mil milhões de euros no primeiro trimestre de 2018.
A posição de investimento internacional reflecte a posição das disponibilidades e responsabilidades financeiras externas da economia no final de um determinado período de tempo.
Essa variação negativa de um ponto percentual tem dois responsáveis: as variações cambiais e as variações de preços. "No caso das variações cambiais, verificou-se a apreciação do euro face ao kwanza e face ao dólar, com impacto na redução no valor dos activos externos detidos por residentes", explica o Banco de Portugal.
Por outro lado, "no caso das variações de preços, o impacto negativo sobre a PII reflectiu, do lado dos passivos, a valorização de títulos de dívida pública portuguesa detidos por não residentes e do lado dos activos, a desvalorização de acções de empresas não residentes detidas por residentes em Portugal".
A dívida externa líquida de Portugal situava-se em 183,1 mil milhões de euros (94,1% do PIB) no final de Março. "O aumento de 4,6 mil milhões de euros relativamente ao final de 2017 foi justificado, em grande parte, pela já referida valorização da dívida pública portuguesa", remata o BdP.Dívida externa líquida: €183,1 mil milhões no final de março de 2018, 94,1% do PIB #estatísticas https://t.co/P6lPJPQPK3 pic.twitter.com/GIPl2Ty3Su
— Banco de Portugal (@bancodeportugal) 21 de maio de 2018