Notícia
Draghi só deu uma pista sobre a próxima fase do programa de compras do BCE
Mario Draghi garantiu que a fase de reinvestimento do programa de compra de activos do BCE não foi discutida. Mas frisou que a chave de capital vai manter-se "a âncora" do banco central. Esta foi a única pista.
A economia estabilizou em níveis elevados, a inflação vai no bom caminho – mas é cedo para cantar vitória – e o acordo de Trump com a União Europeia "é um bom sinal". Mas sobre a retirada das medidas de política monetária não convencionais, ou sobre a duração do período de taxas de juro directoras negativas, apenas uma única pista. Na conferência de imprensa desta quinta-feira 26 de Julho Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu (BCE), acrescentou uma mensagem de confiança e de continuidade para a zona euro, mas pouco mais.
"Não discutimos hoje a política de reinvestimentos", avisou Mário Draghi, logo quando a primeira pergunta sobre o que virá a partir de Janeiro de 2019, quando as compras líquidas de activos ao abrigo do programa do BCE terminarem. Depois, acabaria por deixar uma única garantia: "A chave de capital mantém-se a nossa âncora, para esclarecer quaisquer dúvidas."
Mas a afirmação esclarece pouco. Uma das questões que se coloca é a de saber se as recompras de activos se vão restringir ao stock já adquirido pelo banco central, mesmo que este esteja abaixo da chave de capital do país em causa, ou se vão poder ser mais elevadas. Este caso coloca-se, por exemplo, para Portugal, cujas compras estiveram limitadas pelo facto de o país não ter tido mais dívida pública disponível para o banco central comprar durante a fase de compras líquidas. Ora, fará uma diferença significativa na capacidade de apoio às condições de financiamento do país saber se fica limitado ao stock já colocado no BCE, ou se pode ir mais além.
Contudo, esta quinta-feira Draghi claramente não quis acrescentar nem mais uma linha ao assunto, face ao que foi já adiantado na reunião do mês passado. Perante a insistência dos jornalistas, o presidente do BCE reforçou que não foi discutido tampouco quando será discutida a fase de reinvestimento.
Sobre o nível das taxas de juro, a postura foi a mesma. Draghi reafirmou apenas que os juros deverão manter-se nos níveis actuais, "pelo menos, até durante o Verão de 2019". E nem clarificou se "até durante o Verão" significa no início do Verão, ou depois do Verão. O que conta, disse, é a versão inglesa do comunicado. "Temos a nossa reunião em inglês e acordamos num texto em inglês e é para esse que temos de olhar," frisou, notando, contudo, que "as expectativas do mercado estão muito alinhadas com a antecipação do BCE de que as taxas estarão inalteradas até durante o verão" – em inglês: "through the summer."
Acordo entre Trump e UE é "um bom sinal"
Sobre o entendimento a que a União Europeia e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chegaram sobre trocas comerciais, Draghi disse que o BCE "tomou boa nota", mas que ainda não teve oportunidade de avaliar o entendimento em causa. Contudo, sendo as tensões comerciais "um dos principais motivos de incerteza", o presidente do BCE disse que é "um bom sinal".
"Temos de ver exactamente o que será implementado", disse Draghi. "Os efeitos directos são limitados. Mas uma guerra comercial onde temos rondas de retaliação e resposta criaria um clima completamente diferente. Teríamos de avaliar os efeitos directos que poderão ser significativos à medida que os números sobem, e os indirectos, na confiança, que poderão ser ainda maiores," reconheceu.
Por enquanto, o BCE considera que os riscos estão equilibrados e nota que o abrandamento verificado no crescimento da zona euro no primeiro trimestre ficou a dever-se, sobretudo, a correcções face ao crescimento anormalmente elevado das exportações nos três trimestres anteriores. É de esperar que o segundo trimestre ainda apresente resultados contidos, mas os indicadores já estabilizaram todos em níveis superiores ao seu comportamento histórico, adiantou ainda o presidente do banco central.
"Não discutimos hoje a política de reinvestimentos", avisou Mário Draghi, logo quando a primeira pergunta sobre o que virá a partir de Janeiro de 2019, quando as compras líquidas de activos ao abrigo do programa do BCE terminarem. Depois, acabaria por deixar uma única garantia: "A chave de capital mantém-se a nossa âncora, para esclarecer quaisquer dúvidas."
Contudo, esta quinta-feira Draghi claramente não quis acrescentar nem mais uma linha ao assunto, face ao que foi já adiantado na reunião do mês passado. Perante a insistência dos jornalistas, o presidente do BCE reforçou que não foi discutido tampouco quando será discutida a fase de reinvestimento.
Sobre o nível das taxas de juro, a postura foi a mesma. Draghi reafirmou apenas que os juros deverão manter-se nos níveis actuais, "pelo menos, até durante o Verão de 2019". E nem clarificou se "até durante o Verão" significa no início do Verão, ou depois do Verão. O que conta, disse, é a versão inglesa do comunicado. "Temos a nossa reunião em inglês e acordamos num texto em inglês e é para esse que temos de olhar," frisou, notando, contudo, que "as expectativas do mercado estão muito alinhadas com a antecipação do BCE de que as taxas estarão inalteradas até durante o verão" – em inglês: "through the summer."
Acordo entre Trump e UE é "um bom sinal"
Sobre o entendimento a que a União Europeia e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chegaram sobre trocas comerciais, Draghi disse que o BCE "tomou boa nota", mas que ainda não teve oportunidade de avaliar o entendimento em causa. Contudo, sendo as tensões comerciais "um dos principais motivos de incerteza", o presidente do BCE disse que é "um bom sinal".
"Temos de ver exactamente o que será implementado", disse Draghi. "Os efeitos directos são limitados. Mas uma guerra comercial onde temos rondas de retaliação e resposta criaria um clima completamente diferente. Teríamos de avaliar os efeitos directos que poderão ser significativos à medida que os números sobem, e os indirectos, na confiança, que poderão ser ainda maiores," reconheceu.
Por enquanto, o BCE considera que os riscos estão equilibrados e nota que o abrandamento verificado no crescimento da zona euro no primeiro trimestre ficou a dever-se, sobretudo, a correcções face ao crescimento anormalmente elevado das exportações nos três trimestres anteriores. É de esperar que o segundo trimestre ainda apresente resultados contidos, mas os indicadores já estabilizaram todos em níveis superiores ao seu comportamento histórico, adiantou ainda o presidente do banco central.