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Economist mais pessimista que o Governo nas previsões para a economia

No défice, no crescimento e na dívida, o quadro da Economist Intelligence Unit tem mais sombras que o pintado por Mário Centeno, alertando também que o sector bancário "continua a ser um dos riscos mais acentuados".

07 de Agosto de 2018 às 10:14
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O relatório da Economist Intelligence Unit (EIU) sobre Portugal não partilha do mesmo grau de optimismo do Governo liderado por António Costa nos principais indicadores macroeconómicos, além de alertar para as debilidades que subsistem no capítulo bancário.

 

As estimativas da unidade de análise económica da revista britânica apontam para um défice de 1% no final deste ano, acima dos 0,7% projectados pelo Governo. E a partir de 2019 espera que "o défice se agrave gradualmente até atingir 2% em 2022, já que a despesa vai ser progressivamente flexibilizada e o crescimento da receita vai abrandar em linha com um crescimento mais moderado".

Incluídas num relatório antecipado pelo jornal Eco, as previsões para a dívida pública são também divergentes. A descida da dívida para cerca de 114% do PIB em 2022 em virtude da "contenção orçamental" compara com a redução mais rápida antecipada pelo Executivo no Programa de Estabilidade 2018-2022, entregue em Bruxelas, cuja trajectória termina com uma percentagem de 102% no período em análise.

 

Já no que toca ao crescimento do PIB, para o resultado no final deste ano as projecções até são coincidentes (2,3%). Nos anos seguintes, no entanto, o cenário tem mais sombras do que o desenhado por Mário Centeno, em resultado do abrandamento da economia mundial, da subida das taxas de juro e dos preços do petróleo. A economista Ana Luís Andrade prevê que "o crescimento real da economia baixe para 1,3% em 2020, bastante abaixo dos 2% do Governo, e depois continue em 1,5% e 1,6%, em 2021 e 2022, respectivamente".

 

A analista da EIU que acompanha a economia nacional – e que não antecipa um chumbo do Orçamento do Estado para 2019 nem outro resultado que não passe pela vitória do PS nas próximas legislativas – disse ainda ao jornal que o sector bancário "continua a ser um dos riscos mais acentuados". Tal como o endividamento, o nível do crédito mal parado nos bancos também continua "muito elevado", fazendo com que "a economia portuguesa, num contexto de aumento das taxas de juro, ou de qualquer choque adverso, seja muito mais sensível".

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