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Bruxelas prevê mais emprego em Portugal, mas com salários abaixo da média
O emprego cresceu e a taxa de desemprego desceu. Esta dinâmica positiva vai continuar nos próximos anos. Contudo, Bruxelas assinala que a maior parte dos novos empregos são de salários baixos.
A Comissão Europeia destacou a melhoria da taxa de desemprego como um dos sucessos da recuperação económica em Portugal. O elogio consta das Previsões de Primavera divulgadas esta quinta-feira, 3 de Maio. No entanto, Bruxelas alerta para um dado menos positivo: a criação de emprego tem sido em sectores com salários abaixo da média. O primeiro-ministro tinha dito que "o grande desígnio" de 2018 é a criação de "melhor emprego".
A taxa de desemprego da economia portuguesa já está abaixo dos níveis pré-crise financeira, mas "ainda está acima do seu mínimo histórico de 5,1% em 2000", escreve Bruxelas no documento divulgado esta quinta-feira. Essa recuperação sentiu-se especialmente em 2017, ano em que o crescimento do emprego superou a subida do PIB.
Mas há um lado cinzento nesta história de sucesso. "O aumento do salário médio na economia portuguesa deverá ser parcialmente compensado por uma forte criação de emprego em sectores com salários abaixo da média", avisa Bruxelas. Isto acontece em sectores como o turismo, por exemplo, que registaram crescimentos significativos nos últimos anos.
Esta é uma realidade que é assumida pelo Governo. No primeiro debate quinzenal deste ano, António Costa afirmou que "o grande desígnio para 2018 é termos melhor emprego", isto é, "um emprego digno, um salário justo e a oportunidade de cada um se realizar".
A Comissão Europeia prevê que a taxa de desemprego desça para os 7,7% em 2018 e 6,8% em 2019. Depois de uma criação de emprego acima do crescimento económico português, Bruxelas prevê que haja uma desaceleração: o emprego deverá crescer 2,1% em 2018 e 1,3% em 2019.