Notícia
Bruxelas não revê crescimento em baixa, mas alerta para riscos com disputas comerciais
A UE e a Zona Euro deverão crescer 2,3% em 2018 e 2% em 2019. As projecções da Primavera da Comissão Europeia mantêm a previsão de Inverno, mas alertam para perigos com guerras comerciais.
A Comissão Europeia decidiu manter inalteradas as previsões que tinha para o crescimento económico da União Europeia e da Zona Euro este ano e no próximo. Em Fevereiro, Bruxelas previa uma subida do PIB de 2,3% em 2018 e 2% em 2019, projecções que manteve esta quinta-feira nas Previsões de Primavera. Mas há um alerta explícito: as disputas comerciais podem penalizar a expansão económica.
Depois de ter atingido um máximo em 10 anos com o crescimento económico de 2,4% em 2017, a economia europeia deverá desacelerar ligeiramente, mantendo o ciclo de expansão. "Visto de uma perspectiva de longo prazo, a economia europeia está a fazer progressos para sacudir grande parte da experiência da crise económica e financeira", lê-se no texto introdutório das previsões de Primavera da Comissão Europeia divulgadas esta quinta-feira.
O tom positivo foi assumido por Pierre Moscovici, comissário europeu para os Assuntos Económicos, na conferência de imprensa sobre a actualização das previsões. "Em termos económicos e políticos, as nossas previsões mostram que os indicadores económicos europeus estão de boa saúde comparáveis com os do nível da crise e historicamente até mais elevados", disse Moscovici, assinalando que "a economia deverá continuar a crescer acima do potencial".
O crescimento económico de 2,3% em 2018 e 2% em 2019 na UE e Zona Euro igualam as previsões para Portugal que foram revistas em alta esta quinta-feira. Já no défice, a Comissão Europeia espera um valor superior ao do Governo: 0,9% face aos 0,7% definidos por Mário Centeno, ministro das Finanças, no Programa de Estabilidade 2018-2023.
Ainda assim, Portugal estará no grupo de países da moeda única que vão ter um défice abaixo da meta de 3%. "Pela primeira vez desde a criação da zona económica e monetária, todos os países da Zona Euro sem excepção vão ter défices abaixo dos 3% do PIB", destacou Pierre Moscovici, assinalando que "isto é uma etapa histórica que há que assinalar".
Espanha é das que mais cresce entre as principais economias europeias
Estes valores colocam Espanha como o país que mais cresce entre as principais economias europeias. Tal como mostra o gráfico acima, tanto Alemanha como França vão crescer abaixo da economia espanhola. No caso de Itália e Reino Unido o cenário é ainda pior: Bruxelas espera uma desaceleração mais forte em ambos os países para 1,5% este ano e 1,2% no próximo.
Já a Grécia, que deverá sair do programa de ajustamento este verão, deverá registar uma subida do PIB na ordem dos 1,9% em 2018. No entanto, em 2019, a economia grega vai destoar da tendência europeia pela positiva ao crescer 2,3%, acima da média da Zona Euro, segundo as previsões de Bruxelas.
(Notícia actualizada às 11:11)