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Carlos Mongay: "Portugal mostrou que é possível reduzir dívida sem penalizar nenhum grupo social"

Carlos Martinez Mongay, representante da Comissão Europeia, elogiou no Parlamento a capacidade que Portugal mostrou recentemente de reduzir a dívida sem prejudicar grupos sociais.

"A história recente de Portugal mostra que é possível melhorar o ajustamento orçamental, reduzindo a dívida, sem penalizar nenhum grupo social", afirmou Carlos Martinez Mongay. Reuters
05 de Junho de 2018 às 20:00
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Carlos Martinez Mongay, um dos directores das economias dos Estados-membros dentro da Direcção-Geral dos Assuntos Económicos e Financeiros da Comissão Europeia (DG ECFIN), esteve esta terça-feira a falar sobre a dívida pública portuguesa no grupo de trabalho sobre o endividamento público, no Parlamento. Questionado pelo PCP sobre os custos sociais da redução da dívida, o responsável europeu deixou um elogio indirecto ao actual Governo suportado pelos comunistas.

"A história recente de Portugal mostra que é possível melhorar o ajustamento orçamental, reduzindo a dívida, sem penalizar nenhum grupo social", afirmou Carlos Martinez Mongay, numa audição na Assembleia da República, respondendo a Paulo Sá, deputado do PCP, que tinha levantado a questão dos custos sociais de se diminuir o nível de dívida pública em países como Portugal. 

Para Mongay não há "causalidade, em princípio, entre a redução da dívida e os custos sociais". "A dívida elevada implica despesa elevada em juros", argumentou, referindo que esse é "dinheiro que não é encaminhado para outras actividades do sector público". De forma a haver uma "melhor alocação do dinheiro" e haver capacidade de poupança para depois se investir, Portugal tem de reduzir o rácio da dívida, defendeu. 

Esta tem sido uma das prioridades da Comissão Europeia que tem posto a tónica no "custo-eficiência" da despesa pública, pedindo aos Estados-membros para alocarem melhor os seus recursos, nomeadamente nos investimentos que fazem. Para Mongay, o objectivo tem de ser a melhoria do crescimento potencial, o que, em última análise, permitirá distribuir mais rendimento aos cidadãos. 

Contudo, também alertou que é preciso tornar a economia mais resiliente, uma vez que "todos os países estão sujeitos a choques externos". "Não têm responsabilidade quanto a isso", admitiu, mas têm outra responsabilidade que vai ao encontro do foco das recomendações de Primavera da Comissão Europeia deste ano: os Estados-membros têm de fortalecer as suas economias para que estas sejam capazes de absorver esses choques.

"Somos responsáveis por isso", alertou Carlos Martinez Mongay, pedindo aos países, incluindo Portugal, que "lutem contra com as consequências destes choques". 
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