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Moscovici avisa: "Risco de escalada do proteccionismo existe"

O comissário para os Assuntos Económicos e Financeiros assegura que a economia europeia está robusta, mas reconhece que os riscos são "significativos". Motores da Zona Euro abrandam.

As sanções que não existiram: Portugal esteve na linha da frente (a par com Espanha) para ser multado por incumprimento das regras orçamentais entre 2013 e 2015. A Comissão Europeia acabou por não propor qualquer multa no Verão, usando uma interpretação flexível das regras europeias defendida por Pierre Moscovici (na foto). A possível suspensão parcial de compromisso de fundos comunitários foi cancelada já em Novembro.
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A economia europeia continua robusta, mas enfrenta agora um risco maior, e real: a escalada do proteccionismo. "Se se concretizar, poderá prejudicar o crescimento das economias europeias e também dos Estados Unidos", avisou esta quinta-feira o comissário para os Assuntos Económicos e Financeiros, Pierre Moscovici, em Bruxelas.

Na apresentação das Previsões de Verão da Comissão Europeia, Pierre Moscovici garantiu que os fundamentais da economia comunitária continuam robustos, apesar do abrandamento esperado para o ritmo de crescimento tanto do conjunto da União, como da Zona Euro. Tanto a Zona Euro como a União Europeia deverão avançar 2,1% este ano e 2% em 2019. A projecção para 2018 foi revista duas décimas em baixa nos dois conjuntos económicos.

Moscovici somou ainda que os riscos negativos são maiores, com a escalada do proteccionismo à cabeça.

"O principal risco está no comércio", disse Moscovici. "Até agora, o clima de proteccionismo ainda não danificou a força da nossa economia. Mas estamos muito cautelosos com a possibilidade de escalada o que implicaria mais danos," reconheceu. "Não quero subestimar os riscos negativos, que existem", reforçou. "Guerras comerciais são más para todos, não há vencedores, só perdedores", disse também, ressalvando contudo que não se espera "nenhuma catástrofe". 

No primeiro trimestre deste ano a economia europeia abrandou, em parte por motivos relacionados com a própria actividade, mas não só. A diminuição da confiança fez-se sentir e um dos motivos foi precisamente a disputa comercial com os Estados Unidos.

Ainda assim, as previsões da Comissão Europeia para o crescimento mundial mantiveram-se inalteradas, em 4,2% este ano e 4,1% em 2019.

Subida do preço do petróleo vai pesar

Em 2018, a expectativa é de que o preço do barril de petróleo em dólares fique 33% mais elevado do que o verificado em 2017, sublinhou Pierre Moscovici. O cambio para o euro atenua este aumento de preço mas, ainda assim, o movimento de subida "vai pesar na actividade económica, nomeadamente no poder de compra", reconheceu o comissário.

Já no que toca aos mercados financeiros, Moscovici defendeu que se têm mostrado resistentes aos riscos acrescidos e notou que nos juros soberanos só Itália tem registado uma subida.

Alemanha trava a fundo, Espanha cresce bem

Os grandes motores da economia europeia estão a desacelerar, o que dificulta o enquadramento externo da economia portuguesa. A previsão de crescimento de Portugal foi revista em baixa uma décima, para 2,2% este ano, e mantido inalterado em 2019, nos 2%.

A projecção de crescimento para a Alemanha foi revista em forte baixa este ano, dos anteriores 2,3%, para os actuais 1,9%. Em 2019 a maior economia do euro deverá manter o ritmo de 1,9%.

Já Espanha, o principal país de destino das exportações portuguesas, sofreu uma revisão em baixa bem mais ligeira, mantendo ainda um ritmo claramente acima da média do conjunto da moeda única. Em vez de 2,9%, a economia espanhola deverá crescer 2,8% em 2018. No próximo ano o crescimento deverá ser de 2,4%, tendo a projecção ficado inalterada face ao boletim de Primavera.

França também viu as previsões de crescimento corrigidas em baixa, para 1,7% tanto este ano, como no próximo. Na Primavera esperava-se que o PIB francês avançasse 2% em 2018 e 1,8% em 2019.

Itália destaca-se pelas expectativas de crescimento mais baixas da zona euro. O país deverá crescer 1,3% este ano e 1,1% em 2019, em vez dos 1,5% e 1,2% que eram esperados na Primavera.

 
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