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Nunca houve tão poucos jovens que não trabalham nem estudam

Não trabalham nem estudam, mas são cada vez menos. Menos de um em cada 10 jovens estava nessa situação em 2018, o valor mais baixo desde que a série histórica começou.

06 de Fevereiro de 2019 às 14:51
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A taxa de jovens entre os 15 e os 34 anos não empregados que não estão em educação ou formação baixou para os 9,9% em 2018, o valor mais baixo desde, pelo menos, 1998, ano em que a série histórica começa. Os dados foram revelados esta quarta-feira, 6 de fevereiro, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), e mostram também que a taxa de desemprego jovem atingiu mínimos de 2009. 

"Dos jovens dos 15 aos 34 anos residentes em Portugal, 9,9% não tinham emprego nem estavam a estudar ou em formação (218,2 mil), uma percentagem que diminuiu 1,3 pontos percentuais (33,1 mil) em relação a 2017", revelou o gabinete de estatísticas no destaque divulgado hoje. Esta redução dos jovens "nem-nem" levou a taxa para um mínimo histórico.

De acordo com os dados consultados pelo Negócios (ver gráfico), a taxa de 9,9% de jovens "nem-nem" registada no ano passado é a mais baixa desde 1998 - uma tendência que também se verifica a nível europeu. Anteriormente, o mínimo histórico tinha sido alcançado em 2000 (11%). O pico da série foi alcançado em 2013 - o pior ano da crise económica em Portugal -, altura em que havia 17,1% de jovens "nem-nem". 

Comparando com 2017, o decréscimo dos jovens que não trabalham nem estudam foi mais pronunciado nos homens do que nas mulheres e notou-se mais entre a faixa etária dos 25 aos 34 anos. Além disso, a queda anual foi mais notória nos jovens que tinham, no máximo, o terceiro ciclo do ensino básico. 

52% dos 218 mil jovens "nem-nem" estão desempregados ao passo que os restantes estão inativos. A percentagem de jovens mulheres "nem-nem" é superior à dos jovens homens. Já a percentagem de jovens "nem-nem" com maior educação é menor do que a dos com menor escolaridade. 

É de referir que o total de jovens residentes em Portugal entre os 15 e os 34 anos baixou consideravelmente nos últimos 20 anos, passando de mais de três milhões para cerca de 2,2 milhões. Ainda assim, a queda dos jovens "nem-nem" foi mais pronunciada do que a queda da população total dos jovens, contribuindo para uma menor taxa. Ou seja, em termos percentuais (e também em termos absolutos), há menos jovens que não trabalham nem estudam. 

Desemprego jovem em mínimos de 2009
Tal como os dados trimestrais já indicavam, a taxa de desemprego jovem média de 2018 atingiu um mínimo de nove anos ao situar-se nos 20,3%, a mesma taxa verificada em 2009. A queda face a 2017 foi de 3,6 pontos percentuais.

Ainda assim, a taxa de desemprego entre os 15 e os 24 anos continua a ser quase três vezes superior à taxa de desemprego global - um cada cinco jovens continua desempregado. A taxa global atingiu um mínimo de 2004 ao situar-se nos 7% em 2018.

Em termos trimestrais, a taxa de desemprego jovem fechou o quarto trimestre de 2018 nos 19,9%, menos 0,1 pontos percentuais do que no terceiro trimestre, o que sinaliza uma continuação da melhoria do mercado de trabalho para os jovens. A taxa global está estagnada nos 6,7% há três trimestres consecutivos.

Os dados mensais dão indicações ainda mais positivas. Em dezembro de 2018, a taxa de desemprego jovem baixou para os 17,6% em dezembro de 2018, uma queda de 1,7 pontos percentuais apenas num mês. Este é o valor mais baixo desde março de 2003, ou seja, em 15 anos. 

Contudo, os dados divulgados pelo INE para dezembro são provisórios pelo que podem ser revistos no próximo mês.
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