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Taxa de desemprego desce para mínimo de 2004, mas fica acima da meta do Governo

A meta do Governo para a taxa de desemprego de 2018 era de 6,9%, mas ficou nos 7%. A criação de emprego abrandou face a 2017. As maiores reduções da taxa de desemprego registaram-se no Norte e em Lisboa.

Mário Cruz/Lusa
06 de Fevereiro de 2019 às 11:02
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A taxa de desemprego média de 2018 fixou-se nos 7%, alcançando mínimos de 2004. Os dados publicados esta quarta-feira, 6 de fevereiro, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que o mercado de trabalho melhorou ligeiramente menos do que o Governo estimava. A meta do Executivo era de 6,9% em 2018. 

Em 2017, a taxa de desemprego média tinha sido de 8,9%. A queda homóloga de 2018 face a 2017 foi de 1,9 pontos percentuais, abaixo dos 2,2 pontos percentuais registados no ano anterior, o que mostra a desaceleração da melhoria do mercado de trabalho.

"A população desempregada, 365,9 mil pessoas, diminuiu 20,9% (96,9 mil) em relação ao ano anterior, enquanto a população empregada, 4 866,7 mil pessoas, aumentou 2,3% (110,1 mil)", detalha o INE no destaque publicado hoje. 

No quarto trimestre do ano passado, a taxa de desemprego manteve-se pelo terceiro trimestre consecutivo inalterada nos 6,7%. Também este é um sinal de que as melhorias no mercado de trabalho estão a travar. Também neste caso esta é a taxa mais baixa desde 2004. 

"A população desempregada, estimada em 349,1 mil pessoas, diminuiu 1,0% (3,6 mil) em relação ao trimestre anterior, retomando os decréscimos trimestrais observados desde o 2.º trimestre de 2016 e interrompidos no trimestre anterior", explica o INE, assinalando que a população empregada baixou 0,4% no último trimestre do ano.


Para 2019 o Governo prevê que a taxa de desemprego volte a cair, mas a um ritmo mais lento, fixando-se nos 6,3%. Caso se confirme, será a taxa de desemprego mais baixa desde 2003, ano que também fechou nos 6,3%. 

Emprego aumenta 2,3%
A variação da população empregada fixou-se nos 2,3% em 2018, alcançando cerca de 4,9 milhões de pessoas a trabalhar. Face a 2017, o aumento foi de 110 mil pessoas. O emprego cresceu menos do que em 2017 (3,3%), mas o ritmo de crescimento continua acima dos restantes anos da recuperação do mercado de trabalho iniciada em 2014. 

E quem passou a estar empregado em 2018? Segundo o INE, foram maioritariamente mulheres, dos 45 aos 64 anos, com escolaridade correspondente ao ensino superior, empregadas no setor do serviços - "sobretudo nas atividades da educação e da administração pública, defesa e segurança social obrigatória" -, por conta de outrem e a tempo completo. 

Já a população desempregada baixou 20,9% (-96,9 mil pessoas), fixando-se nos 365,9 mil pessoas. "Face a 2013, ano em que a população desempregada alcançou o seu valor mais elevado, houve um decréscimo acumulado de 489,3 mil pessoas", destaca o INE. 

A redução dos desempregados é particularmente notável nos de longa duração. "Em 2018, a proporção de desempregados à procura de emprego há 12 e mais meses (longa duração) foi 51,1%, registando um decréscimo de 6,4 pontos percentuais em relação ao ano anterior", detalha o gabinete de estatísticas. 

"Em 2018, a subutilização do trabalho abrangeu 743,9 mil pessoas, menos 17,4% (157,0 mil) que em 2017", acrescenta ainda o Instituto, referindo que a taxa de subutilização do trabalho foi 13,7%, menos 2,8 pontos percentuais.

Maiores reduções em Lisboa e Norte
A taxa de desemprego desceu em todas as regiões do país, mas as maiores quedas registaram-se em Lisboa (-2,1 pontos percentuais) e no Norte (-2,5 pontos percentuais). Ainda assim, ambas as regiões mantêm uma taxa de desemprego superior à média nacional (7%) nos 7,4% e 7,3%, respetivamente. 

Acima da média do país está também a taxa de desemprego na Madeira (8,8%, a maior de todas), nos Açores (8,6%) e no Alentejo (7,2%). Por outro lado, a taxa de desemprego do Algarve (6,4%) e no Centro (5,6%) é inferior à média nacional.

Portugal alcança objetivo da estratégia Europa 2020
O INE dá conta também de como está o país face aos objetivos da estratégia Europa 2020 que foram definidos em comum pela União Europeia. Em 2018, Portugal alcançou a meta relacionada com o mercado de trabalho: a taxa de emprego entre os 20 e os 64 anos superou os 75%.

"Já em relação aos objetivos na área da Educação, Portugal não alcançou ainda os valores pretendidos", assinala o gabinete de estatísticas, referindo que a taxa de abandono precoce de educação continua acima dos 10% e que a taxa de escolaridade do ensino superior continua abaixo dos 40%. 

Nota: O INE revela várias taxas de desemprego com diferentes metodologias. A taxa de desemprego anual resulta da média dos quatro trimestres. A cada trimestre, o INE revela a taxa de desemprego verificada nesses três meses. Além disso, o INE revela a taxa de desemprego mensal que, habitualmente, é mais volátil. Este último apontava para 6,7% em dezembro.

(Notícia atualizada às 11:40 com mais informação)
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