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Negócio do trabalho temporário disparou 50% nos últimos cinco anos

A troika saiu de Portugal e a esquerda ascendeu ao poder com um discurso de combate à precariedade, mas a faturação das 220 empresas de trabalho temporário continuou a subir, registando novo aumento de 6% em 2018.

A atividade dos "call centers" está entre as que mais recorrem ao trabalho temporário.
António Larguesa alarguesa@negocios.pt 11 de Fevereiro de 2019 às 14:50

A faturação das empresas portuguesas de trabalho temporário ascendeu a 1.350 milhões de euros no ano passado, correspondente a um crescimento homólogo de 6,1% que prolongou uma tendência verificada nos últimos cinco anos: o valor deste mercado disparou cerca de 50% entre 2013 e 2018.

 

Estes ganhos do último ano no negócio do trabalho temporário surgiram "num contexto macroeconómico favorável, marcado pelo aumento da atividade empresarial e a queda do desemprego". A descrição é da Informa D&B, que prevê para 2019 e 2020 "um prolongamento da tendência crescente do número de trabalhadores e do volume de negócio, embora com um ritmo mais baixo" face aos exercícios anteriores.

Apesar do impulso das vendas globais, neste período o número de empresas autorizadas a operar neste segmento baixou "ligeiramente", totalizando 220 no final de dezembro de 2018. Quase metade (106) está situada na região de Lisboa, havendo ainda 74 operadores localizados a Norte, segundo esta companhia especializada em informação empresarial e integrada na D&B Worldwide Network.

Embora não se antecipe uma diferença significativa desde então, os valores disponibilizados para mostrar um "alto grau de concentração" neste setor são relativos à faturação de 2017, quando as cinco principais empresas detinham uma quota de mercado conjunta de 40% e o número de trabalhadores das empresas de trabalho temporário (incluindo os funcionários cedidos) era de quase 100 mil pessoas em Portugal.

Precariedade laboral inalterada

Os dados divulgados na semana passada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) mostraram que ao longo de 2018 houve, em média, 891 mil trabalhadores do setor público e do privado com contratos a termo ou com outros vínculos mais precários, num total de mais de quatro milhões de trabalhadores por conta de outrem.

 

Isto é, apesar de o combate à precariedade ter sido uma das principais bandeiras da atual maioria parlamentar de esquerda, as estatísticas parecem não acompanhar as intenções: no conjunto do trabalho dependente, a proporção de contratos precários manteve-se em 2018 nos 22%, que é exatamente a mesma taxa que se verificava antes de o Governo liderado por António Costa tomar posse em 2015.

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