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Ultimato para se cortar os salários da banca

O suspense está na agenda, com Nicolas Sarkozy a ameaçar abandonar Pittsburgh se os líderes não decidirem, de uma vez por todas, limitar os salários da banca. Sarkozy poderá não ter que bater com a porta, uma vez que os últimos sinais indicam que desta cimeira deverá sair fumo branco nesta matéria. Resta saber com que grau de profundidade e detalhe.

Ultimato para se cortar os salários da banca
24 de Setembro de 2009 às 00:01
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O suspense está na agenda, com Nicolas Sarkozy a ameaçar abandonar Pittsburgh se os líderes não decidirem, de uma vez por todas, limitar os salários da banca. Sarkozy poderá não ter que bater com a porta, uma vez que os últimos sinais indicam que desta cimeira deverá sair fumo branco nesta matéria. Resta saber com que grau de profundidade e detalhe.

As linhas mestras foram acordadas no último encontro do G20, que se realizou em Londres, em Abril. E assentam na definição de padrões globais que alinhem as remunerações da banca, nomeadamente os bónus, ao desempenho de longo prazo, de forma a "desindexá-las" de linhas de acção de curto-prazo que induzam a uma tomada de riscos excessivos.

Um documento preparatório assinado há uma semana pelos líderes mundiais, fixou "a linguagem comum" que deverá presidir à cimeira que hoje começa: limitação de bónus e salários variáveis, restituição de bónus em instituições com dificuldades financeiras, pagamentos diferidos no tempo, e mais poder de fiscalização aos órgãos de gestão, bem como aos supervisores nacionais.

O tema é "quente" e parece existir consenso mundial de que é preciso moralizar políticas salariais que deram milhões a gestores de instituições falidas. Os políticos fizeram campanha com o tema e acenderam um rastilho de protestos na opinião pública. Mas a fórmula não é pacífica. Especialistas têm alertado para os riscos de serem tomadas medidas que travem a competitividade do sector, criem aversão ao risco, e sejam um passo atrás no alinhamento de objectivos entre gestores e accionistas.

Os dois lados do Atlântico já assistiram a medidas unilaterais. Barack Obama impôs limites aos bancos intervenccionados, Sarkozy fixou o diferimento de 50% dos bónus, e a Holanda acaba de decidir que os bónus dos administradores não poderão exceder em 100% o valor do salário anual. Os próximos dois dias poderão ditar uma nova ordem mundial. Ou não. "Se forem impostas regras, os bancos encontrarão forma de as contornar", salientou em entrevista recente Jerôme Kerviel, o "trader" que protagonizou o buraco de 50 mil milhões de euros do Société Générale.

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