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Thomas Piketty recusa Legião de Honra francesa
O economista e autor de "O Capital no século XXI" nega a maior condecoração dada pelo Estado francês porque considera que "não deve ser o Governo a decidir quem é honrado". Junta-se assim a Jean-Paul Sartre e a Maria Curie, que também recusaram a distinção.
Thomas Piketty, que em 2014 viu o seu livro "O Capital do século XXI" tornar-se um best-seller na Europa e nos Estados Unidos, decidiu "recusar a sua nomeação" para a mais alta condecoração atribuída pelo Estado francês, a Legião de Honra. A lista foi conhecida esta quinta-feira, 1 de Janeiro de 2015.
Em declarações à agência noticiosa AFP, Thomas Piketty justificou a sua decisão: "Acabei de tomar conhecimento que fui proposto para a Legião de Honra. Recuso esta nomeação porque penso que não é o papel de um Governo decidir quem é honrado". "Fariam melhor [o Executivo] em dedicar-se a relançar a economia na França e na Europa", acrescentou.
O economista francês consta, de acordo com a AFP, na lista de promoção do dia 1 de Janeiro deste ano da Legião de Honra publicada no jornal oficial francês, nomeado no título de cavaleiro, ao lado de outro economista, o Prémio Nobel Jean Tirole, com o título de oficial.
Editado e traduzido em vários países em todo o mundo, o livro de Thomas Piketty "O Capital do século XXI" vendeu mais de 1,5 milhões de exemplares, tendo-se mantido 22 semanas na lista dos mais vendidos do New York Times.
Ao recusar a sua nomeação para a Legião de Honra, Pikety junta-se a uma lista de notáveis franceses que negaram a mais alta condecoração gaulesa: o escritor Albert Camus, o pintor Claude Monet, o filósofo Jean-Paul Sartre e a cientista Maria Curie também o fizeram no passado.