Notícia
Sobe pressão para a saída da diretora-geral do FMI
Kristalina Georgieva é suspeita de ter alterado dados económicos para beneficiar a China, enquanto estava no Banco Mundial. Esta terça-feira é ouvida pelo FMI.
O futuro de Kristalina Georgieva à frente do Fundo Monetário Internacional (FMI) é cada vez mais incerto, depois de um polémico relatório do Banco Mundial ter concluído que manipulou dados económicos a favor da China, no seu anterior cargo.
Em setembro foi tornado público que terá a atual diretora-geral do FMI terá "pressionado indevidamente" no sentido de se melhorarem os dados da economia chinesa no relatório "Doing Business", no período em que esteve na liderança do Banco Mundial. As conclusões saíram de uma auditoria independente pedida pelo próprio Banco Mundial, ainda que Kristaliana Georgieva tenha oficialmente desmentido tais factos.
No final da semana passada, uma carta de 331 antigos quadros do Banco Mundial foi enviada à administração daquela instituição frisando que as conclusões da auditoria traduzem "riscos reputacionais sem precedentes". "Estas conclusões devem ser tratadas pela administração do Banco Mundial com ações substanciais de forma a que possa ser reestabelecida a confiança" na instituição, escreveram os antigos quadros do Banco Mundial, citados pelo Financial Times.
O próprio FMI deixou de responder a questões sobre o papel de Georgieva no Banco Mundial, remetendo esclarecimentos para uma agência de comunicação. Aliás, o Fundo Monetário deverá ouvir hoje os advogados da WilmerHale, entidade que conduziu a auditoria independente pedida pelo Banco Mundial. Na terça-feira será a vez da própria Kristalina Georgieva se explicar ao FMI mas a pressão para a saída da diretora-geral tem-se acentuado.
A polémica em torno de Georgieva surge num dos momentos mais preenchidos do calendário para FMI e Banco Mundial, já que o encontro anual promovido pelas duas instituições decorrerá no próximo dia 11.