Notícia
Manutenção de Kristalina Georgieva na liderança do FMI permanece em dúvida
Kristalina Georgieva é acusada de ter pressionado as suas equipas quando era diretora-geral do Banco Mundial para dar à China uma classificação mais favorável. O FMI está a investigar o caso.
11 de Outubro de 2021 às 12:27
A manutenção na liderança do FMI de Kristalina Georgieva, que foi acusada de irregularidades, permanecia em dúvida esta segunda-feira, lançando uma sombra sobre as reuniões de outono da instituição esta semana, afirma a AFP.
O Conselho de Administração do Fundo Monetário Internacional (FMI), que acredita ter feito "progressos significativos" na compreensão do caso, poderia reunir-se novamente esta segunda-feira, segundo duas fontes próximas do 'dossier' citadas pela AFP, depois de uma série de reuniões na semana passada.
O Conselho, que tem 24 membros representando 190 países, toma geralmente as suas decisões por consenso.
O objetivo é "concluir a revisão" do caso muito em breve, disse um porta-voz num comunicado no domingo à noite muito semelhante ao emitido dois dias antes.
Mesmo que a direção do FMI renovasse a confiança em Georgieva, a diretora-geral, uma búlgara de 68 anos de idade sairia enfraquecida deste caso, que surgiu em 16 de setembro com a publicação das conclusões de uma investigação pela firma de advogados WilmerHale.
A investigação apontou irregularidades na elaboração das edições de 2018 e 2020 do relatório "Doing Business" do Banco Mundial e os seus autores acusaram Kristalina Georgieva de ter pressionado as suas equipas quando era diretora-geral do Banco Mundial para dar à China uma classificação mais favorável.
A investigação foi realizada a pedido do comité de ética do Banco Mundial, depois do relatório, que classifica os países de acordo com a facilidade de fazer negócios, ter-se tornado objeto de muita controvérsia e ter levado à demissão do antigo economista-chefe Paul Romer.
A falta de uma decisão lança uma 'sombra' sobre as reuniões do Fundo e do Banco Mundial que começam hoje.
Georgieva deverá falar numa mesa-redonda sobre a reinvenção do local de trabalho para as mulheres, mas é a sua conferência de imprensa na quarta-feira que é agora muito esperada.
O Conselho de Administração do FMI ouviu Georgieva e representantes da firma WilmerHale.
Mas o destino de Kristalina Georgieva, que nega ferozmente as acusações contra ela, está a dividir os membros do FMI.
Por um lado, a Europa e a África querem que Georgieva permaneça. Por outro lado, os Estados Unidos e o Japão estão atualmente relutantes em vê-la continuar no cargo, de acordo com várias fontes próximas do assunto.
O relatório WilmerHale "não detalha elementos específicos que permitiriam à diretora-geral do FMI ser diretamente implicada", disse hoje uma fonte do Ministério das Finanças francês à AFP.
Seis antigos funcionários do Banco Mundial, num comunicado emitido por uma agência de relações públicas, tinham defendido Georgieva recentemente, denominando-a "uma pessoa da mais alta integridade e empenhada no desenvolvimento".
O FMI deverá publicar as últimas perspetivas económicas globais na terça-feira.
Georgieva assumiu a direção do Fundo em 01 de outubro de 2019 para substituir Christine Lagarde, que foi nomeada para o Banco Central Europeu (BCE), e era a única candidata na altura.
O Fundo é tradicionalmente chefiado por um europeu enquanto o Banco Mundial está nas mãos de um americano, atualmente David Malpass.
O Conselho de Administração do Fundo Monetário Internacional (FMI), que acredita ter feito "progressos significativos" na compreensão do caso, poderia reunir-se novamente esta segunda-feira, segundo duas fontes próximas do 'dossier' citadas pela AFP, depois de uma série de reuniões na semana passada.
O objetivo é "concluir a revisão" do caso muito em breve, disse um porta-voz num comunicado no domingo à noite muito semelhante ao emitido dois dias antes.
Mesmo que a direção do FMI renovasse a confiança em Georgieva, a diretora-geral, uma búlgara de 68 anos de idade sairia enfraquecida deste caso, que surgiu em 16 de setembro com a publicação das conclusões de uma investigação pela firma de advogados WilmerHale.
A investigação apontou irregularidades na elaboração das edições de 2018 e 2020 do relatório "Doing Business" do Banco Mundial e os seus autores acusaram Kristalina Georgieva de ter pressionado as suas equipas quando era diretora-geral do Banco Mundial para dar à China uma classificação mais favorável.
A investigação foi realizada a pedido do comité de ética do Banco Mundial, depois do relatório, que classifica os países de acordo com a facilidade de fazer negócios, ter-se tornado objeto de muita controvérsia e ter levado à demissão do antigo economista-chefe Paul Romer.
A falta de uma decisão lança uma 'sombra' sobre as reuniões do Fundo e do Banco Mundial que começam hoje.
Georgieva deverá falar numa mesa-redonda sobre a reinvenção do local de trabalho para as mulheres, mas é a sua conferência de imprensa na quarta-feira que é agora muito esperada.
O Conselho de Administração do FMI ouviu Georgieva e representantes da firma WilmerHale.
Mas o destino de Kristalina Georgieva, que nega ferozmente as acusações contra ela, está a dividir os membros do FMI.
Por um lado, a Europa e a África querem que Georgieva permaneça. Por outro lado, os Estados Unidos e o Japão estão atualmente relutantes em vê-la continuar no cargo, de acordo com várias fontes próximas do assunto.
O relatório WilmerHale "não detalha elementos específicos que permitiriam à diretora-geral do FMI ser diretamente implicada", disse hoje uma fonte do Ministério das Finanças francês à AFP.
Seis antigos funcionários do Banco Mundial, num comunicado emitido por uma agência de relações públicas, tinham defendido Georgieva recentemente, denominando-a "uma pessoa da mais alta integridade e empenhada no desenvolvimento".
O FMI deverá publicar as últimas perspetivas económicas globais na terça-feira.
Georgieva assumiu a direção do Fundo em 01 de outubro de 2019 para substituir Christine Lagarde, que foi nomeada para o Banco Central Europeu (BCE), e era a única candidata na altura.
O Fundo é tradicionalmente chefiado por um europeu enquanto o Banco Mundial está nas mãos de um americano, atualmente David Malpass.