Notícia
Georgieva explica-se e atira culpas para Banco Mundial
“Não há dúvida sobre a credibilidade do FMI, dos nossos dados, das nossas pesquisas. Então, o problema está do outro lado da rua”, afirmou Georgieva, numa referência à sede do Banco Mundial, situada em frente à do FMI, em Washington.
A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, defendeu a “credibilidade” do organismo que dirige e disse que os “problemas” nesse sentido estão no Banco Mundial.
Na abertura da assembleia anual do FMI e do Banco Mundial, Georgieva respondeu dessa forma às perguntas sobre a auditoria que revelou pressões do Banco Mundial para favorecer a China num relatório sobre o clima de negócios quando a economista búlgara trabalhava na instituição. O FMI já manifestou “plena confiança” em Georgieva após uma análise “exaustiva” das acusações que a visavam.
“Não há dúvida sobre a credibilidade do FMI, dos nossos dados, das nossas pesquisas. Então, o problema está do outro lado da rua”, afirmou Georgieva, numa referência à sede do Banco Mundial, situada em frente à do FMI, em Washington.
A economista referiu também que foi contratada para trabalhar de novo no Banco Mundial em janeiro de 2017, sob a presidência do norte-americano Jim Yong Kim, porque “havia uma atmosfera de medo” e afirmou que, “nove meses depois, um inquérito feito aos trabalhadores mostrou um aumento significativo da confiança na direção”.
A questão da manutenção de Kristalina Georgieva, de 68 anos, à frente do FMI, surgiu após a publicação, em 16 de setembro, das conclusões de uma investigação conduzida pelo escritório de advogados WilmerHale. Os autores do documento apontaram irregularidades na elaboração das edições de 2018 e 2020 do relatório “Doing Business” do Banco Mundial, acusando Georgieva de ter pressionado as suas equipas para dar à China uma classificação mais favorável.
A investigação foi realizada a pedido do comité de ética do Banco Mundial, depois de o relatório, que classifica os países de acordo com a facilidade em fazer negócios, se ter tornado objeto de muita controvérsia e ter levado à demissão do antigo economista-chefe Paul Romer.