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Líder do FMI prevê crescimento mundial mais fraco que o esperado em 2021
O crescimento da economia mundial será "ligeiramente" mais fraco do que o esperado este ano, afirmou esta terça-feira a diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva, preocupada com as desigualdades entre países, com os mais pobres afetados pela falta de vacinas.
05 de Outubro de 2021 às 19:44
"Somos confrontados com uma recuperação mundial que continua prejudicada pela pandemia e pelo seu impacto", referiu Georgieva, num discurso em Milão, divulgado antecipadamente, dias antes das reuniões de outono do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial.
Em julho, o FMI reviu em alta a sua previsão de crescimento da economia mundial para 6% em 2021, mas isso aconteceu antes do impacto da variante Delta se fazer sentir em todo o mundo.
Os Estados Unidos e a China, principais potências económicas, continuam "os motores essenciais do crescimento, apesar de um abrandamento no seu elã", constatou Georgieva.
Algumas economias avançadas e emergentes continuam a crescer, "como Itália e, de forma mais ampla, a Europa".
Por outro lado, "em muitos outros países, o crescimento continua a piorar, dificultado pelo acesso fraco a vacinas e por uma resposta política limitada, em particular em países de baixos rendimentos", afirmou.
A divergência na retoma leva a que as economias avançadas regressem aos níveis registados antes da pandemia "até 2022", quando a maior parte dos países emergentes e em desenvolvimento "vão demorar anos a recuperar" da crise provocada na primavera de 2020 pela pandemia de covid-19.
Segundo a dirigente do FMI, quanto mais demorada for a recuperação, maior será o impacto a longo prazo nesses países, especialmente em termos de perdas de empregos, que afetam em particular os jovens, as mulheres e os trabalhadores não declarados.
Para Georgieva, o obstáculo mais imediato é "a grande fratura nas vacinas", com muitos países ainda sem acesso a elas, "deixando muitas pessoas sem proteção contra a covid-19".
A diretora-geral do FMI pediu um "forte" aumento na entrega de doses e apelou aos países mais ricos para cumprirem as promessas de doação.
Além do problema da vacinação, alguns países emergentes e economias em desenvolvimento enfrentam pressões sobre preços que "devem persistir", segundo o FMI.
O aumento dos preços alimentares mundiais é "particularmente preocupante", o que, "combinado com o aumento dos preços da energia, pressiona ainda mais as famílias mais pobres", acrescentou.
Georgieva recomendou aos bancos centrais que estejam preparados para agir rapidamente se a recuperação avançar de forma mais rápida do que o previsto e se os riscos inflacionistas "se tornarem tangíveis".
Pediu ainda aos governos para acelerarem as reformas para garantir uma transição para uma economia verde que gere novos empregos.