Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Só dois militares da GNR patrulhavam Pedrógão no dia do incêndio

A Associação dos Profissionais da Guarda culpa a escassez de efectivos e a falha no SIRESP pelas dezenas de vítimas mortais na Estrada Nacional 236, alegando que o trânsito não foi cortado por falta de informação.

Reuters
26 de Junho de 2017 às 11:43
  • ...

No dia em que começou o incêndio em Pedrógão Grande havia apenas dois militares num carro em patrulha e um outro no posto da GNR em todo o concelho, disse esta segunda-feira, 26 de Junho, o presidente da Associação dos Profissionais da Guarda (APG), César Nogueira, denunciando um cenário de "falta de meios".

 

Este efectivo "nitidamente insuficiente" de dois homens no terreno era também o que estava disponível nesse fim-de-semana nos concelhos vizinhos de Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pêra. Em declarações à TSF, o líder associativo referiu que "quem não cortou a estrada [nacional 236] não o fez porque não tinha informação" e lamentou que se esteja a "tentar colocá-los num imbróglio como se fossem culpados de tudo e mais alguma coisa".

 

Além da falta de pessoal para fazer patrulhas – que, a nível nacional, se resolvia se metade dos 23 mil profissionais da GNR não estivesse a cumprir funções burocráticas ou administrativas "em gabinetes", Bruno César apontou a falta de comunicações devido à quebra do SIRESP foi outro factor que levou a que não tivesse sido cortado o trânsito naquela estrada do distrito de Leiria, onde morreram 47 pessoas.

 

Indignado com a ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, que abriu um inquérito "parecendo dar logo à partida responsabilidades aos guardas que estiveram no local", o líder da APG referiu à mesma estação de rádio que alguns militares meteram baixa psicológica depois de estarem envolvidos naquele grande incêndio, que provocou pelo menos 64 mortos e mais de 200 feridos.

 

O incêndio de Pedrógão Grande foi dado como extinto a meio da tarde do passado sábado, uma semana depois de ter deflagrado, segundo a Protecção Civil. O balanço ainda é provisório, mas sugere mais de 30 mil hectares de área ardida, fazendo dele o mais destruidor de sempre para a floresta portuguesa que, desde o início do ano, já registou 23 grandes incêndios.

Ver comentários
Saber mais Incêndios floresta fogos Pedrógão Grande Figueiró dos Vinhos Castanheira de Pêra GNR militares SIRESP César Nogueira
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio