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Revista do ano: Maio

O mês de Maio começa com o caos nas lojas do Pingo Doce e acaba com Passos Coelho no Parlamento a falar sobre o "caso das secretas". Hollande é o novo presidente da França. A Grécia continua sem Governo e Espanha aprova mais uma reforma do sector financeiro.

14 de Dezembro de 2012 às 00:01
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Os momentos nacionais

1 de Maio. No Dia do Trabalhador, a Jerónimo Martins avança com uma campanha na 369 lojas Pingo Doce espalhadas pelo País: por cada 100 euros de compras só se paga 50 euros. A campanha gera o caos nas lojas Pingo Doce e é investigada pela ASAE, devido a indícios de venda abaixo do custo ou com prejuízo.  

 

7 e 8 de Maio. Isabel dos Santos reforça posição no BPI e na Zon. A 7 de Maio, a empresária angolana, Isabel dos Santos, paga 0,5 euros por acção para comprar mais 9,4% do BPI. Há três anos e meio pagara 1,88 euros por acção para comprar 9,7%. Isabel dos Santos, além de accionista de referência do BPI, detém através da Unitel 49% do capital do BFA (Banco do Fomento de Angola), o banco do BPI em Angola. Um dia mais tarde, uma sociedade detida por Isabel dos Santos, a Jadeium, compra a participação qualificada que a Telefónica tinha na Zon. A empresária angolana passa a ser a maior accionista da Zon, com uma posição de 14,918%. Isabel dos Santos pagou 2,50 euros por cada acção da Zon, um preço que incorpora o dividendo da Zon. Deste modo, Isabel dos Santos investiu 38 milhões de euros nesta operação, mas receberá  2,4 milhões de euros em dividendos (16 cêntimos por acção), pelo que o preço do investimento descontado do dividendo é de 2,34 euros.

 

11 de Maio. Bruxelas menos optimista do que o Governo. A Comissão Europeia apresenta previsões menos positivas que o Governo nas principais variáveis macroeconómicas. Bruxelas entende que o crescimento nacional será mais baixo e o desemprego mais elevado do que recentes previsões de Lisboa incluídas no Documento de Estratégia Orçamental (DEO). Bruxelas prevê uma queda de 3,3% do PIB em 2012(face aos 3% do Governo). 

 

16 de Maio Desemprego em Portugal atinge níveis históricos. No primeiro trimestre de 2012, a taxa de desemprego em Portugal atingiu os 14,9% da população activa - 819,3 mil pessoas, mais 130,4 mil do que há um ano.

 

29 de Maio Anacom tem novo presidente. Fátima Barros sucede a José Amado da Silva na presidência da Anacom. No discurso de tomada de posse, Fátima Barros sublinha a necessidade de reforçar a independência das entidades reguladores em Portugal, como garante do melhor desempenho das suas funções.  

 

31 de Maio Passos Coelho fala no Parlamento sobre o caso das secretas. Passos Coelho garante duas coisas: por um lado, que nunca houve "tanta transparência" como a que houve nos serviços de informação desde que chegou ao Governo; por outro, que o ministro Miguel Relvas "actuou bem" e "com transparência", porque "não teve qualquer influência neste processo". Alegações que, na Comissão de Assuntos Constitucionais, Miguel Relvas se esforçou por reafirmar, garantindo não ter faltado à verdade sobre a sua relação com Jorge Silva Carvalho, o ex-director do Sistema de Informações Estratégicas e de Defesa que está no centro do furacão das secretas.

 

Estar desempregado não pode ser um sinal negativo. Despedir-se ou ser despedido não tem de ser um estigma. Tem de representar também uma oportunidade para mudar de vida. Tem de representar uma livre escolha, uma mobilidade da própria sociedade. 
Pedro Passos Coelho

 

 

Os momentos internacionais

 

2 de Maio Depois da Argentina ter expropriado 51% da Repsol na YPF, é agora a vez da Bolívia expropiar a filial da Red Eléctrica Espanhola. O presidente do país sul-americano promulgou um decreto para nacionalizar a Transportadora de Electricidad (TDE), uma filial da REE naquele país. O presidente ordenou ainda que as Forças Armadas tomassem posse das instalações da TDE.    

 

6 de Maio François Hollande é o novo presidente francês. O socialista François Hollande vence as eleições presidenciais com 51,9% dos votos. Hollande resgatou assim o poder para os socialistas por uma curta margem em relação a Nicolas Sarkozy. No seu discurso de vitória, Hollande garantiu estar "ciente das exigências inerentes à eleição". "A mudança que vos proponho é uma mudança que estará à altura de França. Algo que agora começa", disse.

 

6 de Maio. Eleições legislativas na Grécia. Os eleitores gregos castigaram de forma expressiva os dois partidos que desde 1974 dividem os lugares na política e no aparelho do Estado: Nova Democracia e Pasok. A supresa acabou por ser o resultado alcançado pelo Coligação de Esquerda Radical (Syriza), liderada por Alexis Tsipras. Como nenhum partido conseguiu maioria (38% dos votos), o resultado obriga os três partidos mais votados (ND, Pasok e Syriza) a negociarem para tentar formar um governo de coligação. Os partidos não chegam a acordo e são agendadas novas eleições para 17 de Junho. A 16 de Maio é nomeado um governo interino liderado por Panagiotis Pikramenos.    

 

10 de Maio. Governo espanhol nacionaliza Bankia. O Executivo espanhol confirma a nacionalização do Bankia, o oitavo banco a passar para as mãos do Estado espanhol desde o início da crise.

 

13 de Maio Espanha anuncia quarta reforma do sistema financeiro desde o início da crise. Mariano Rajoy quer obrigar os bancos a aumentarem de forma significativa as provisões sobre os créditos concedidos. Um esforço avaliado em 30 mil milhões de euros que levou à entrada do Estado no capital de mais instituições financeiras e a uma nova vaga de consolidações.     

 

18 de Maio. Facebook estreia-se em bolsa. A maior rede social entra hoje em bolsa. O preço das acções foi fixado em 38 dólares. A euforia que rodeou a operação, levou os analistas a acreditarem que os títulos iam entrar no mercado a valer muito mais mas... a estreia do Facebook em bolsa ficou aquém das expectativas. A forte afluência dos investidores e problema técnicos na Nasdaq obrigaram a atrasar o início das transacções em meia-hora. O início da negociação ficou marcado por uma forte valorização até aos 45 dólares, que rapidamente se esfumou. Para a história fica uma valorização de 0,6% na primeira sessão, muito menos que os 18% do Google, em 2004, ou do que os 109% do Linkedin, há um ano.  

 
 
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