Notícia
Revista do ano: Maio
O mês de Maio começa com o caos nas lojas do Pingo Doce e acaba com Passos Coelho no Parlamento a falar sobre o "caso das secretas". Hollande é o novo presidente da França. A Grécia continua sem Governo e Espanha aprova mais uma reforma do sector financeiro.
Os momentos nacionais
1 de Maio. No Dia do Trabalhador, a Jerónimo Martins avança com uma campanha na 369 lojas Pingo Doce espalhadas pelo País: por cada 100 euros de compras só se paga 50 euros. A campanha gera o caos nas lojas Pingo Doce e é investigada pela ASAE, devido a indícios de venda abaixo do custo ou com prejuízo.
7 e 8 de Maio. Isabel dos Santos reforça posição no BPI e na Zon. A 7 de Maio, a empresária angolana, Isabel dos Santos, paga 0,5 euros por acção para comprar mais 9,4% do BPI. Há três anos e meio pagara 1,88 euros por acção para comprar 9,7%. Isabel dos Santos, além de accionista de referência do BPI, detém através da Unitel 49% do capital do BFA (Banco do Fomento de Angola), o banco do BPI em Angola. Um dia mais tarde, uma sociedade detida por Isabel dos Santos, a Jadeium, compra a participação qualificada que a Telefónica tinha na Zon. A empresária angolana passa a ser a maior accionista da Zon, com uma posição de 14,918%. Isabel dos Santos pagou 2,50 euros por cada acção da Zon, um preço que incorpora o dividendo da Zon. Deste modo, Isabel dos Santos investiu 38 milhões de euros nesta operação, mas receberá 2,4 milhões de euros em dividendos (16 cêntimos por acção), pelo que o preço do investimento descontado do dividendo é de 2,34 euros.
11 de Maio. Bruxelas menos optimista do que o Governo. A Comissão Europeia apresenta previsões menos positivas que o Governo nas principais variáveis macroeconómicas. Bruxelas entende que o crescimento nacional será mais baixo e o desemprego mais elevado do que recentes previsões de Lisboa incluídas no Documento de Estratégia Orçamental (DEO). Bruxelas prevê uma queda de 3,3% do PIB em 2012(face aos 3% do Governo).
16 de Maio Desemprego em Portugal atinge níveis históricos. No primeiro trimestre de 2012, a taxa de desemprego em Portugal atingiu os 14,9% da população activa - 819,3 mil pessoas, mais 130,4 mil do que há um ano.
29 de Maio Anacom tem novo presidente. Fátima Barros sucede a José Amado da Silva na presidência da Anacom. No discurso de tomada de posse, Fátima Barros sublinha a necessidade de reforçar a independência das entidades reguladores em Portugal, como garante do melhor desempenho das suas funções.
31 de Maio Passos Coelho fala no Parlamento sobre o caso das secretas. Passos Coelho garante duas coisas: por um lado, que nunca houve "tanta transparência" como a que houve nos serviços de informação desde que chegou ao Governo; por outro, que o ministro Miguel Relvas "actuou bem" e "com transparência", porque "não teve qualquer influência neste processo". Alegações que, na Comissão de Assuntos Constitucionais, Miguel Relvas se esforçou por reafirmar, garantindo não ter faltado à verdade sobre a sua relação com Jorge Silva Carvalho, o ex-director do Sistema de Informações Estratégicas e de Defesa que está no centro do furacão das secretas.
Os momentos internacionais
2 de Maio Depois da Argentina ter expropriado 51% da Repsol na YPF, é agora a vez da Bolívia expropiar a filial da Red Eléctrica Espanhola. O presidente do país sul-americano promulgou um decreto para nacionalizar a Transportadora de Electricidad (TDE), uma filial da REE naquele país. O presidente ordenou ainda que as Forças Armadas tomassem posse das instalações da TDE.
6 de Maio François Hollande é o novo presidente francês. O socialista François Hollande vence as eleições presidenciais com 51,9% dos votos. Hollande resgatou assim o poder para os socialistas por uma curta margem em relação a Nicolas Sarkozy. No seu discurso de vitória, Hollande garantiu estar "ciente das exigências inerentes à eleição". "A mudança que vos proponho é uma mudança que estará à altura de França. Algo que agora começa", disse.
6 de Maio. Eleições legislativas na Grécia. Os eleitores gregos castigaram de forma expressiva os dois partidos que desde 1974 dividem os lugares na política e no aparelho do Estado: Nova Democracia e Pasok. A supresa acabou por ser o resultado alcançado pelo Coligação de Esquerda Radical (Syriza), liderada por Alexis Tsipras. Como nenhum partido conseguiu maioria (38% dos votos), o resultado obriga os três partidos mais votados (ND, Pasok e Syriza) a negociarem para tentar formar um governo de coligação. Os partidos não chegam a acordo e são agendadas novas eleições para 17 de Junho. A 16 de Maio é nomeado um governo interino liderado por Panagiotis Pikramenos.
10 de Maio. Governo espanhol nacionaliza Bankia. O Executivo espanhol confirma a nacionalização do Bankia, o oitavo banco a passar para as mãos do Estado espanhol desde o início da crise.
13 de Maio Espanha anuncia quarta reforma do sistema financeiro desde o início da crise. Mariano Rajoy quer obrigar os bancos a aumentarem de forma significativa as provisões sobre os créditos concedidos. Um esforço avaliado em 30 mil milhões de euros que levou à entrada do Estado no capital de mais instituições financeiras e a uma nova vaga de consolidações.
18 de Maio. Facebook estreia-se em bolsa. A maior rede social entra hoje em bolsa. O preço das acções foi fixado em 38 dólares. A euforia que rodeou a operação, levou os analistas a acreditarem que os títulos iam entrar no mercado a valer muito mais mas... a estreia do Facebook em bolsa ficou aquém das expectativas. A forte afluência dos investidores e problema técnicos na Nasdaq obrigaram a atrasar o início das transacções em meia-hora. O início da negociação ficou marcado por uma forte valorização até aos 45 dólares, que rapidamente se esfumou. Para a história fica uma valorização de 0,6% na primeira sessão, muito menos que os 18% do Google, em 2004, ou do que os 109% do Linkedin, há um ano.