Notícia
Revista do ano: Abril
Em véspera de fim-de-semana de Páscoa, o Governo surpreende o País ao suspender o regime que permitia requerer a reforma antecipada. "Há medidas que ou se tomam desta maneira ou não se tomam", disse mais tarde o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, a propósito da forma como a decisão foi anunciada.
Os momento nacionais
Governo proíbe reformas antecipadas. 5 de Abril. Quinta-feira. Véspera de fim-de-semana de Páscoa. Final de tarde. O Governo surpreende o País ao aprovar em Diário da República a suspensão do regime que previa a possibilidade de requerer antecipadamente a reforma. A medida vigorará até ao final da ajuda externa. A publicação deste diploma concluiu um processo que decorreu em quase total de sigilo, possivelmente para evitar uma corrida às reformas.
2 de Abril Governo obriga Caixa a aceitar OPA da Camargo à Cimpor. O Governo, através do ministro das Finanças e de António Borges, impôs à Caixa Geral de Depósitos a venda dos 9,6% da Cimpor na OPA lançada pela Camargo Corrêa.
4 de Abril Vice do PS demite-se contra tratado europeu e código laboral. Semana negra para António José Seguro. Após a rebelião do partido contra a primeira versão dos estatutos e da dura crítica de Marcelo, Seguro perde o apoio de um dos seus vices, Pedro Nuno Santos.
4 de Abril Faria de Oliveira é o novo líder da APB. O presidente não executivo da Caixa Geral de Depósitos é eleito líder da Associação Portuguesa de Bancos.
9 de Abril Governo aliena 15% de HCB. Os 15% que Portugal ainda detinha em Cahora Bassa foram avaliados em 74 milhões de euros. O Estado moçambicano pagou 35,6 milhões de euros por 7,5% e os restantes 7,5% passaram a ser controlados pela REN.
12 de Abril Aumento de capital do BES. O sucesso da operação esteve garantindo desde o início devido à participação do núcleo duro de accionistas e de bancos estrangeiros, como os franceses do Crédit Agricole. O aumento de capital prevê a emissão de 2.555.688.387 novas acções com um preço de subscrição de 0,395 euros cada. O BES encaixa 1,01 mil milhões de euros com a operação.
23 de Abril Itaú sai do capital do BPI. O Banco BPI perdeu o parceiro histórico brasileiro e passou a ter um novo dono. A saída do Itaú da estrutura accionista do banco tornou claro que os catalães do La Caixa são os donos da instituição liderada por Fernando Ulrich. O Itaú justificou a saída do capital do BPI com "a concentração dos seus interesses e projectos de expansão no segmento da banca comercial na América Latina".
Os momento internacionais
10 de Abril Facebook compra Instragram. O Facebook adquire, por cerca de mil milhões de dólares (763 milhões de euros), em dinheiro e em acções, a aplicação de partilha de fotografias Instagram. "Durante anos, focalizámo-nos em criar a melhor experiência possível de partilha de fotos com os vossos amigos e família. Agora, estaremos preparados para colaborar ainda mais estreitamente com a equipa da Instagram, de modo a oferecermos também as melhores experiências de partilha - de fotos tiradas pelos telemóveis - com outras pessoas, com base nos vossos interesses", escreveu Mark Zuckerberg na rede social.
11 de Abril Crise da dívida agrava-se em Espanha. O efeito tranquilizador das injecções de liquidez do BCE esfumou-se e a taxa implícita na dívida a 10 anos voltou aos 6%. O Governo tenta acalmar os ânimos e avança com medidas de contenção da despesa pública. A 9 de Abril, anuncia cortes nas áreas da saúde e educação – sectores geridos pelas administrações regionais. O plano, que grangea a Mariano Rajoy fortes críticas pela forma como foi apresentado, tem como objectivo poupar 10 mil milhões de euros.
16 de Abril Argentina expropria Repsol e fica com 100% da YFP. A 16 de Abril, Cristina Kirchner anuncia a decisão de expropriar 51% da Repsol na YPF. "Ele sempre sonhou recuperar a YPF para o país, sempre, sempre", disse, num tom emocionado, Cristina Kirchner invocando o marido, Néstor Kirchner, no anúncio público da expropriação. A decisão provoca tensão entre a Argentina e Espanha e o Governo de Rajoy retalia com o aumento das quotas de produção de biocombustível.
23 de Abril Hollande ganha primeira volta das presidenciais francesas. O candidato socialista ganha a primeira volta das presidenciais francesas e segue com Nicolas Sarkozy para a segunda volta (6 de Maio). Seguem-se duas semanas de campanha, com início a 27 de Abril, em que Sarkozy e Hollande vãu tentar captar os abstencionistas. Mas também o eleitorado que apostou em Marine Le Pen, à direita, e, à esquerda, em Jean-Luc Mélenchon, o candidato surpresa, apoiado pelo Partido Comunista Francês, que recolheu mais de 10% dos votos.