Os momentos nacionais

Álvaro Santos Pereira treme mas não cai. A passagem da coordenação dos fundos comunitários do QREN para o ministério de Vítor Gaspar gera mal-estar dentro do Governo. Santos Pereira terá mesmo ameaçado demitir-se, depois de perder mais um "pelouro" do seu "super-ministério". A 5 de Março, o primeiro-ministro reuniu-se de emergência com Santos Pereira, que se manteve no cargo, e na quarta-feira (7 de Março) a proposta foi aprovada.

7 de Março. Caso Lusoponte. Passos Coelho foi para o debate quinzenal do dia 7 de Março preparado para responder a tudo o que estivesse ligado à polémica que a "transferência de poderes" no QREN gerou. Mas não ia preparado para a curta e incisiva questão com que Francisco Louçã abriu o debate: houve um duplo pagamento de portagens à Lusoponte? Na primeira intervenção que fez, Passos Coelho mostrou não saber do que se tratava. Perante a insistência de Louçã, disse que o secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, lhe tinha dito que a indemnização, no valor de 4,4 milhões de euros, ocorreu porque a Estradas de Portugal reteve as verbas cobradas em Agosto. Contudo, ainda nessa quarta-feira, a Lusoponte disse ter recebido o dinheiro. Passos Coelho foi criticado por não ter conhecimento deste dossiê e, ontem, o PS até chegou a pedir a demissão de Sérgio Monteiro.

7 de Março BPI, BCP e CGD participam no perdão de dívida grega. O BCP, com 718 milhões em obrigações emitidas pelo país,  provisionou 459 milhões em perdas. Já a instituição presidida por Fernando Ulrich provisionou uma perda de 339 milhões de euros nos resultados de 2011. O banco público registou uma imparidade de 133 milhões de euros na dívida helénica.

9 de Março Manso Neto assume a liderança da EDP Renováveis. Na administração da EDP desde 2006, Manso Neto assume em Março deste ano a liderança da EDP Renováveis.

9 de Março CDG vende 11% da Zon. A operação promete ser o tiro de partida no movimento de consolidação envolvendo a empresa de Rodrigo Costa.

14 de Março Secretário de Estado da Energia demite-se do Governo. A 7 de Março, no ISEG, esperava-se que o secretário de Estado da Energia fizesse uma intervenção. Henrique Gomes não apareceu. Foi-lhe dada ordem para não falar mais sobre o tema da energia e do problema das rendas excessivas na EDP. Essa foi a gota de água que levou o ex-colega de Pedro Passos Coelho na Fomentinvest a bater definitivamente com a porta. É substituído por Artur Trindade.

30 de Março José de Mello e Arcus lançam OPA à Brisa.

Os momentos internacionais

2 de Março Rajoy pede a Bruxelas para flexibilizar metas do défice. O presidente do Governo de Espanha, Mariano Rajoy, pede à Comissão Europeia para suavizar as metas de redução do défice. O Executivo espanhol aponta para um saldo orçamental negativo de 5,8% em 2012, mais 1,4 pontos percentuais do que na anterior previsão. 

4 de Março Vladimir Putin vence as eleições presidenciais. Após quatro anos de interregno – período em que foi primeiro-ministro – o "czar" Vladimir Putin regressa ao Kremlin. Vence as eleições com 63,60% dos votos. Promete diversificar a economia e reequipar as forças armadas. Mas é alvo de duros protestos. Acusam-no de controlar um processo eleitoral pouco transparente e "claramente distorcido".

6 de Março Super terça-feira nos Estados Unidos. Prosseguem as primárias nos Estados Unidos. Super terça-feira é dia de votação em 10 Estados norte-americanos para os eleitores do Partido Republicano. Mitt Romey vence em seis dos 10 Estados e impõe-se ao seu principal adversário Rick Santorum (suspendeu a campanha a 10 de Abril de 2012).  

7 de Março Apple apresenta novo iPad 3. O novo tablet tem um processador mais rápido, um ecrã mais nítido e uma opção de banca larga sem fios com acesso mais veloz. A 20 de Março, a empresa anuncia que pagará dividendos pela primeira vez desde 1995. 

18 de Março Joachim Gauck é o novo presidente da Alemanha. Joachim Gauck é eleito como 11º presidente da Republica Federal da Alemanha. Antigo activista e dissidente da Alemanha de Leste, Gauck foi eleito com 991 dos 1.228 votos da Convenção Federal (órgão que elege o presidente e que junta deputados alemães com representantes dos 16 estados).

Ao longo dos próximos dias o Negócios vai recordar os momentos mais importantes de cada mês deste ano.