Notícia
Portugal deve organizar JMJ mas custos deviam ser da Igreja
A maioria dos portugueses aprova a realização da Jornada Mundial da Juventude em Portugal, contudo a organização do evento merece nota negativa por parte dos inquiridos do barómetro da Intercampus.
A poucos meses da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que decorre em Lisboa entre 1 e 6 de agosto, a organização do evento tem estado envolta em várias polémicas.
Considerada o maior acontecimento da Igreja Católica, a JMJ deve trazer ao país cerca de 1,5 milhões de pessoas e conta com a presença do Papa Francisco. Na sondagem da Intercampus para o Negócios, o Correio da Manhã e a CMTV, a maioria dos inquiridos considera que a realização do evento é positiva para Portugal. Assim, 69% apoia a JMJ em Lisboa, enquanto 23,1% considera que o país não devia organizar este acontecimento religioso.
No entanto, quando é questionado se o Estado português deve ajudar a pagar a iniciativa da Igreja, uma clara maioria de quase dois terços dos inquiridos (62,5%) discorda. Ainda assim, 33,7% dos inquiridos considera que o Estado deve participar nos custos da Jornada Mundial da Juventude.
No final do mês de janeiro, o Ministério dos Assuntos Parlamentares informou que os compromissos assumidos pelo Estado na JMJ podem ir até 21,8 milhões de euros, a que se somam outros 8,2 milhões de um contrato adjudicado pela Infraestruturas de Portugal para a deslocação do terminal de contentores.
"Total da despesa do Estado: 30 milhões de euros", sem ser aqui considerado o imposto sobre o valor acrescentado (IVA), já que este reverte a favor do Estado, disse o Governo na nota, onde acrescentou que "o Estado participará também através do apoio, nomeadamente, na área da saúde, segurança, socorro e mobilidade".
A realização da Jornada Mundial da Juventude em Lisboa terá um custo de pelo menos 161 milhões de euros, segundo as estimativas apresentadas pela Igreja Católica, pelo Governo e pelos municípios de Lisboa e Loures.
Finalmente, a sondagem da Intercampus pergunta se o polémico palco devia ser construído ou se devia ser encontrada outra solução. Neste caso, a esmagadora maioria dos inquiridos (87,2%) entende que o custo do palco não é uma solução aceitável, devendo ser encontrada uma alternativa.
Contudo, há que sublinhar que na altura em que o barómetro foi realizado, o custo do palco ascendia a 5 milhões de euros. O valor foi revisto na semana passada para 2,9 milhões de euros.
Ficha técnica
Objetivo: Sondagem realizada pela Intercampus para o Negócios, CM e CMTV, com o objetivo de conhecer a opinião dos portugueses sobre diversos temas da política nacional, incluindo a intenção de voto em eleições legislativas. Universo: População portuguesa, com 18 e mais anos de idade, eleitoralmente recenseada, residente em Portugal Continental. Amostra: A amostra é constituída por 602 entrevistas, com distribuição proporcional por género, idade e região. Seleção da amostra: A seleção do lar fez-se através da geração aleatória de números de telefone fixo / móvel. No lar a seleção do respondente foi realizada através do método de quotas de género e idade (3 grupos). Foi elaborada uma matriz de quotas por Região (NUTSII), género e idade, com base nos dados do Recenseamento Eleitoral da População Portuguesa (31/12/2020) da Direção Geral da Administração Interna (DGAI). Recolha da Informação: A informação foi recolhida através de entrevista telefónica, em total privacidade. Os trabalhos de campo decorreram de 3 a 10 de fevereiro de 2023. Margem de Erro: O erro máximo de amostragem deste estudo, para um intervalo de confiança de 95%, é de 4%. Taxa de Resposta: A taxa de resposta obtida neste estudo foi de: 60,7%.