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Novo regulamento de proteção de dados custa 140 milhões por ano às empresas

As contas são do Governo e resultam de inquéritos às empresas para avaliar e medir os encargos da implementação das novas regras do Regulamento Geral de Proteção de Dados. “Tentámos moderar excessos”, garante Tiago Antunes, secretário de Estado da PCM.

Lusa
22 de Maio de 2019 às 12:08
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O impacto da aplicação do novo Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD) terá um "impacto elevado" sobre as empresas que deverá ascender a "140 milhões de euros em termos líquidos".


O número foi avançado esta quarta-feira pelo secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, Tiago Antunes, na conferência "A Lei  Portuguesa de Proteção de Dados, desafios da Implementação", organizada pela Renascença e pela SGS Portugal.


O Governo fez uma "avaliação prévia do impacto legislativo, com uma estimativa de encargos e como as estimativas neste caso nos davam a entender que o regulamento seria gerador de elevados encargos, decidimos também fazer um estudo para avaliar e medir os encargos efectivos", explicou Tiago Antunes.


Assim, ao longo do último ano - desde a entrada em aplicação do RGPD, a 25 de maio de 2018 - o Governo contou com a colaboração das empresas, nomeadamente através do envio de inquéritos. O estudo está ainda a ser concluído, mas o secretário de Estado adiantou já que a previsão é de um custo total para as empresas da ordem dos 170 milhões de euros, por contraponto a benefícios no valor de 30 milhões de euros. Contas feitas, um custo líquido global de 140 milhões de euros.


Além dos custos de implementação, as empresas e demais entidades que não cumpram as novas regras em matéria de proteção de dados arriscam multas elevadas, que no limite podem ir aos 20 milhões de euros ou 4% da faturação mundial. As coimas aplicar-se-ão tanto ao setor privado como ao setor público, sendo que este último poderá solicitar uma moratória de três anos junto da Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD), com a apresentação de um pedido fundamentado.


"Imagine-se o impacto que sanções deste tipo poderiam ter no nosso tecido empresarial", destacou Tiago Antunes, explicando que a opção do Governo acabou por ser "pela modulação" em matéria de coimas.


"Foi um regulamento feito muito a pensar nas grandes corporações multinacionais da informação, que fazem tratamento de dados em grande escala, o que justifica o tipo de sanções. Mas depois, quando o transferimos para a nossa realidade, muitas das soluções mostram-se desadequadas e desproporcionais", referiu. Por isso, "tentámos moderar alguns dos excessos", porque "tivemos logo a perceção que o regulamento traria grandes encargos para a nossa economia e empresas".


Recorde-se que a nova lei que vai concretizar na realidade jurídica portuguesa o RGPD está em fase final de aprovação no Parlamento, devendo ser aprovada em votação final global no início de junho.

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