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Nova administração vai reformar "plano Paulson"

A nova Presidência norte-americana quer reformular a aplicação da segunda metade do plano de salvamento financeiro, herdado do anterior governo, de forma a assegurar que os restantes 350 mil milhões de ajuda estatal surtam efeitos concretos na normalização do mercado de crédito

22 de Janeiro de 2009 às 00:01
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A nova Presidência norte-americana quer reformular a aplicação da segunda metade do plano de salvamento financeiro, herdado do anterior governo, de forma a assegurar que os restantes 350 mil milhões de ajuda estatal surtam efeitos concretos na normalização do mercado de crédito.

Ao primeiro dia no poder, os democratas acusaram a administração Bush de apenas ter favorecido as grandes instituições financeiras, em detrimento das pequenas empresas e das famílias em dificuldades.

"Temos que reformar seriamente este programa [plano Paulson] para permitir que haja suficiente crédito disponível para apoiar a recuperação. Iremos fazê-lo com condições mais apertadas para proteger os contribuintes e a transparência necessária para que os americanos vejam como e onde é que o seu dinheiro está a ser gasto e os resultados que tais investimentos estão a ter", disse Timothy Geithner, 47 anos, que ontem estava prestes a ser confirmado como novo secretário do Tesouro.

Sem adiantar pormenores sobre a reformulação do plano lançado no Outono após as operações estatais de salvamento e falência de instituições em Wall Street, aquele que será o máximo responsável financeiro dos EUA afirmou que Barack Obama irá ao Congresso nas próximas semanas para apresentar um novo "plano pormenorizado" que restrinja as condições de acesso às ajudas estatais.

A mudança na aplicação da segunda tranche do plano Paulson, já aprovada mas ainda não usada, justifica-se pelo baixo nível de aprovação dos primeiros fundos entre os norte-americanos, que não sentiram os efeitos das ajudas concedidas nos negócios e no crédito. Com esta alteração, Obama pretende aumentar a transparência no novo governo de forma a aumentar a confiança entre políticos e eleitores. Nessa lógica, para além de anunciar o congelamento dos salários mais altos pagos pelo Estado, o novo presidente decidiu ontem aumentar de um para dois anos o período de interregno obrigatório para que os responsáveis governamentais possam trabalhar numa área em que anteriormente tenham feito "lobby".

Equipa está quase toda aprovada

O ex-presidente da Reserva Federal de Nova Iorque passou ontem grande parte do dia no Senado a explicar por que não pagou 34 mil dólares de impostos entre 2001 e 2004 quando trabalhava no Fundo Monetário Internacional.

Porém, este "erro por descuido, evitável mas não intencional", como o considerou, não deverá impedir a nomeação para a equipa de Obama, numa altura em que a maior economia do mundo não pode continuar órfã de liderança num período de recessão. Já Hillary Clinton foi finalmente confirmada para o cargo de secretária de Estado, resolvidas as objecções do senador republicano John Cornyn, que argumentou potenciais conflitos de interesse pelo facto da fundação de Bill Clinton receber donativos do estrangeiro.

A antiga primeira dama, adversária de Obama nas primárias democratas, chefiará mesmo a diplomacia norte-americana, com o objectivo já assumido de dar um novo rumo à política externa do país. Estes dois nomes juntam-se a outros seis responsáveis que tinham sido confirmados três horas após a tomada de posse do novo presidente: Steven Chu (Energia), Arne Duncan (Educação), Janet Napolitano (Segurança Interna), Ken Salazar (Interior), Tom Vilsack (Agricultura) e Eric Shinseki (Veteranos).

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