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Passos Coelho: “Não podemos regressar aos salários e pensões de 2011”

Passos Coelho volta a dizer que os salários e pensões têm de ser cortados de forma permanente e desencadeia protestos de cidadãos nas galerias.

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05 de Março de 2014 às 16:04
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Pedro Passos Coelho afirmou esta quarta-feira, 5 de Março, que os salários e as pensões não podem voltar aos níveis que tinham em 2011, deixando claro que a sua intenção é não voltar a repor os níveis de poder de compra do início da década.

 

“Não podemos regressar ao nível salarial de 2011 nem ao nível das pensões de 2011” declarou Pedro Passos Coelho durante o debate quinzenal que decorre esta tarde na Assembleia da República.

 

Foi numa réplica a António José Seguro, que acusou o primeiro-ministro de esconder o jogo da austeridade para não estragar as eleições europeias, que Passos Coelho fez a declaração peremptória sobre a necessidade de manter cortes permanentes nos salários e pensões. E acrescontou que “não somos nós que temos falta de coragem para apresentar medidas, é o PS que até hoje não conseguiu apresentar nenhuma”.

 

A declaração do primeiro-ministro agitou as bancadas da oposição mas, sobretudo, as galerias, onde um grupo de cidadãos assistia ao debate e que levou à evacuação parcial das mesmas.

 

Passos Coelho reiterou que o Governo está a preparar um estudo para cortar as pensões de forma permanente, e que virá aí um novo quadro de cortes na Administração Pública –quer ao nível da criação de uma tabela remuneratória única quer através de uma simplificação dos suplementos, como já especificavam os relatórios do FMI e da Comissão Europeia.

 

“Voto arrecadado, factura apresentada”

António José Seguro ripostou dizendo que o PS “não será cúmplice na sua estratégia de empobrecimento do País”.

 

Na hora de se juntar ao debate, Jerónimo de Sousa aproveitou para acusar o Governo de “falta de lealdade”, por ter andado a dizer que as medidas de austeridade seriam temporárias. O líder do PCP desafiou o primeiro-ministro a detalhar essas medidas, em vez de as esconder.

 

“Até às eleições vamos assistir aos sucessos” da estratégia. Em Junho, após as eleições europeias, “voto arrecadado, factura apresentada”, resumiu o líder do PCP.

 

Catarina Martins, do Bloco de Esquerda, afinou pelo mesmo diapasão. Acusando o Governo de ter dado o dito pelo não dito, pelo facto de ter garantido que muitos cortes seriam temporários, a deputada afirmou que "todos sabemos o que quer dizer tabela remuneratória única". Significa "salários mais baixos".

 

Ao longo do debate, o primeiro-ministro foi desafiado a levantar o véu sobre os cortes do Orçamento do Estado para 2015, nomeadamente nas áras das pensões e dos salários, mas Passos Coelho recusou-o. "Evidentemente não podemos fazer o Orçamento do Estado para 2015 em Março", afirmou. Contudo, o documento de estratégia orçamental já vai  revelar a trajectória de correcção orçamental a médio prazo, esclareceu.

 

(Notícia actualizada com mais declarações)

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