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JPMorgan diz que Portugal não conseguirá financiar-se nos mercados em 2013

Estratega do banco norte-americano de investimento sublinha os juros de 20% implícitos nas obrigações soberanas a cinco anos. E diz que Portugal terá de pedir segundo pacote de ajuda ainda este ano.

27 de Janeiro de 2012 às 16:01
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Duas semanas depois de a Standard & Poor’s ter cortado o “rating” da República Portuguesa para a categoria de “lixo” – o que significa que a dívida pública de longo prazo deixou de ser considerada grau de investimento – as “yields” das obrigações têm subido fortemente.

Hoje, os juros implícitos na maturidade a cinco anos superaram os 20%. E assim será difícil o País aceder aos mercados de financiamento já no próximo ano. Nikolaos Panigirtzoglou, estratega do JPMorgan, vai mesmo mais longe: “Isto torna impossível Portugal aceder aos mercados da dívida em 2013”.

“[Portugal] é um país que ainda depende do sector oficial em termos de financiamento do seu défice de transacções correntes e de reembolsos, e isto torna certo que Portugal vai precisar de um segundo pacote de resgate em finais deste ano”, acrescentou, citado pela Reuters.

Esta convicção vem um pouco ao encontro do que pensam os economistas britânicos Matthew Lynn e Shaun Richards. Lynn, CEO da consultora Strategy Economics, disse esta semana que um “default”, como o da Grécia, pode ser visto como um acidente isolado. Mas que um segundo caso de incumprimento – e disse ao Negócios que não tem dúvidas de que isso acontecerá – já será uma crise sistémica, pelo que considera que será Portugal a destruir o euro.

Já Shaun Richards escreveu hoje que Portugal e Espanha saltarão a fase da recessão e entrarão directamente numa fase de depressão. Além disso, acrescentou, Portugal deverá ter de pedir aos seus credores privados um perdão da dívida (“haircut”) que poderá ascender a 50%.

Também hoje, o director de estratégia da Standard Life Investments, Richard Batty, sublinhou, citado pela Reuters, que “o que está a acontecer neste momento em Portugal é muito preocupante e o mercado está a questionar-se até que ponto é que Portugal será igual à Grécia”.

Recorde-se, contudo, que Carlos Moedas se mantém optimista. Hoje, o secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro salientou hoje que Portugal está a fazer o essencial para não precisar de um segundo resgate.

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