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João Lourenço garante que Sonangol fica no BCP
O chefe de Estado angolano assegura que a estatal petrolífera Sonangol não pretende sair do capital do BCP. João Lourenço compromete-se ainda a realizar todos os esforços para recuperar as fortunas que saíram de forma ilícita do território angolano.
O presidente de Angola, João Lourenço, garantiu este sábado, 24 de Novembro, que a Sonangol não vai sair do capital social do BCP.
Em declarações aos jornalistas portugueses, o chefe de Estado angolano disse ter sido abordado pelo presidente de uma empresa, esta sexta-feira, no Porto, o qual o terá questionado sobre a eventualidade de a petrolífera angolana alienar a posição detida na empresa por si liderada.
João Lourenço revelou ter respondido que poderia ficar "descansado" e, num momento posterior, quando questionado sobre se em causa estaria um banco respondeu afirmativamente, o que significa que se estaria a referir ao BCP.
Nesta mesma conferência colectiva com jornalistas portugueses, o governante angolano desafiou "os investidores portugueses a fazerem as malas" e a irem para Angola, sobretudo as PME de sectores como a agricultura, a indústria ou o turismo.
Quanto à questão dos capitais ilícitos que Angola quer ver repatriados e confrontado com a possibilidade de Portugal ser o principal esconderijo desse dinheiro, João Lourenço respondeu apenas: "não confirmo". E adiantou que as "fortunas estarão espalhadas pelo mundo fora" e que o seu governo fará todos os esforços "para tentar localizar essas fortunas".
Desafiado a dar uma nota de 0 a 10 às relações bilaterais entre Portugal e Angola, o chefe de Estado diz "que não existem obstáculos pelo caminho". "Não posso dar nota 10 porque o objectivo é chegar ao 10, ou seja, à excelência, mas as relações são muito boas", acrescentou.
João Lourenço, que tomou posse como presidente de Angola em Setembro do ano passado, admitiu ainda a possibilidade de concorrer a um segundo mandato.