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Juros alemães recuam para mínimos com investidores a protegerem-se das tensões geopolíticas

As tensões geopolíticas estão a provocar a fuga dos investidores da periferia em busca de refúgios: activos considerados seguros e estáveis, mesmo que com menor perspectiva de lucro. Juros da dívida alemã regista mínimos históricos.

08 de Agosto de 2014 às 10:41
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O aumento da aversão ao risco está a provocar uma fuga dos investidores dos países periféricos europeus em busca de dívida alemã.

 

As tensões geopolíticas explicam esta procura dos investidores por activos considerados seguros e estáveis. Os mercados estão principalmente apreensivos com a luz verde dada por Barack Obama para os Estados Unidos bombadearem posições do grupo Estado Islâmico do Iraque e do Levante no Iraque.

 

fim do cessar fogo entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza também está a causar preocupações entre os investidores, assim como a tensão com a Rússia no Leste da Ucrânia, com Moscovo a responder ao Ocidente impondo um embargo a produtos agro-alimentares.

 

As taxa de juro das "bunds", independentemente da maturidade, estão todas a cair na sessão desta sexta-feira, 8 de Agosto. A taxa de juro implícita na dívida alemã a 10 anos está a negociar nos 1,025%, uma queda de 3,7 pontos base face ao valor de fecho da sessão de ontem, de acordo com os preços genéricos da Bloomberg. Esta taxa situa-se em mínimos históricos, sendo necessário recuar até o início do século XIX para encontrar um valor mais baixo, segundo a Reuters. 

 

Já nas maturidades a curto (2 anos) e a médio prazo (5 anos), os juros das bunds descem 0,6 pontos e 1,3 pontos para 0,001% para 0,24%, respectivamente. A taxa de juro associada à dívida alemã a dois anos já esteve esta manhã nos -0,005%, o que significa que os investidores que compraram estas obrigações estão a assumir que vão receber, na maturidade, menos dinheiro do que o investimento realizado.

 

Em contraste, a "yield" da dívida a 10 anos nos países periféricos está a subir. Itália regista um aumento de 2,9 pontos para os 2,901%. Já em Portugal a subida é de 6,8 pontos para os 3,918%. Espanha, por sua vez, regista uma ligeira queda de 0,1 pontos para os 2,625%.

 

Nas obrigações a médio prazo (5 anos), a situação é de subida generalizada nos juros dos periféricos. Em Portugal sobe 9,0 pontos para os 2,490%; em Espanha cresce 0,9 pontos para os 1,204% de juro e em Itália aumenta 2,3 pontos para os 1,384%.

 

A curto prazo o cenário é semelhante: com subidas nos países do Sul da Europa. Os juros das obrigações do tesouro portugueses sobem 2,5 pontos para os 0,774%; Espanha regista uma subida de 0,1 pontos para os 0,350%; em Itália verifica-se um aumento de 1,4 pontos para os 0,525%.

 

Mas além da procura por bunds, também se regista um aumento da procura de dívida francesa por parte dos investidores. No longo prazo, os juros das obrigações gaulesas descem 3,1 pontos para os 1,457%; no médio, a queda é de 1,1 pontos para os 0,493%; no curto prazo, a descida é de 0,2 pontos para os 0,75%.

 

O facto da dívida francesa ser considerada segura, mas pagar ao mesmo tempo juros mais elevados que a alemã está a provocar um aumento da procura por estas obrigações no Japão, segundo a Bloomberg. Em Junho e Julho, os investidores nipónicos compraram em leilão mais de 80% desta dívida colocada no mercado, num total de 29,3 mil milhões de dólares, segundo a Bloomberg.

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