O Banco de Portugal reviu em baixa a previsão para o índice de preços no consumidor antecipando uma quebra da inflação de 0,5%, este ano, contra a previsão avançada no boletim de Inverno de descida de 0,2%. A instituição afasta, no entanto, um cenário de deflação.

Depois de um aumento de 2,7% em 2008, a actual projecção do Banco de Portugal aponta para que o Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) registe uma descida de 0,5% por cento em 2009, seguida por um aumento de 1,3% em 2010.

A redução projectada dos preços no consumidor para este ano “não representará uma situação de deflação na medida em que traduzirá uma redução temporária e não generalizada”, assegura a instituição liderada por Vítor Constâncio.

A evolução da taxa de inflação é condicionada pela queda dos preços da componente energética, de 7,2% (o que compara com um aumento de 6,6 por cento em 2008).

Acomponente não energética do IHPC, que representa cerca de 90% do cabaz de bens e serviços deverá abrandar de forma pronunciada de uma taxa de variação média anual de 2,2 por cento em 2008 para 0,2 por cento em 2009, seguido de um aumento de 0,7 em 2010, segundo as projecções divulgadas no Boletim económico de Verão.

O crescimento dos preços no consumidor projectado para 2010 reflecte a previsão de aumento dos preços dos bens energéticos, de 5,9%, “num contexto de subida continuada do preço do petróleo, assim como uma ligeira aceleração dos preços dos bens não energéticos e serviços, num quadro de moderação dos custos unitários do trabalho, que deverá permitir alguma recuperação das margens de lucro”.