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França pede que sejam dados passos para uma mutualização da dívida de curto prazo

Ministro das Finanças da França pediu, em Berlim, que a Zona Euro dê os primeiros passos para que sejam criados mecanismos que permitam a mutualização da dívida com maturidade até um ano. Moscovici assinalou ainda que a França tem de cortar na dívida pública.

França pede que sejam dados passos para uma mutualização da dívida de curto prazo
30 de Outubro de 2012 às 12:52
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Na capital da Alemanha, o ministro das Finanças da França, Pierre Moscovici, pediu para que a Zona Euro dê os primeiros passos na direcção de mutualização da dívida de curto-prazo, fazendo questão de ressalvar que não estava a falar de Eurobonds.

"Não estamos mais a falar de Eurobonds. Sei que isso é uma linha vermelha na Alemanha, para alguns, nomeadamente, o actual Governo", afirmou Moscovici citado pela Reuters.

"O que quero dizer é que temos de abordar a questão da dívida em conjunto e este tema tem de ser apoiado pelos 17 Estados-membros da Zona Euro de forma a congregar alguns instrumentos de financiamento de curto prazo dos países que permitam dar o primeiro passo na direcção de alguma forma de mutualização da dívida", acrescentou.

Esta proposta de criação de instrumentos comuns para a dívida de curto prazo, com maturidade inferior a um ano, para países do euro surgiu no final de 2011. Esta ideia – apelidada de Eurobills - tem a assinatura de dois economistas, um dois quais actual assessor de Moscovici, Thomas Philippon. A proposta previa a criação de um novo departamento de gestão da dívida. A emissão desta dívida, com maturidade até um ano, estava dependente do cumprimento dos objectivos orçamentais e das metas económicas de cada Estado-membro.

É "absolutamente necessário" que a França reduza a dívida

Quanto a assuntos domésticos, o ministro das Finanças gaulês defende que Paris tem de reduzir a sua dívida. Em Berlim – e na conferência em que participou com o seu homólogo germânico – Pierre Moscovici assumiu que é "absolutamente necessário" que a França reduza o peso da sua dívida pública, de acordo com a Bloomberg.

O Governo francês tem vindo a ser pressionado pelos grandes empresários para que tome medidas que ajudem a restaurar a competitividade da segunda maior economia da Zona Euro. Os empresários gauleses pretendem que o governo corte em 30 mil milhões de euros os impostos sobre os salários (contribuições para a Segurança Social) durante os próximos dois anos, assinalou o "Financial Times" no passado domingo.

Os presidentes de empresas cotadas no principal índice bolsista francês (CAC 40) enviaram uma carta a Hollande – que deverá ter sido entregue esta segunda-feira – na qual apelam ainda a um corte de 60 mil milhões de euros na despesa do Estado, o equivalente a 3% do PIB francês, durante os próximos cinco anos. Para os empresários, "com uma despesa [pública] recorde de 56% do PIB, atingimos o limite do que é tolerável".

"Solução completa" para a Grécia em Novembro

Depois de ontem o presidente francês, François Hollande, ter pedido que do encontro do Eurogrupo - que deverá ter lugar já em Novembro - saia uma solução para a crise grega, hoje foi a vez dos titulares das Finanças, quer da França quer da Alemanha, reiterarem esta intenção.

Em Berlim, Moscovici sublinhou que a Alemanha e a França "partilham a determinação de que a Grécia se mantenha na Zona Euro" e que "faça as reformas necessárias para assegurar a integridade do euro através destes esforços", citado pela Reuters.

Por seu turno, Wolfgang Schäuble, apontou que "continuamos a desejar uma solução completa no mês de Novembro para pôr fim à incerteza" e assegurou que estão a ser realizados todos os esforços possíveis para encontrar resposta para a crise grega.
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