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Ex-expião enviou a Relvas plano de reforma das secretas quando já estava na Ongoing

Era já administrador da Ongoing, quando Silva Carvalho enviou um e-mail ao ministro Miguel Relvas propondo os seus nomes de confiança para cargos dirigentes nas secretas. A informação constará da acusação do Ministério Público, revelada pelo "Público" e outros jornais. O "Correio da Manhã" diz que a Ongoing paga ao ex-espião 40 mil euros por mês.

10 de Maio de 2012 às 09:54
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O jornal “Público” escreve hoje que algum tempo depois das eleições legislativas de Junho de 2011, Jorge Silva Carvalho, então já quadro da Ongoing, enviou, por correio electrónico, ao ministro dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, um relatório detalhado com um plano para reformar os serviços de informação, propondo para directores do SIS (Serviço de Informações de Segurança) e do SIED (Serviço de Informações Estratégicas de Defesa) funcionários da sua confiança e apontando ainda os nomes daqueles que não deveriam assumir cargos dirigentes.

O conteúdo deste email surge num dos apensos do despacho de acusação do Ministério Público (MP), no qual Silva Carvalho, Nuno Vasconcellos, presidente da Ongoing, e João Luís, ex-agente do SIED, são acusados da prática de diversos crimes. O documento, sublinha o jornal, confirma a notícia que este tinha avançado no fim de Janeiro, que foi desmentida publicamente por Miguel Relvas e, no dia anterior, pelo gabinete do primeiro-ministro.

O jornal “i” escreve por seu turno que Silva Carvalho, ainda ao serviço do SIED, enviava resumos diários da imprensa nacional (“clipping”) para Miguel Relvas era este secretário-geral do PSD. Já então também vários responsáveis da Ongoing recebiam igualmente das secretas esse resumo diário, com o jornal a citar Nuno Vasconcellos, José Eduardo Moniz, Rafael Mora e AntónioCosta (director da Diário Económico). Confrontando com a notícia, Miguel Relevas respondeu ao “i” o mesmo que ao “Público”: recebe informações de várias fontes, não se recorda dessa em particular mas “disso não resulto qualquer interacção da minha parte”.

Também o ”Correio da Manhã” faz manchete com Silva Carvalho, referindo que este foi contratado pela Ongoing com a promessa de um salário mensal de 40 mil euros, com base em informação trocada por SMS pelo ex-espião e Nuno Vasconcellos, patrão da Ongoing, referida no processo. Elevada remuneração, acrescenta o jornal, está a ser considera pela investigação como indício de contrapartida de favores anteriormente concedidos à empresa.
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