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Espanhola Calviño sai da corrida para liderar FMI

Depois de a primeira ronda de votações ter terminado, como esperado, sem que nenhum dos pretendentes recebesse apoio de uma maioria qualificada dos ministros das Finanças da UE, o governo espanhol decidiu retirar a candidatura de Nadia Calviño num esforço de promoção de "consenso" em torno de um candidato único europeu.

Comissária do Orçamento: Naldia Calviño
Reuters
02 de Agosto de 2019 às 11:27
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Já são apenas três os pretendentes à liderança do Fundo Monetário Internacional (FMI) a participar nas votações em curso para a escolha de um candidato europeu para a sucessão de Christine Lagarde na instituição sediada em Washington. No final da primeira votação entre os ministros das Finanças da União Europeia, que terminou sem que nenhum dos quatro concorrentes recebesse a exigida maioria qualificada de apoio, o governo espanhol decidiu retirar a candidatura de Nadia Calviño para assim "promover o consenso entre os países da UE a fim de eleger uma candidatura comum".

A justificação dada por Madrid para a desistência da sua ministra das Finanças, é idêntica àquela que foi ontem apresentada por Mário Centeno quando anunciou que não participaria em nenhuma das votações que decorrem esta sexta-feira para "contribuir" para uma escolha consensual.

No entanto, a auto-exclusão de Centeno foi decidida, confirmou o Negócios junto de fonte próxima do Governo, com base na convicção de que nenhum dos candidatos consiga obter os votos necessários, o que permite ao ministro português das Finanças poupar-se ao desgaste inerente a estas votações e poder surgir como solução caso persista o impasse.

Ou seja, Centeno decidiu não participar nas votações, mas sinalizou disponibilidade para, se necessário e se os congéneres europeus assim o entenderem, surgir como um "outsider" capaz de receber apoio maioritário. Por outro lado, ao retirar o nome das rondas de votações desta sexta-feira, Mário Centeno também evita desgastar-se e criar potenciais anti-corpos que pudessem, no futuro, criar obstáculos ao cargo que mantém de líder do Eurogrupo. 

Sul sem candidatos
Sem Centeno e sem Calviño, não resta nenhum candidato oriundo de um país do sul europeu. Participam agora nas votações Jeroen Dijsselbloem, ex-ministro das Finanças da Holanda e antecessor de Centeno no Eurogrupo, que esta semana esteve em Madrid e em Atenas para tentar recolher apoios; Olli Rehn, governador do banco central da Finlândia, e Kristalina Georgieva, diretora-executiva do Banco Mundial que é tida como aposta do presidente francês, Emmanuel Macron.

Para a eleição como candidato europeu ao FMI, é necessária uma maioria qualificada numa das votações que hoje decorrem, o que significa que é preciso o apoio de, no mínimo, 55% dos países que sejam representativos de pelo menos 65 da população europeia. A informalidade destas votações não elimina candidatos, mas à medida que decorre cada ronda de votações o candidato menos apoiado é convidado a sair da corrida pelo ministro francês das Finanças, Bruno Le Maire, responsável por liderar o processo de escolha do sucessor de Lagarde.

Historicamente, a chefia do FMI é entregue a um cidadãos europeu, enquanto a liderança do Banco Mundial é exercida por um americano.

O período para a apresentação formal de candidaturas decorre entre 29 de julho e 6 de setembro. Na semana passada, o FMI revelou que pretende ter o processo concluído até 4 de outubro.


(Notícia atualizada às 11:45)
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