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Durão Barroso admite défice acima de 1,8% do PIB em 2002
O défice orçamental deste ano será superior aos 1,8% do PIB previstos pelo actual Governo, disse Durão Barroso, líder do PSD, em declarações ao Negocios.pt, reiterando a meta de atingir a estabilidade orçamental em 2004.
«Este ano, o défice será maior do que está estipulado (1,8%), na medida em que vamos pôr as contas públicas certas» em caso de vitória nas eleições legislativas, adiantou Durão Barroso ao Negocios.pt, afastando a hipótese de traçar metas mais ambiciosas para 2002.
No entanto, o líder do PSD sublinhou que «é o nosso objectivo» atingir a estabilidade orçamental em 2004, dando cumprimento aos prazos assumidos por Portugal no Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC).
«Vamos fazer tudo ao nosso alcance para cumprir o PEC, mas consideramos importante que se conheça a verdade das contas públicas e não vamos, por causa desse objectivo, camuflar os números» do défice, acrescentou o mesmo responsável.
Durão Barroso sublinhou que em caso de vitória nas eleições de 17 de Março «vamos começar por conhecer a verdadeira situação do nosso défice orçamental e então sim aplicar o PEC, se necessário corrigindo a trajectória», mas com a meta a continuar a apontar para a obtenção de um «défice zero» em 2004.
Em 2001, o défice orçamental atingiu os 2,2% do PIB, o dobro da estimativa inicial traçada pelo Executivo liderado por António Guterres, que apontava para um défice de 1,1%.
A Comissão Europeia avançou recentemente com uma proposta de «alerta rápido» relativamente aos défices de Portugal e da Alemanha, pelo facto destes se estarem a aproximar do limite máximo de 3% fixado no âmbito do Programa de Estabilidade e Crescimento.
O Conselho dos ministros das Finanças da União Europeia (Ecofin) não chegou a votar aquela proposta, mediante um compromisso dos dois países de que o equilíbrio orçamental será atingida em 2004.
As metas revistas do PEC apresentadas pelo actual ministro das Finanças, Oliveira Martins, em Bruxelas, apontam para um défice orçamental de 1% do PIB em 2003, e para o equilíbrio no ano seguinte.