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BCE acredita que inflação vai cair abaixo dos 2% em 2023

A dois dias da reunião do BCE sobre a política monetária da Zona Euro, fontes próximas de Chistine Lagarde revelam que o banco central vai apontar para uma inflação abaixo dos 2% já em 2023.

#3 - Christine Lagarde
14 de Dezembro de 2021 às 19:28
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As novas projeções do Banco Central Europeu (BCE), que serão publicadas esta quinta-feira, depois da reunião do Conselho da instituição, vão apontar para uma inflação "ligeiramente abaixo da meta dos 2%, tanto para 2023 como para 2024", revelaram duas fontes próximas do assunto, contactadas pela Bloomberg.

Com esta estimativa, Christine Lagarde estará munida dos argumentos necessários para contrariar uma rápida subida dos juros diretores.

Relativamente à inflação do próximo ano, os governadores vão apontar ligeiramente acima dos 2,2% previstos em setembro, estimando-se depois uma descida paulatina, de acordo com as mesmas fontes.

A reunião do banco central da Zona Euro vai ocorrer depois do encontro da Reserva Federal norte-americana (Fed), e poderá um dos momentos mais marcantes no mandato de Lagarde, desde que assumiu o cargo em 2019, visto que os responsáveis de política monetária irão debater alterações às convencionais compras de ativos e a forma de reinvestir a dívida na maturidade quando acabar o Programa de Compras de Emergência Pandémica (na sigla anglo-saxónica, PEPP), em março.

Um inquérito realizado pela Bloomberg revela que a maioria dos economistas não espera um aumento dos juros diretores antes de 2023, ao passo que os mercados monetários estão a apostar numa subida de 10 pontos base em dezembro de 2022.

Depois de Jerome Powell, presidente da Fed, ter reconhecido que a inflação deve deixar de ser classificada como "transitória", Christine Lagarde mantém que a inflação é "temporária" e que vai baixar no próximo ano. Caso essa expectativa não se concretize, a líder do BCE garante que a instituição não hesitará em "agir", mas exclui um aumento das taxas de juro em 2022.

A taxa inflação anual na Zona Euro deverá ter disparado para 4,9% em novembro, segundo os dados do Eurostat, o gabinete de estatística da União Europeia. Estes 4,9% comparam com os 4,1% registados em outubro.

E "depois do adeus" ao PEPP?

Segundo avançou a Bloomberg na semana passada, o BCE está a estudar a possibilidade da criação um novo plano de emergência de subscrição de dívida, para ajudar os Estados a enfrentar possíveis calamidades no futuro.

O PEPP é um plano temporário de compra de títulos de dívida dos setores público e privado, com uma dotação inicial de 750 milhões de euros, abrangendo também as categorias de ativos elegíveis ao abrigo do atual programa de compra de ativos (Asset Purchase Programme - APP). O atual cheque de 1,85 biliões vai esgotar-se em março do próximo ano.

Segundo as fontes contactadas pela agência norte-americana, o Conselho liderado por Christine Lagarde vê com bons olhos o alargamento do período de reinvestimento, assim como a implementação de medidas que tornem o critério geográfico mais flexível.
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