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Lagarde mantém confiança de que inflação "irá recuar em 2022" após alertas de Powell

As palavras da presidente do BCE surgem três dias depois de o presidente da Reserva Federal norte-americana ter defendido que "está a na altura de retirar o termo transitório da inflação". Ao contrário da Fed, é "muito improvável" que o BCE aumente as taxas de juro em 2022, garante.

03 de Dezembro de 2021 às 10:43
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A presidente do Banco Cental Europeu (BCE), Christine Lagarde, afirmou esta sexta-feira que mantém a confiança de que a inflação é "temporária" e que vai baixar no próximo ano. Caso essa expectativa não se concretize, Christine Lagarde garante que BCE não hesitará em "agir", mas exclui um aumento das taxas de juro em 2022.

"Ohando para o perfil da inflação, parece uma curva. E uma curva eventualmente acaba por cair", referiu a presidente do BCE na conferência Reuters Next, numa altura em que a taxa de inflação tem vindo a aumentar significativamente na Zona Euro. "[No BCE] acreditamos firmemente e eu estou confiante de que a inflação irá recuar em 2022".

As palavras de Christine Lagarde surgem três dias depois de o presidente da Reserva Federal norte-americana, Jerome Powell, ter defendido que "está a na altura de retirar o termo transitório da inflação", sinalizando que a retirada de estímulos à economia norte-americana deve ser acelerada e que as taxas de juro podem vir a aumentar em breve.

Christine Lagarde concorda que a inflação da Zona Euro não deverá baixar para a desejada meta de 2% este ano, mas acredita que o índice de preços ao consumidor deverá dar sinais de recuo no próximo ano. Ainda assim, considera que "é um pouco prudente" dizer se a inflação irá de encontro à meta dos 2% no próximo ano.

Em novembro, a taxa de inflação homóloga da Zona Euro aumentou pelo quinto mês consecutivo, tendo-se fixando nos 4,9%. O valor, divulgado por uma estimativa rápida do Eurostat, é o mais alto desde que há informação disponível, ou seja, desde janeiro de 1997 (altura em que ainda não havia moeda única europeia).

Segundo Christine Lagarde, há "uma série de fatores" que dificultam as projeções sobre a inflação, com destaque para a incerteza em relação à pandemia. Mas, ao contrário de Jerome Powell, diz que é "muito improvável" que o BCE aumente as taxas de juro em 2022. "Se o fizéssemos, bloquearíamos o crescimento que estamos a ter", explicou.

Sublinha ainda que espera que o programa de compra de ativos de emergência (conhecido pela sigla PEPP) termine em março. A reunião do BCE de dezembro deverá dar "alguma clareza" sobre esse assunto.

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