"A minha visão é de que teremos alguma desaceleração no crescimento no curto prazo, mas depois uma forte recuperação contínua no médio prazo", salienta.
Notícia
Membro do BCE antevê inflação abaixo dos 2% mas alerta para riscos "em sentido ascendente"
Em entrevista à Bloomberg, Isabel Schnabel alerta que as ameaças à inflação estão a aumentar e que a subida do número de casos de covid-19 pode limitar retoma económica. Economista alemã defende ainda que "seria um erro" manter os estímulos monetários de emergência por "um longo período de tempo".
A representante alemã no Conselho Executivo do Banco Central Europeu (BCE), Isabel Schnabel, acredita que a inflação na Zona Euro poderá ficar abaixo dos 2%. Em entrevista à Bloomberg, alerta que as ameaças à inflação estão "em sentido ascendente" e que o aumento de casos de covid-19 pode limitar retoma económica.
Enquanto a inflação sobe, a chanceler Angela Merkel está a preparar um conjunto de restrições para travar os novos casos de covid-19 no país, o que poderá travar a retoma e aumentar os receios de estagflação, o que acontece quando a economia não cresce e o desemprego e os preços aumentam. Isso pode ser particularmente dramático, como se verificou com a crise dos combustíveis da década de 1970.
Porém, Isabel Schnabel está convicta de que a aplicação de medidas de contenção para mitigar a evolução da pandemia terá "um efeito travão sobre a atividade no curto prazo, em particular no setor dos serviços, mas não acredita num impacto de longo prazo. "Não acredito que isso vá atrapalhar a recuperação geral da Zona Euro", afirma.
Estímulos devem manter-se até março
Na mesma entrevista, Isabel Schnabel defende ainda que "seria um erro" manter os estímulos monetários de emergência por "um longo período de tempo". A economista diz que se deve colocar-se apenas duas questões no futuro: "que estímulos são necessários" e "que ferramentas pode ser usadas para dar esses estímulos".
Para a economista, é indiscutível que o programa de compra de emergência pandémica de 1,85 biliões de euros, conhecido como PEPP (sigla em inglês), deve terminar em março, mas que deve "certamente" manter-se alguma flexibilidade para lidar com uma potencial fragmentação do mercado. "Especialmente nesta fase de transição, isso é importante", conclui.