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Membro do BCE antevê inflação abaixo dos 2% mas alerta para riscos "em sentido ascendente"

Em entrevista à Bloomberg, Isabel Schnabel alerta que as ameaças à inflação estão a aumentar e que a subida do número de casos de covid-19 pode limitar retoma económica. Economista alemã defende ainda que "seria um erro" manter os estímulos monetários de emergência por "um longo período de tempo".

23 de Novembro de 2021 às 10:32
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A representante alemã no Conselho Executivo do Banco Central Europeu (BCE), Isabel Schnabel, acredita que a inflação na Zona Euro poderá ficar abaixo dos 2%. Em entrevista à Bloomberg, alerta que as ameaças à inflação estão "em sentido ascendente" e que o aumento de casos de covid-19 pode limitar retoma económica. 

"É plausível supor que a inflação caia para um valor abaixo da meta dos 2% no médio prazo", refere Isabel Schnabel, na entrevista. A econonimista alemã acrescenta, no entanto, que "os riscos para a inflação estão inclinados no sentido ascendente" e que "a incerteza aumentou em relação ao ritmo e à extensão da queda". 

As declarações de Isabel Schnabel antecedem os dados da inflação na Zona Euro que serão conhecidos na próxima semana e que se prevê que possam rondar os 6% na Alemanha, a maior economia europeia.

Enquanto a inflação sobe, a chanceler Angela Merkel está a preparar um conjunto de restrições para travar os novos casos de covid-19 no país, o que poderá travar a retoma e aumentar os receios de estagflação, o que acontece quando a economia não cresce e o desemprego e os preços aumentam. Isso pode ser particularmente dramático, como se verificou com a crise dos combustíveis da década de 1970.

Porém, Isabel Schnabel está convicta de que a aplicação de medidas de contenção para mitigar a evolução da pandemia terá "um efeito travão sobre a atividade no curto prazo, em particular no setor dos serviços, mas não acredita num impacto de longo prazo. "Não acredito que isso vá atrapalhar a recuperação geral da Zona Euro", afirma.

"A minha visão é de que teremos alguma desaceleração no crescimento no curto prazo, mas depois uma forte recuperação contínua no médio prazo", salienta.


Estímulos devem manter-se até março
Na mesma entrevista, Isabel Schnabel defende ainda que "seria um erro" manter os estímulos monetários de emergência por "um longo período de tempo". A economista diz que se deve colocar-se apenas duas questões no futuro: "que estímulos são necessários" e "que ferramentas pode ser usadas para dar esses estímulos".

Para a economista, é indiscutível que o programa de compra de emergência pandémica de 1,85 biliões de euros, conhecido como PEPP (sigla em inglês), deve terminar em março, mas que deve "certamente" manter-se alguma flexibilidade para lidar com uma potencial fragmentação do mercado. "Especialmente nesta fase de transição, isso é importante", conclui.
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