Notícia
Autarca da Marinha Grande estima que já tenha ardido 80% do Pinhal de Leiria
De acordo com o presidente da câmara da Marinha Grande, nesta altura já terá ardido cerca de 80% do Pinhal de Leiria. Paulo Vicente fala em "cenário devastador e dantesco" no concelho.
16 de Outubro de 2017 às 14:43
O presidente da câmara municipal da Marinha Grande, Paulo Vicente, estimou hoje que cerca de 80% do Pinhal de Leiria tenha sido consumido pelas chamas, depois de ter alertado para a falta de limpeza desta mata.
Contactado pela agência Lusa, o autarca retratou que "cerca de 80% da manta verde do Pinhal de Leiria já ardeu" e alertou para "todas as consequências que isso acarreta".
Paulo Vicente referiu que se vive um "cenário devastador e dantesco" no concelho.
Já no início de Agosto, o presidente da câmara da Marinha Grande se tinha mostrado preocupado com a falta de limpeza da Mata Nacional de Leiria, que ocupa dois terços do concelho, principalmente junto às estradas florestais.
Na altura, também a Quercus alertou para o desinvestimento do Estado nesta matéria, sobretudo na óptica da defesa da floresta contra incêndios.
"No que se refere à limpeza da mata, ela não estará assim tão bem quanto seria desejável, mas das informações que possuo do ICNF [Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas], eles têm pugnado para que esta limpeza seja feita", afirmou Paulo Vicente (PS), ressalvando que a mata "é exemplar" em termos de ordenamento e que está dividida por talhões e aceiros.
O autarca explicou há dois meses que compete às câmaras fazerem a gestão do combustível [limpeza] numa faixa mínima de 10 metros, em ambos os lados das vias, nas estradas municipais, obrigação que passa para a Infraestruturas de Portugal (IP), entidade que gere as Estradas Nacionais (EN) que atravessam o Pinhal de Leiria.
Também um investigador ouvido na altura pela agência Lusa alertou que a falta de limpeza, de manutenção e de tratamento da Mata Nacional de Leiria, que ocupa dois terços do concelho da Marinha Grande, poderiam potenciar a deflagração de incêndios e devastar grande parte do pinhal.
"O Pinhal de Leiria está sujeito a que aconteça um cataclismo enorme por falta de limpeza e de tratamento, que poderá provocar um incêndio que irá destruir a maior parte do Pinhal de Leiria", avisou Gabriel Roldão, 81 anos, estudioso do Pinhal de Leiria há mais de quatro décadas.
O também autor do livro "Elucidário do Pinhal do Rei", lançado em Março deste ano, contou que "deixou de existir a acção conservadora do Pinhal de Leiria", propriedade do Estado, com 11.080 hectares, dividido em 342 talhões e que tem como espécie principal o pinheiro-bravo.
O distrito de Leiria conta com 17 ocorrências, que estavam a ser combatidas, pelas 14:00, por 761 operacionais, 226 meios terrestres e três meios aéreos.
As centenas de incêndios que deflagraram no domingo, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram pelo menos 31 mortos e dezenas de feridos, além de terem obrigado a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas.
O primeiro-ministro, António Costa, anunciou que o Governo assinou um despacho de calamidade pública, abrangendo todos os distritos a norte do Tejo, para assegurar a mobilização de mais meios, principalmente a disponibilidade dos bombeiros no combate aos incêndios.
Portugal accionou o Mecanismo Europeu de Protecção Civil e o protocolo com Marrocos, relativos à utilização de meios aéreos.
Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos este ano, depois de Pedrógão Grande, no verão, um fogo que alastrou a outros municípios e que provocou 64 mortos e mais de 250 feridos.
Contactado pela agência Lusa, o autarca retratou que "cerca de 80% da manta verde do Pinhal de Leiria já ardeu" e alertou para "todas as consequências que isso acarreta".
Já no início de Agosto, o presidente da câmara da Marinha Grande se tinha mostrado preocupado com a falta de limpeza da Mata Nacional de Leiria, que ocupa dois terços do concelho, principalmente junto às estradas florestais.
Na altura, também a Quercus alertou para o desinvestimento do Estado nesta matéria, sobretudo na óptica da defesa da floresta contra incêndios.
"No que se refere à limpeza da mata, ela não estará assim tão bem quanto seria desejável, mas das informações que possuo do ICNF [Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas], eles têm pugnado para que esta limpeza seja feita", afirmou Paulo Vicente (PS), ressalvando que a mata "é exemplar" em termos de ordenamento e que está dividida por talhões e aceiros.
O autarca explicou há dois meses que compete às câmaras fazerem a gestão do combustível [limpeza] numa faixa mínima de 10 metros, em ambos os lados das vias, nas estradas municipais, obrigação que passa para a Infraestruturas de Portugal (IP), entidade que gere as Estradas Nacionais (EN) que atravessam o Pinhal de Leiria.
Também um investigador ouvido na altura pela agência Lusa alertou que a falta de limpeza, de manutenção e de tratamento da Mata Nacional de Leiria, que ocupa dois terços do concelho da Marinha Grande, poderiam potenciar a deflagração de incêndios e devastar grande parte do pinhal.
"O Pinhal de Leiria está sujeito a que aconteça um cataclismo enorme por falta de limpeza e de tratamento, que poderá provocar um incêndio que irá destruir a maior parte do Pinhal de Leiria", avisou Gabriel Roldão, 81 anos, estudioso do Pinhal de Leiria há mais de quatro décadas.
O também autor do livro "Elucidário do Pinhal do Rei", lançado em Março deste ano, contou que "deixou de existir a acção conservadora do Pinhal de Leiria", propriedade do Estado, com 11.080 hectares, dividido em 342 talhões e que tem como espécie principal o pinheiro-bravo.
O distrito de Leiria conta com 17 ocorrências, que estavam a ser combatidas, pelas 14:00, por 761 operacionais, 226 meios terrestres e três meios aéreos.
As centenas de incêndios que deflagraram no domingo, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram pelo menos 31 mortos e dezenas de feridos, além de terem obrigado a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas.
O primeiro-ministro, António Costa, anunciou que o Governo assinou um despacho de calamidade pública, abrangendo todos os distritos a norte do Tejo, para assegurar a mobilização de mais meios, principalmente a disponibilidade dos bombeiros no combate aos incêndios.
Portugal accionou o Mecanismo Europeu de Protecção Civil e o protocolo com Marrocos, relativos à utilização de meios aéreos.
Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos este ano, depois de Pedrógão Grande, no verão, um fogo que alastrou a outros municípios e que provocou 64 mortos e mais de 250 feridos.