Notícia
Incêndios provocam 36 mortos. António Costa pede "consenso" para reforma da floresta
Pelo menos 36 pessoas morreram nas centenas de incêndios que deflagraram no domingo, o pior dia do ano em fogos, confirmou a Autoridade Nacional da Protecção Civil.
- Número de mortos elevado para 27
- Protecção Civil confirma pelo menos 20 mortos
- Protecção Civil admitiu a possibilidade de 20 vítimas mortais
- Quatro mortos no concelho de Vouzela
- Vinte e cinco estradas cortadas nas regiões do Norte e Centro
- Governo declara calamidade pública em todos os distritos a Norte do Tejo
- Dezenas de feridos no Centro Hospitalar Tondela-Viseu
- Pelo menos três fábricas destruídas em Mira
- Ferro Rodrigues fala em "terrível combinação de fenómenos extremos"
- Médicos adiam greve agendada para quarta-feira
- Administração Interna cancela tomada de posse de director do SEF
- Cristas lamenta perda de vidas e diz ser necessário recuperar confiança no Estado
- Duas frentes de fogo avançam descontroladas na Sertã
- Segurança Social abre mais de 20 postos de apoio social de emergência
- Ministra: “O fácil para mim seria a demissão. Acha que o problema estava resolvido?”
- Ajuda de Bruxelas seguirá quando houver capacidade
- Câmara de Oleiros confirma 29 feridos entre populares e bombeiros
- Número de mortos sobe para 29
- Presidente da República cancela agenda até quarta-feira
- Primeiro-ministro cancela agenda oficial para hoje
- Número de mortos sobe para 31
- Há 16 estradas cortadas
- Fábricas da Sonae Indústria fechadas em Oliveira do Hospital e Mangualde
- As vítimas mortais por concelho
- Governo assegura apoios a agricultores atingidos
- Quatro comboios retidos na Linha da Beira Alta
- CDS pede audiência urgente ao Presidente da República
- PSD fala em "falência do Estado"
- EDP coloca centrais móveis na zonas mais afectadas e estima repor hoje rede de Média Tensão
- Cancelada audição de ministra da Administração Interna na terça-feira, no Parlamento
- 20 escolas encerradas por danos ou para servir de acolhimento
- Número de estradas cortadas sobe para 24
- Presidente da câmara da Marinha Grande fala em 80% do Pinhal de Leiria ardido
- Forças Armadas apoiam combate aos incêndios
- Ferro Rodrigues antecipa para terça-feira reunião da conferência de líderes
- Vila Nova de Poiares com cerca de 70% do território ardido
- Secretário de Estado das Florestas: "Este é o ponto de ruptura"
- Vodafone prevê restabelecer hoje comunicações nos distritos mais afetados
- Presidente da República “espera a rápida estabilização dos fogos” e “falará depois ao País”
- Número de mortos sobe para 32
- PCP pede audiências ao Presidente da República, primeiro-ministro e PGR
- Associação de Vítimas de Pedrógão Grande pede "perdão" às vítimas dos incêndios de domingo
- Turismo do Centro manifestou pesar sobre o "pesadelo dos incêndios"
- Quercus quer que gestão do Pinhal de Leiria não esteja virada para a produção
- CP: 760 passageiros já não estão retidos na linha da Beira Alta
- Número de estradas cortadas desce para 21
- Mais de 5 mil bombeiros e três meios aéreos no combate às chamas às 15:30
- PRIO doa combustível e bens de primeira necessidade
- António Costa fala ao país às 20:00
- Protecção Civil admite aumento do número de mortes
- Bruxelas: Aeronaves de combate a incêndios italianas a caminho de Portugal
- Número de mortos sobe para 35
- Guterres ligou a António Costa e mostrou-se "consternado"
- Calamidade pública prolonga-se até às 00:00 de quarta-feira
- Fumo dos incêndios de Portugal chega aos céus de Londres
- EUA afirmam "incondicional apoio a Portugal"
- Operadoras esperam restabelecer comunicações “o mais rápido possível”
- Governo decreta três dias de luto nacional de terça até quinta-feira
- Número de mortos aumenta para 36
- Bloco: "Ninguém quer uma demissão de uma ministra no meio de um combate ao fogo"
- CDS diz que Governo "voltou a falhar clamorosamente" e pede audiência urgente ao Presidente da República
- Juncker transmitiu ao primeiro-ministro solidariedade e condolências pelas vítimas
- Protecção Civil : Incêndios provocam 36 vítimas mortais e 63 feridos
- Governo divulga seis números de telefone úteis para informação
- EDP instala 23 geradores para garantir energia às populações afectadas
- Costa diz que "não é tempo de demissões mas de decisões"
- Pedrógão Grande: EDP garante protecção "bem constituída" das linhas eléctricas
- Chamas em Monção "completamente extintas"
- Costa: Combate aos incêndios é a "prioridade"
- PSD diz que pessoas pagaram "falhanço do Estado com as suas próprias vidas"
- Protecção Civil diz que situação é "bastante complexa" e aponta "escassez de meios"
- Circulação na Linha da Beira Alta continua suspensa sem previsão de abertura
- Incêndios: Açores enviam 55 bombeiros para ajudar no combate aos fogos
- Cristiano Ronaldo mostra-se solidário e enaltece papel dos bombeiros
- Dominado fogo que deflagrou em Quiaios, Figueira da Foz
- Estado de calamidade publicado em Diário da República
- Central Energética em Mortágua afectada pelas chamas
- Os acontecimentos que marcaram o dia
O número de vítimas mortais nos incêndios dos distritos da Guarda, Coimbra, Viseu e Castelo Branco ascende já a 27, de acordo com os dados disponibilizados esta manhã pela Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC). Há também 51 feridos, dos quais 15 estão em estado grave e os restantes são feridos ligeiros.
No briefing operacional realizado às 11:00, Patrícia Gaspar insistiu que nas últimas horas foram batidos "todos os recordes" de incêndios florestais relativamente a este ano, com 524 ocorrências no domingo e 110 ocorrências desde a meia-noite desta segunda-feira, 16 de Outubro.
A esta hora estão em curso 145 incêndios (32 classificados como de importância elevada), nos quais estão concentrados 4.127 operacionais, entre eles contando-se 1.289 meios terrestres. A responsável da ANPC referiu ainda que estão a ser "empenhados neste momento diversos meios aéreos nas diferentes ocorrências", sendo que, em algumas delas, durante a manhã não foi possível actuarem devido às condições atmosféricas e ao fumo.
Pelo menos 20 pessoas morreram nas centenas de incêndios que deflagraram no domingo, o pior dia do ano em fogos, disse à agência Lusa fonte da Autoridade Nacional da Protecção Civil.
Segundo disse à Lusa Patrícia Gaspar, da Autoridade Nacional da Protecção Civil (ANPC), os mortos foram registados nos distritos de Coimbra, Aveiro, Castelo Branco e Viseu.
A mesma fonte acrescentou que os números são ainda provisórios, uma vez que todos os dados estão a ser validados pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).
"Os dados que temos apontam para duas dezenas", afirmou Patrícia Gaspar, explicando que estes números podem variar ligeiramente, dependendo da validação do INEM.
A Protecção Civil admitiu a possibilidade de 20 vítimas mortais naquele que foi considerado o pior dia do ano em matéria de incêndios, noticia a SIC. Contam-se até agora quatro vítimas em Vouzela, duas em Santa Comba Dão e uma em Nelas, no distrito de Viseu, mais duas pessoas em Penacova, distrito de Coimbra, uma na Sertã, no distrito de Castelo Branco, e duas em Oliveira do Hospital.
Quatro pessoas morreram durante a madrugada de hoje no concelho de Vouzela, na sequência de um incêndio florestal que assolou a freguesia de Ventosa, disse à agência Lusa o presidente da Câmara, Rui Ladeira.
De acordo com o autarca, as quatro vítimas mortais são todas da aldeia de Ventosa, tendo três delas sido encontradas dentro de suas casas e uma delas na via pública.
"Para já, são quatro mortos, mas ainda estamos a fazer a avaliação. Também continuamos com frentes de fogo activas", acrescentou.
Rui Ladeira revelou que Vouzela continua com uma frente de fogo fortíssima sobre a vila, tendo já ardido "cerca de 80% do concelho". "As escolas do concelho vão estar abertas durante o dia de hoje", acrescentou.
Vinte e cinco estradas das regiões do Norte e Centro estavam cerca das 07:00 de hoje cortadas ao trânsito na sequência dos incêndios que estão a afectar aquelas zonas do país, segundo a Infraestruturas de Portugal (IP).
De acordo com informação disponível na página da Internet da Infraestruturas de Portugal, às 06:54 estavam cortadas 25 estradas nacionais (EN), municipais (EM), Itinerários Principais (IP)e itinerários complementares (IC).
Na região Centro, estão cortadas a EN 238 devido ao incêndio do Cruz do Fundão até EN350 e entre os quilómetros 40 e 48, na localidade de Maxial, concelho da Sertã, distrito de Castelo Branco.
Segundo a IP, está também cortada a EN17 em ambos os sentidos devido a um incêndio ao quilómetros 81 em Póvoas das Quartas -- Lagos da Beira, concelho de Oliveira do Hospital, distrito de Coimbra.
A EN 17 está também cortada devido a incêndio em Folhadosa, concelho de Seia, distrito da Guarda.
Também na região Centro, estão cortadas a EN entre os quilómetros 85 e 100 em Pedrógão Pequeno, concelho da Sertã (Castelo Branco), a EN232 entre Gouveia e Manteigas, na Guarda, a EN 242-2 entre a Marinha Grande e São Pedro do Moel, distrito de Leiria, e a EN 242-1 na Marinha Grande (Leiria).
Na região Centro estão também cortadas devido a incêndios, a ENl 339 no Sabugueiro, concelho de Seia, distrito da Guarda, a EN 231 em Paranhos da Beira, em Seia, Guarda, e a EN 112 ao quilómetro 80 na localidade de Salgueiro do Campo, no distrito de Castelo Branco.
A A13 está cortada na zona de Condeixa, a EN109 na localidade de Carriço, concelho Pombal, a EN8 em Gradil, concelho de Mafra, distrito de Lisboa, e o IC8 na localidade de Carvalhal -- Sertã, distrito de Castelo Branco.
Na região Norte, também devido aos incêndios, estão cortadas a EN202 aos quilómetros 03 e 05 na zona de Trovisco-Bela-Barbeita , concelho de Monção, distrito de Viana do Castelo , a N235 em Mamodeiro, distrito de Aveiro, a A32 em Canedo, concelho de Santa Maria da Feira (Aveiro) e a A25 no nó de Reigoso e ao quilómetro 53 (área de serviço de Vouzela).
A A24 está cortada em Vil de Souto, concelho de Viseu, e o IP5 também entre Vil de Souto e Ventosa (Viseu).
Segundo o IP, a A17 está cortada devido a incêndio na Marinha Grande, Leiria, a N233 em Adão, na Guarda, a N333 em Paços Vilharigues -- Vouzela, a N16 em Almeidinha, Granja, na Guarda, e a N234 em Moimenta de Maceira Dâo, concelho de Mangualde (Viseu).
O primeiro-ministro anunciou esta segunda-feira a assinatura da declaração de calamidade pública nos distritos a norte do rio Tejo na sequência dos 523 incêndios registados este domingo e que já causaram pelo menos seis mortes e mais de duas dezenas de feridos.
A decisão, explicou António Costa esta madrugada em declarações aos jornalistas no final de uma reunião de emergência de quase hora e meia na sede da Autoridade Nacional de Protecção Civil, pretende criar condições de mobilização de meios numa altura em que se antecipa que esta segunda-feira seja um dia igualmente "difícil" para o combate aos incêndios, como foi este domingo.
Com a declaração de calamidade pública, os bombeiros voluntários terão assegurada a justificação das faltas nos locais trabalho e o direito a dois dias de descanso por cada dia de trabalho no combate aos incêndios, explicou.
O presidente do Centro Hospitalar Tondela-Viseu disse hoje que foi ativado o plano de contingência interno desta unidade, que "garante uma disponibilidade de meios acrescida" depois de terem ali chegado dezenas de feridos.
"A nossa prioridade é tratar dos doentes com doenças respiratórias agravadas pelo fumo, os incidentes resultantes do combate ao fogo e as queimaduras. Só ontem (domingo) transferimos de Tondela para Viseu 12 doentes", informou Cílio Correia.
À agência Lusa disse ainda que para já não estão contabilizadas as vítimas mortais. No entanto, adiantou que são já "várias as dezenas de feridos".
"Já estive em contacto com o secretário de Estado [da Saúde], que está a mobilizar meios no sentido de podermos fazer transferências de doentes para outras unidades de queimados. Os helicópteros também não conseguem levantar voo por causa do teto baixo, mas estamos a fazer tudo o que é possível", concluiu
Pelo menos três fábricas ficaram destruídas num incêndio na zona industrial de Mira, observou hoje a agência Lusa no local. O incêndio que está a atingir o concelho de Mira começou no domingo em Quiaios, na Figueira da Foz, e alastrou também ao município de Cantanhede.
As escolas de Mira vão ficar encerradas durante o dia de hoje. No concelho não há internet, nem outro tipo de comunicações. Os populares queixam-se igualmente da falta de bombeiros nos locais mais críticos.
"Não podemos ficar de braços cruzados; temos de nos preparar para lidar com esta ameaça, com novos modelos de organização, prevenção e combate". A afirmação é de Eduardo Ferro Rodrigues, presidente da Assembleia da República, numa nota deixada no site oficial.
O líder do Parlamento não concretiza qual a actuação que é necessária, relembrando apenas o relatório deixado pela comissão que avaliou o incêndio de Pedrógão Grande, que matou 64 pessoas em Junho passado. "Considero da maior importância o contributo que nos acaba de deixar a Comissão Técnica Independente para a análise célere e apuramento dos factos relativos aos incêndios que ocorreram entre 17 e 24 de Junho de 2017".
A declaração de Ferro Rodrigues é deixada no dia em que se sabe que pelo menos 27 pessoas morreram na sequência de incêndios florestais que deflagraram este domingo, 15 de Outubro.
O presidente da Assembleia da República atribui o evento às alterações climáticas: "A verdade é que, fruto das alterações climáticas, estes fenómenos raros tornam-se mais frequentes, como vemos um pouco por todo o mundo.
"Foi o pior dia do ano em matéria de incêndios. Mais uma vez fora de época, mais uma vez com uma terrível combinação de fenómenos extremos", descreve Ferro Rodrigues.
Os médicos decidiram adiar a greve que tinham marcada para esta quarta-feira, 18 de Outubro, por conta dos incêndios deste domingo, que, além dos 27 mortos confirmados a esta hora, fizeram 51 feridos.
"Tendo em conta a catástrofe decorrente da vaga de incêndios que assola o nosso país e que já provocou dezenas de mortes e de feridos, o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) entendem ser seu dever cívico, deontológico e humano adiar a greve dos médicos marcada para esta semana, dia 18 de Outubro, para a Região Centro", indica um comunicado enviado esta segunda-feira.
Constança Urbano de Sousa cancelou a agenda desta segunda-feira: já não vai dar posse ao novo director nacional do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF). Sem explicações, o Ministério da Administração Interna cancelou o evento. A decisão foi tomada depois de um domingo em que os incêndios florestais mataram, pelo menos, 27 pessoas.
"Foi cancelada a cerimónia de tomada de posse do director nacional do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, Carlos Alberto Matos Moreira, marcada para as 14:00", indica uma nota enviada esta segunda-feira, 16 de Outubro, pelo gabinete do Ministério.
A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, lamentou hoje o "número extraordinariamente elevado" de mortes em consequência dos incêndios de domingo na zona Centro, considerando necessário recuperar a confiança no Estado no seu papel de apoio aos cidadãos.
"Essa confiança é algo que tem de ser recuperado, e tem de ser recuperado com uma acção muito forte em vários domínios", vincou Cristas, falando aos jornalistas, em Lisboa, à margem de um encontro com uma delegação da Confederação Empresarial De Portugal (CIP).
A líder do CDS sublinhou que o "trauma" de Pedrógão Grande está ainda presente, e "três meses depois" é "inexplicável" que nova "tragédia" tenha sucedido.
"A primeira palavra tem de ser sobre as vítimas, para os familiares das vítimas", salientou Assunção Cristas, que declarou posteriormente que, "se calhar, voltou a acontecer" um conjunto de falhas do Estado, à imagem do que ocorreu em Pedrógão Grande e foi registado no relatório técnico independente sobre o incêndio que em Junho matou 64 pessoas.
Duas frentes de fogo lavram descontroladas na Sertã na manhã desta segunda-feira, na sequência de um incêndio que decorre naquele município de Castelo Branco há cerca de 24 horas e que já provocou um morto e um ferido grave.
"Continua tudo muito complicado em vários pontos do concelho, com várias frentes de fogo por controlar e poucos meios para acorrer a tanta chama e a tanta aflição, sendo que temos um morto a lamentar na freguesia do Troviscal", disse à agência Lusa o responsável pela Protecção Civil Municipal de Sertã.
Rogério Fernandes disse à Lusa que o homem "foi encontrado já cadáver, dentro de casa", na localidade de Vale do Laço, Troviscal, localidade onde, também devido ao incêndio, registaram-se três feridos, um deles muito grave.
"O indivíduo que morreu carbonizado tinha algumas dificuldades psíquicas e tentou ficar em casa com um irmão, para tentar evitar as chamas. Acabou por ser encontrado já cadáver e o irmão com queimaduras graves", disse à Lusa, por sua vez, o presidente da Junta de Freguesia de Troviscal, Manuel Figueiredo.
Uma nota do ministério indica que estão a funcionar postos de apoio nos distritos de Viseu, Viana do Castelo, Guarda, Coimbra, Viana do Castelo, Castelo Branco e Leiria.
No distrito de Viseu, estão a funcionar postos de apoio de emergência no Quartel do Regimento de Infantaria (Viseu), na Escola Preparatória de Vouzela, na Quinta da Capela, freguesia de Campia, no Pavilhão Municipal de Vouzela, freguesia de Cambra, no pavilhão gimnodesportivo de Oliveira de Frades e na Igreja Senhorim e no pavilhão municipal, em Nelas.
ATUALIZAÇÃO #Incendios. Consulte a lista de postos de apoio da Segurança Social nos distritos mais afetados em https://t.co/bXObAvAAAc pic.twitter.com/IeNHU63R0v
— Trabalho PT (@trabalho_pt) 16 de outubro de 2017
"O fácil para mim seria a demissão. Seria fácil. Acha que o problema estava resolvido?" Foi assim que Constança Urbano de Sousa, ministra da Administração Interna, reagiu a uma pergunta sobre se se sentia confortável em manter-se em funções, após a confirmação de 27 mortos nos incêndios de domingo, 15 de Outubro, após a tragédia de Pedrógão Grande, que matou 64 pessoas em Junho passado.
Em conferência de imprensa, Constança Urbano de Sousa defendeu que um "Portugal sem incêndios depende de cada um de nós". A ministra da Administração Interna disse ainda que é necessário fazer uma reflexão sobre o novo sistema de protecção civil.
"Recebemos um pedido para envio de ajuda aérea para combater incêndios" das autoridades portuguesas, os países participantes foram notificados mas ainda não houve resposta, disse o porta-voz para a Ajuda Humanitária, Carlos Ruiz De Gordejuela.
Segundo outro porta-voz, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, já falou com o primeiro-ministro sobre os "fogos florestais devastadores", em Portugal.
"Temos 29 pessoas feridas, entre as quais bombeiros, sendo que nove foram transportados para os Hospitais de Coimbra e os restantes receberam assistência no Centro de saúde de Oleiros", afirmou este autarca do distrito de Castelo Branco.
Fernando Marques Jorge adiantou que o incêndio continua com duas frentes activas e que os meios disponíveis no terreno continuam a estar entregues aos bombeiros voluntários locais, apesar de o Plano Municipal de Emergência ter sido activado hoje, às 09:00.
"Não há meios. Em termos oficiais, não há resposta ao pedido", frisou.
O autarca sublinhou que a única esperança passa pela chegada da chuva, o que ainda não aconteceu no concelho, e adiantou que os animais que não morreram na sequência do incêndio não têm alimento.
O incêndio que deflagrou às 12:02 na freguesia de Ermida e Figueiredo, concelho da Sertã, estendeu-se no final da tarde de domingo ao concelho de Oleiros.
A Autoridade Nacional da Proteção Civil actualizou o número das vítimas mortais. São já 29 os mortos provocados pelos incêndios que deflagraram este fim-de-semana.
Além dos mortos, há 15 feridos graves, num total de 51 feridos.
O chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, cancelou toda a sua agenda até quarta-feira, que incluía uma deslocação à Madeira, devido aos incêndios que se registam desde domingo, informou a Presidência da República. O Presidente da República iria estar no Funchal entre terça e quarta-feira, para as comemorações dos 180 anos da Escola Secundária Jaime Moniz.
Pelo menos 27 pessoas morreram nos mais de 500 incêndios que deflagraram no domingo, o pior dia do ano em fogos, revelou a Autoridade Nacional da Protecção Civil (ANPC).
António Costa esteve na madrugada de hoje na sede da Autoridade Nacional da Proteção Civil, em Carnaxide, Oeiras, para avaliar a situação no país após os incêndios florestais de domingo que fizeram pelo menos 27 mortos.
Os dados que constam no site da Porteção Civil apontam para que, às 12:30, estejam activos 176 incêndios em território nacional.
Estão no terreno 5.720 operacionais, 1.764 meios terrestre e dois meios aéreos.
Atualização estradas interditas#guardanacionalrepublicana #incendios #infotransito pic.twitter.com/KqBcxvoeJB
— GNR (@GNRepublicana) 16 de outubro de 2017
Também através desta rede social, a GNR revelou que foi identificado um "homem de 49 anos, pela prática do crime de incêndio florestal, em São Pedro do Sul"
Duas fábricas da Sonae Indústria estão encerradas esta segunda-feira, 16 de Outubro, devido aos incêndios que ocorreram nas zonas onde estão localizadas: Oliveira do Hospital e Mangualde.
"A Sonae Indústria, SGPS, SA informa que os graves incêndios que estão a afectar a zona centro de Portugal atingiram, durante esta madrugada, as fábricas de Oliveira do Hospital e Mangualde, propriedade de uma participada integral da Sonae Arauco, SA, sociedade detida em 50% por esta sociedade", indica o comunicado.
Ainda não há avaliação dos danos causados pelos incêndios.
Em Viseu, foram registadas vítimas mortais em Vouzela (quatro), Nelas (um), Santa Comba Dão (quatro), São Jorge/Santa Comba Dão (um) Carregal do Sal (dois), Tondela (três) e na Auto Estrada 25 (um).
De acordo com a ANPC, no distrito de Coimbra registaram-se vítimas mortais em Penacova (duas), Oliveira do Hospital (cinco), Coja (um), Tábua (dois) e Arganil (dois).
No distrito da Guarda morreram duas pessoas e na Sertã (Castelo Branco) uma.
As centenas de incêndios que deflagraram no domingo, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram também dezenas de feridos, além de terem obrigado a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas.
O Governo vai apoiar os agricultores das áreas atingidas pelos incêndios em várias zonas do país com medidas para assegurar a reposição das explorações agrícolas, disse hoje o ministro da Agricultura à Lusa.
"Naturalmente que iremos aplicar às áreas que estão agora a ser atingidas por incêndios as mesmas medidas que aplicámos àquelas que o foram até agora. Isto é, existirão apoios para os agricultores para aquilo que convencionamos chamar a reposição do potencial produtivo das explorações agrícolas", disse o ministro da Agricultura, Capoulas Santos, à agência Lusa.
O objectivo é restituir "todas as perdas em animais que morram, equipamentos, tractores, alfaias, motores, instalações", precisou o governante, que falava à margem da apresentação de uma campanha para promoção do consumo de leite, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.
Capoulas Santos indicou que "haverá um conjunto de apoios que subsidiará até 100% do valor dos prejuízos até aos primeiros 5.000 euros e a partir daí haverá um apoio de 50% das despesas elegíveis".
"Essas medidas entrarão em vigor logo que estejam delimitados os perímetros das áreas atingidas", salientou.
A circulação ferroviária na Linha da Beira Alta continuava às 12:00 de hoje suspensa, devido aos incêndios, estando retidos dois comboios em Coimbra, um em Vilar Formoso (Guarda) e outro em Santa Comba Dão (Viseu), informou a CP.
Em comunicado, a CP fez o ponto de situação sobre as quatro composições, que transportavam no total cerca de 760 passageiros. Uma das composições afectadas foi o comboio Internacional Sud-Lusitânia, em Vilar Formoso, distrito da Guarda, "estando em curso o transbordo de cerca de 160 passageiros, em direcção a Lisboa".
Na cidade de Coimbra ficaram suspensas uma composição do comboio Internacional Sud--Lusitânia (300 passageiros) e um Intercidades (150 passageiros). No caso do Internacional Sud, a CP referiu que o transbordo dos cerca de 300 passageiros terá início por volta da 13:30, em direcção a Lisboa.
Já no caso do Intercidades, o transbordo dos cerca de 150 passageiros, com destino à Guarda, já teve lugar. No distrito de Viseu encontrava-se também uma composição suspensa, em Santa Comba Dão, tendo-se já iniciado o transbordo de cerca de 150 passageiros.
Além de analisar os incêndios deste fim de semana, que já vitimaram 31 pessoas, o CDS quer também abordar as conclusões da comissão técnica independente sobre os fogos na região centro, que causaram 64 mortos, acrescentou a mesma fonte.
Em comunicado à imprensa, o Partido Social Democrata defende que o Estado falhou este domingo.
"Pese embora a excepcionalidade da conjuntura, não ignoramos a falência do Estado em momentos em que as populações dele precisaram", indica o comunicado do maior partido da oposição, dizendo que os incêndios deste domingo, que vitimaram pelo menos 31 pessoas, são uma repetição dos incêndios de Pedrógão Grande, que mataram 64 pessoas em Junho passado.
"O PSD apela a todos os agentes políticos responsáveis para que tomem em consideração, com a máxima urgência e atenção, as conclusões que a comissão técnica independente produziu, através do Parlamento", continua a mesma nota, sem concretizar quais as consequências que devem ser retiradas, na sua óptica.
Os incêndios que no domingo deflagraram no país colocaram "fora de serviço as Subestações de Aguieira (Viseu), Mortágua (Viseu), Candosa (Coimbra), Oliveira do Hospital (Coimbra) e Mira (Coimbra), cujas redes foram, entretanto já recuperadas", divulgou a EDP num comunicado enviado à agência Lusa.
Na zona da Pampilhosa da Serra (Coimbra), Vouzela (Aveiro) e Oliveira do Hospital, as dificuldades de circulação "são ainda particularmente sentidas", mas a empresa tem mobilizados e a trabalhar no terreno, "cerca de 600 operacionais que, em articulação com as autoridades locais, as autarquias e a Proteção Civil têm concentrado esforços para que, à medida que as estradas permitam a circulação, seja realizado o reconhecimento dos danos nas redes e efectuada a intervenção para reparação".
Nas zonas mais críticas "estão já ligados e/ou preparados para ligação no local, geradores e centrais móveis", adiantou a EDP, estimando que a reposição da rede de Média Tensão seja feita "durante o dia de hoje".
Ainda segundo a empresa, as equipas estão empenhadas" na reparação das linhas que alimentam as zonas rurais dos municípios de: Pampilhosa da Serra, Oliveira do Hospital, Vouzela, Tondela (Viseu), Seia (Guarda), Gouveia (Guarda) e Lousã (Coimbra) bem como a zona industrial de Mira".
Estão ainda mobilizados "recursos aéreos para apoiar o reconhecimento e localização dos estragos duma forma mais célere".
A empresa prevê, nos próximos dias, prosseguir os trabalhos na rede de Baixa Tensão "também com danos muito relevantes e bastante dispersos em vários municípios da zona centro".
No comunicado, a EDP alerta ainda as populações das regiões atingidas pelos incêndios, para, por razões de segurança, "não tocarem em quaisquer linhas partidas" e para o cuidado a ter com "a colocação de geradores em locais pouco ventilados podendo o seu uso inadequado provocar intoxicações".
A informação foi prestada pelos serviços de apoio da comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias aos deputados, por email, a que a Lusa teve acesso.
Nesse email, Pedro Bacelar Vasconcelos afirma que, "atenta a situação de emergência" em todo país, "não será possível proceder" à audição da ministra.
Há pelo menos 20 escolas encerradas esta segunda-feira, segundo anunciou o Ministério da Educação em comunicado. Há dois motivos principais: "por inviabilidade de funcionamento ou por estarem a servir de centros de acolhimento às populações".
Região Norte
· Agrupamento de Escolas de Alijó
· Agrupamento de Escolas de Castelo da Paiva
· Agrupamento de Escolas de Couto Mineiro do Pejão, Castelo de Paiva
· Agrupamento de Escolas de Moimenta
· Agrupamento de Escolas de Monção
· Agrupamento de Escolas de Murça
Região Centro
· Agrupamento de Escolas de Carregal do Sal
· Agrupamento de Escolas de Fornos de Algodres
· Agrupamento de Escolas de Gouveia
· Agrupamento de Escolas de Mira
· Agrupamento de Escolas de Oliveira de Frades
· Agrupamento de Escolas de Oliveira do Hospital
· Agrupamento de Escolas de Penacova
· Agrupamento de Escolas de São Pedro do Sul
· Agrupamento de Escolas de Tábua
· Agrupamento de Escolas de Tondela Cândido de Figueiredo
· Agrupamento de Escolas de Tondela Tomaz Ribeiro
· Agrupamento de Escolas de Vagos
· Agrupamento de Escolas de Vieira de Leiria, Marinha Grande
· Agrupamento de Escolas de Vouzela e Campia
· Agrupamento de Escolas Henrique Sommer, Maceira, Leiria
· Agrupamento de Escolas Marinha Grande Nascente
· Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Vagos
A lista providenciada pela GNR fornece possibilidades alternativas às estradas cortadas.
Atualização estradas interditas #guardanacionalrepublicana #incendios #infotransito pic.twitter.com/skGZuZoAKZ
— GNR (@GNRepublicana) 16 de outubro de 2017
O presidente da câmara da Marinha Grande, Paulo Vicente, estima que cerca de 80% do Pinhal de Leiria tenha sido consumido pelas chamas, depois de ter alertado para a falta de limpeza desta mata.
"Cerca de 80% da manta verde do Pinhal de Leiria já ardeu" disse Paulo Vicente que alerta para "todas as consequências que isso acarreta". Paulo Vicente referiu que se vive um "cenário devastador e dantesco" no concelho.
O Governo revela que, desde sábado, que as Forças Armadas estão a ajudar no combate aos incêndios. "O Exército tem 13 pelotões em acções de vigilância e rescaldo, quatro pelotões em acções de evacuação de vítimas, e 15 patrulhas de vigilância (uma delas em parceria com a Câmara Municipal de Viana do Castelo)", explica o Executivo num comunicado publicado esta segunda-feira.
"Há nove representantes das Forças Armadas nos postos de comando da Autoridade Nacional de Proteção Civil, para fazerem a coordenação" e tem "quatro destacamentos de Engenharia com máquinas de rastos, e o Regimento de Infantaria de Viseu está a alojar e alimentar 221 desalojados."
Fonte do gabinete de Ferro Rodrigues disse à agência Lusa que todos os grupos parlamentares já foram informados desta antecipação da reunião da conferência de líderes, que inicialmente estava marcada para as 11:00 de quarta-feira.
As centenas de incêndios que deflagraram no domingo - o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades -, provocaram pelo menos 31 mortos e dezenas de feridos, além de terem obrigado a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas.
O primeiro-ministro, António Costa, anunciou que o Governo assinou um despacho de calamidade pública, abrangendo todos os distritos a norte do Tejo, para assegurar a mobilização de mais meios, principalmente a disponibilidade dos bombeiros no combate aos incêndios.
O presidente da Câmara de Vila Nova de Poiares, no distrito de Coimbra, estima que já tenha ardido cerca de 70% do território do concelho, havendo "algumas dezenas de habitações" que ficaram destruídas.
A contabilização é feita juntamente com a área ardida de outros dois grandes incêndios que tinham afectado Vila Nova de Poiares durante o verão, mas o fogo de domingo foi "maior do que os outros", tendo atravessado o município de norte a sul, disse à agência Lusa o presidente da Câmara, João Miguel Henriques.
O autarca afirmou que "há algumas dezenas de habitações, entre casas devolutas, de segunda habitação e de primeira habitação" que ficaram destruídas pelas chamas. No entanto, as de primeira habitação serão em menor número, ressalvou.
"Neste momento, o incêndio, na nossa área territorial, está extinto, havendo um ou outro reacendimento", notou, sublinhando que está agora a ser realizado o levantamento dos prejuízos.
O secretário de Estado das Florestas, afirmou hoje que o Conselho de Ministros produzirá uma resolução com base no relatório sobre os incêndios da comissão independente nomeada pelo parlamento, considerando que foi atingido o ponto de ruptura.
"Temos aqui uma oportunidade para olhar para o relatório independente e para as medidas que temos para a reforma da floresta", disse o governante aos jornalistas à margem da assinatura de um protocolo numa escola, em Lisboa, destinado a promover a alimentação biológica.
Para o secretário de Estado, este é "o ponto de ruptura" no que respeita a incêndios e está identificado o caminho para que as medidas de reforma da floresta tenham continuidade.
"A reposição do serviço está prevista até ao final do dia de hoje, desde que estejam reunidas as condições de segurança necessárias para o efeito", informou a Vodafone, aludindo às interrupções do serviço móvel e fixo "em algumas zonas dos distritos de Braga, Guarda, Coimbra, Viseu e Aveiro".
Segundo a empresa, as falhas nas comunicações foram provocadas por "cortes de fibra da rede de transporte", na sequência dos incêndios que desde domingo deflagraram em várias zonas do país.
No comunicado, a empresa salvaguarda que "ainda existem muitas zonas interditadas que impedem o acesso das equipas técnicas a fim de se perceber o impacto real nas infraestruturas da Vodafone".
O acompanhamento da situação, acrescenta, "está a ser feito de forma muito próxima e permanente através das equipas presentes nos diferentes locais afectados e coordenadas a partir do Centro de Operações de Rede - ANOC".
São já 32 as vítimas mortais provocadas pelos incêndios que deflagraram este fim-de-semana, tendo sido encontrado o bebé de um mês que estava desaparecido em Tábua, de acordo com o Correio da Manhã, que diz que ainda há quatro pessoas desaparecidas.
Os dados que constam no site da Porteção Civil apontam para que, às 15:30, estavam activos 178 incêndios em território nacional, num total de 284 ocorrências, 23 das quais em fase de resolução e 83 em conclusão.
Estão no terreno 5.867 operacionais, 1.801 meios terrestre e três meios aéreos.
O PCP anunciou hoje que vai pedir audiências ao Presidente da República, ao primeiro-ministro e à procuradora-geral da República, na sequência dos incêndios florestais que deflagraram no fim de semana. "A todas as populações afectadas, às vítimas e aos familiares atingidos, o PCP manifesta o seu pesar e a sua mais profunda solidariedade. Aos que, em todas as áreas da Protecção Civil, designadamente aos bombeiros e às forças de segurança, intervieram e intervêm ainda para minimizar danos e prejuízos, queremos transmitir o nosso mais profundo reconhecimento", disse o dirigente comunista João Frazão, durante uma conferência de imprensa na sede do partido, em Lisboa.
A AVIPG - Associação de Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande - exigiu hoje uma "governação eficiente e previdente" e pediu desculpa às vítimas dos fogos de domingo por ter sido branda demais e ter sido incapaz de impedir novas desgraças.
"Precisamos de uma governação eficiente e previdente! Precisamos de Estado!", lê-se numa nota de imprensa hoje enviada à agência Lusa. A associação diz que os fogos de domingo, que já mataram 31 pessoas, fizeram reviver os acontecimentos de 17 de Junho quando, num incêndio com início em Pedrógão Grande, morreram 64 pessoas.
"Pedir ainda perdão às vítimas e familiares das vítimas mortais e feridos! Perdão, por termos sido demasiados brandos, perdão por não termos feito nada mudar ou fazer mudar para que se precavesse novas desgraças sobretudo no que à protecção e socorro dizem respeito desde Pedrógão Grande. Por Portugal continuar a arder, ardendo montes, aldeias, vilas e agora até cidades, apesar dos avisos, das nossas convicções e preocupações reiteradamente feitas às estruturas governativas locais e nacionais".
O Turismo do Centro manifestou esta segunda-feira o seu pesar sobre o "pesadelo dos incêndios" que voltou ontem a "atingir o coração" da região. A região de turismo lamenta as perdas humanas e materiais e agradece o esforço de bombeiros e Protecção Civil.
"No que diz respeito, em particular, ao sector turístico, o Turismo Centro de Portugal está, desde o primeiro momento, em contacto directo com o Turismo de Portugal, no sentido de se proceder ao devido acompanhamento da situação, procedendo-se, numa primeira fase, ao levantamento dos prejuízos materiais e imateriais resultantes", informou a entidade liderada por Pedro Machado.
"O esforço de reconstrução começa hoje e sabemos que vai exigir o empenho sobre-humano de todos", acrescenta em comunicado.
O presidente da Quercus considera que a notícia de que terá ardido cerca de 80% do Pinhal de Leiria é uma "grande tragédia". João Branco lamenta a situação na "maior área pública e a maior mata nacional do país, de longe".
Ao nível da gestão do Pinhal, João Branco identifica deficiências considerando mesmo que "tem sido uma gestão com o mesmo objectivo de há 100 anos, produtivista e virada para a produção de madeira".
"Não faz sentido que o Estado, que já detém uma área muito pequena, de cerca de 2% do território nacional, tenhas as suas matas afectas à produção", diz João Branco que propõe uma mudança de paradigma: "Têm que passar para a esfera da protecção e combate às alterações climáticas".
A CP informou que 760 passageiros já não estão retidos na linha da Beira Alta. Estes passageiros já fizeram o respectivo transbordo para autocarros e encontram-se a caminho do seu destino.
Às 12:00, quatro comboios e os respectivos comboios estavam retidos na linha da Beira Alta: em Vilar Formoso, o comboio internacional Sud-Lusitânia com destino a Lisboa; em Coimbra, o comboio internacional Sud-Lusitânia com destino a Espanha; em Santa Comba Dão, o Intercidades com destino a Lisboa; em Coimbra, o Intercidades com destino à Guarda.
A CP informa que já "suspendeu a venda de bilhetes para os comboios da Beira Alta, situação que se manterá até à reposição da regularidade da circulação". A empresa garante o reembolso do valor dos bilhetes aos passageiros que já tinham bilhetes adquiridos.
Já a circulação na linha do Norte encontra-se totalmente reposta desde as 2:45 da madrugada desta segunda-feira. Os comboios que estavam retidos nesta linha já chegaram ao seu destino.
Na última actualização feita pela GNR ao número de vias interrompidas devido ao risco provocado pelos incêndios, são agora 21 estradas cortadas.
Trata-se de uma pequena redução face às 24 estradas que ao início desta tarde estavam com a circulação impossibilitada.
Atualização estradas interditas #guardanacionalrepublicana #incendios #infotransito pic.twitter.com/3cOgYvIg0t
— GNR (@GNRepublicana) 16 de outubro de 2017
Mais de cinco mil operacionais combatiam hoje, às 15:30, 141 incêndios no norte e centro do país, apoiados por 1.600 meios terrestres e três meios aéreos, segundo a página da internet da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC). Segundo o 'site' da ANPC, às 15:30 estavam no terreno 5.493 operacionais e 1.644 meios terrestres, além dos três meios aéreos. À mesma hora, a Proteção Civil contava 15 ocorrências importantes: cinco no distrito da Guarda, quatro no distrito de Coimbra, três em Viseu, uma em Leiria, uma em Castelo Branco e outra em Aveiro.
A PRIO anunciou que vai doar 7.500 euros em combustível e bens alimentares aos bombeiros. A empresa anunciou esta segunda-feira que vai accionar os "mecanismos necessários junto dos seus postos para fazer chegar às zonas com mais operacionais no terreno, cerca de 7.500 euros em combustível e bens alimentares, como água, barras de cereais e bolachas".
A petrolífera sublinha que "tem muitos colaboradores que vivem e trabalham nas zonas afectadas pelos incêndios" e que a PRIO "não pode ficar indiferente à luta que de quem está no terreno e esta ajuda servirá para demonstrar que estamos todos juntos na luta a uma causa que nos preocupa a todos" disse o administrador da empresa em comunicado, Emanuel Proença.
O último balanço da Proteção Civil revela ainda 56 feridos, 16 dos quais em estado grave, e sete desaparecidos.
A adjunta de operações da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) reconheceu que, desde domingo, o número de mortes provocadas pelos incêndios poderá continuar a aumentar. Nesta altura há 32 mortes confirmadas, adiantou Patrícia Gaspar.
"Há ainda zonas onde os meios estão agora a chegar", começou por notar a responsável da ANPC que assume que é "preciso não fechar esta porta [a mais mortes], infelizmente". Em causa estão zonas com habitações "muito dispersas", em especial nas zonas de Viseu e Coimbra.
Além das vítimas mortais, neste momento estão já contabilizados 56 feridos, 16 destes em estado considerado grave, e sete pessoas desaparecidas. Estes números levam também Patrícia Gaspar a admitir como possível o registo de mais vítimas mortais.
A adjunta de operações da Protecção Civil revelou ainda que, das 263 ocorrências de incêndios, persistem activos 50 incêndios, 31 classificados como "importantes" e "sem sinais de que possam ser dominados nas próximas horas". E explicou que há apesar da existência de 18 meios aéreos disponíveis, apenas dois estão a operar devido a dificuldades de visibilidade.
O Comissário Europeu responsável pela Ajuda Humanitária e Gestão de Crises,Christos Stylianides, emitiu uma declaração onde envia as "condolências a todos os que perderam entes queridos e saudamos os corajosos socorristas que trabalham em condições difíceis para salvar a vida de outros".
Christos Stylianides diz que já falou com a ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, e que Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, já falou com o primeiro-ministro português, António Costa, "a fim de oferecer total solidariedade e disponibilidade da UE para ajudar".
"Na sequência de um pedido de ajuda das autoridades portuguesas, estão a ser enviadas aeronaves de combate a incêndios de Itália através do Mecanismo de Protecção Civil da UE. Estas aeronaves especializadas irão operar na maioria das áreas afectadas em Portugal e fornecer um apoio valioso aos esforços nacionais de emergência", refere a declaração do Comissário Europeu responsável pela Ajuda Humanitária e Gestão de Crises.
Há ainda 56 feridos, dos quais 16 em estado grave.
Fonte do gabinete do líder do executivo português, adiantou que, durante a conversa telefónica com António Costa, António Guterres transmitiu também uma mensagem de solidariedade e enviou condolências às famílias das vítimas desta vaga de incêndios.
Aveiro, Braga, Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Leiria, Lisboa, Porto, Santarém, Viana do Castelo, Vila Real e Viseu são os distritos abrangidos pela situação de calamidade, que decorre entre as 00:00 de hoje e até às 00:00 de 18 de Outubro.
Segundo o despacho assinado pelo primeiro-ministro e pela ministra da Administração Interna, a declaração de calamidade determina a "elevação do grau de prontidão e resposta operacional da GNR e PSP, com reforço de meios para operações de vigilância, fiscalização, patrulhamento dissuasores, apoio a evacuações, cortes e desvios de trânsito".
Para tal, os elementos da GNR e PSP estão proibidos de gozar férias, folgas ou períodos de descanso.
Segundo a Reuters, o fenómeno é uma combinação de três factores: além dos incêndios, também poeiras do Norte de África (Saara) em suspensão, partículas que foram arrastadas pelo movimento do furacão Ophelia, que está sobre o Atlântico.
Numa mensagem enviada às redacções, a representação diplomática liderada por George Edward Glass (na foto) reafirmou "o seu incondicional apoio a Portugal e aos portugueses numa altura tão difícil como esta".
Os serviços da embaixada consideram ainda "inspiradoras" a "coragem e dedicação" dos bombeiros e envia "sentidas condolências às vítimas desta tragédia, respectivas famílias e comunidades."
Os operadores explicam que a reparação das infra-estruturas em algumas zonas tem sido complicada "por questões de segurança". A Meo tem "600 técnicos no terreno", a Nos "já repôs mais de 50% dos sites" e a Vodafone prevê repor o serviço "até ao final do dia".
"O Conselho de Ministros aprovou hoje, por via electrónica, o decreto que declara luto nacional nos dias 17,18 e 19 de Outubro como forma de pesar e solidariedade com toda a população nacional na sequência dos fogos florestais que atingiram vários pontos do país, provocando perda irreparável de vidas humanas", lê-se no diploma ao qual a agência Lusa teve acesso.
"Ninguém quer uma demissão de uma ministra no meio de um combate ao fogo. Deve acabar este ciclo de combate," afirmou Catarina Martins aos jornalistas esta segunda-feira. Mas a deputada avisou: "Não pode ficar tudo na mesma depois do conselho de ministros de sábado, é preciso pensar a estrutura governamental e da defesa da floresta e da protecção civil."
"Numa noite em que perdem a vida 35 pessoas é inconcebível que a resposta aos portugueses dos mais altos dirigentes políticos seja: auto protejam-se porque dias negros como este vão repetir-se," afirma a direcção do partido num comunicado enviado às redacções, numa alusão às declarações de ontem do secretário de Estado da Administração Interna, que considera um reconhecimento de "falhanço".
No comunicado, o partido liderado por Assunção Cristas quer saber porque é que o Executivo "não prolongou a fase Charlie, não decretou prontamente o estado de calamidade pública, não nomeou uma nova equipa para o Ministério da Administração Interna, permitiu um vazio no comando nacional da Protecção Civil após a demissão do comandante operacional nacional e não lançou ações fortes de sensibilização e de prevenção de comportamentos negligentes."
Os centristas dizem ainda que o primeiro-ministro "não agiu" nos últimos quatro meses - desde os incêndios de Pedrógão - mas que podia tê-lo feito.
De acordo com fonte do gabinete do líder do executivo citada pela Lusa, durante este telefonema, Jean-Claude Juncker manifestou também total disponibilidade de Bruxelas no sentido de auxiliar o Estado português no combate e na reparação dos danos causados pelos incêndios.
A Autoridade Nacional de Protecção Civil realizou há minutos um briefing onde confirmou que há 36 vítimas mortais. Há 63 feridos, 16 dos quais graves. Sete pessoas estão desaparecidas, apontou Patrícia Gaspar. A responsável esclareceu ainda que entre os feridos há um bombeiro em estado grave e 19 operacionais registaram ferimentos ligeiros.
Por esta altura há 47 incêndios activos, 26 dos quais com importância elevada. O incêndio na Lousã, distrito de Coimbra, é um dos que requer mais atenção, concentrando 720 operacionais.
Patrícia Gaspar referiu também que o estado de "alerta vermelho" vai manter-se até amanhã, às 20:00, "apesar da precipitação", restando saber qual vai ser a intensidade da chuva vai cair em território nacional.
Dois aviões anfíbios italianos, os meios de reforço, chegam ainda esta segunda-feira a Portugal, disse Patrícia Gaspar.
A Linha Nacional de Emergência Social (LNES) informa, através do número 144, sobre quais os postos de atendimento/evacuação para onde está a ser encaminhada a população.
A Autoridade Nacional de Proteção Civil tem o número 800 246 246 disponível para informar sobre incêndios florestais.
Informação sobre estradas cortadas e acessos limitados é prestada pela GNR, através do 808 201 855.
O Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses informa, através dos números 239 854 230 e 239 854 276, sobre as vítimas dos incêndios. Estes números estão disponíveis hoje até às 23:00 e a partir de terça-feira entre as 08:00 e as 20:00.
Por fim, a CP dá informação sobre a circulação ferroviária no 707 210 220.
"Nos locais onde as reparações são mais difíceis e morosas foram instalados 23 Geradores", divulgou a EDP, num balanço dos trabalhos que incluíram ainda a ligação à rede de "duas Centrais Móveis que garantem a alimentação à zona industrial de Arganil e à localidade de Loriga".
A empresa não divulgou a localização exacta dos geradores mas a maior parte estará distribuída por localidades de concelhos de Gouveia, Pampilhosa da Serra, Mangualde, Nelas, Penacova, Oliveira do Hospital, Sertã e Mortágua.
António Costa insistiu na importância de gerar consenso político e social para adoptar as medidas propostas pela Comissão Técnica Independente que analisou a tragédia de Pedrógão Grande.
"Refutámos completamente as conclusões apresentadas no que diz respeito à EDP Distribuição. Acompanhámos a elaboração do relatório, fornecemos os dados solicitados e estamos surpreendidos com as conclusões", disse à agência Lusa João Torres, presidente do Conselho de Administração da EDP Distribuição.
De acordo com fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Viana do Castelo, no local continuam 25 operacionais e cinco viaturas.
O primeiro-ministro defende que nesta altura a prioridade deve passar pelo combate aos incêndios. "Combate aos incêndios é nesta fase a prioridade", disse António Costa em mais um argumento favorável à não demissão da ministra da Administração Interna.
António Costa lembrou que em 2017 Portugal está a ser "assolado com a maior vaga de incêndios desde 2006" e explicou que no domingo "deflagraram 533 incêndios e hoje [segunda-feira] mais 199". Sendo que destes 199, "mantêm-se ainda activos 26 incêndios".
O chefe do Governo garantiu ainda que "todos os meios disponíveis foram mobilizados" a revelou que foram também "accionados mecanismos de apoio internacional", designadamente o Mecanismo Europeu de Protecção Civil.
Hugo Soares, líder parlamentar do PSD, reagiu à declaração de António Costa considerando que o primeiro-ministro "perdeu uma oportunidade de pedir desculpa". O deputado social-democrata acusou ainda Costa de ter perdido uma oportunidade, na declaração desta noite, de "assumir a responsabilidade política que é sua".
"O primeiro-ministro é hoje um primeiro-ministro sem desculpas", prosseguiu.
Na opinião de Hugo Soares, os acontecimentos dos dois últimos dias relacionados com incêndios mostraram incapacidade do Estado, o que leva o deputado a considerar que várias pessoas pagaram "o falhanço do Estado com as suas próprias vidas".
Num balanço à agência Lusa pouco antes das 22:00, o oficial de operações da Proteção Civil, o comandante Paulo Santos, afirmou que não houve incêndios dominados nas últimas horas.
"Há inúmeras localidades nas áreas de propagação. Aguardamos que a precipitação venha ajudar a debelar a situação", afirmou o responsável.
Contactada pela agência Lusa, fonte oficial da Infraestruturas de Portugal apontou que a circulação está suspensa no troço entre Mortágua (distrito de Viseu) e Gouveia (distrito da Guarda).
"A circulação mantém-se suspensa naquele troço, e ainda sem previsão de retoma", referiu a fonte.
A IP acrescenta que "apenas será reaberta quando estiverem garantidas as condições de segurança dos utilizadores".
Já tinha sido anunciado o envio de uma equipa de 30 elementos dos bombeiros dos Açores, mas o executivo referiu que o número de elementos será de 55, que pertencem a sete corpos de bombeiros de S. Miguel e da Terceira.
"Impossível ficar indiferente a esta tragédia. Solidário com familiares e amigos das vítimas. Apoio total aos bombeiros que arriscam a vida para ajudar da melhor forma possível", escreveu o futebolista do Real Madrid nas suas redes sociais.
O fogo, que teve início às 14:36 de domingo, está a ser combatido por 111 operacionais apoiados por 33 viaturas, segundo o 'site' da ANPC, consultado pela Lusa cerca das 23:45.
Este incêndio destruiu a grande maioria da Mata Nacional das Dunas de Quiaios, afectando a envolvente das lagoas da Vela e Braças.
Essa situação começou a vigorar às 0:00 de segunda-feira, 16 de Outubro, prolongando-se até às 0:00 de 18 de Outubro.
Estão abrangidos os concelhos dos distritos de Aveiro, Braga, Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Leiria, Lisboa, Porto, Santarém, Viana do Castelo, Vila Real e Viseu.
Com a declaração, é elevado o grau de prontidão e resposta operacional da GNR e da PSP, das equipas de emergência médica e das "entidades com especial dever de cooperação" (operadores de redes fixas e móveis de comunicação e transporte e distribuição de energia).
Fica ainda vedado o acesso, circulação e permanência no interior dos espaços florestais definidos e é ainda aumentada a mobilização dos bombeiros voluntários. Os trabalhadores dos sectores públicos e privados que integrem o dispositivo de incêndios enquanto bombeiros voluntários ficam dispensados do serviço e gozarão dois dias de descanso por cada um de "empenhamento" nas operações de combate aos incêndios.
Todos os cidadãos e demais entidades privadas ficam obrigadas a prestar às autoridades de protecção civil a colaboração pessoal que lhes for requerida e fica legitimado o livre acesso de todos agentes de protecção civil à propriedade privada, bem como a utilização de recursos naturais ou energéticos privados, lê-se no despacho.
Além do estado de calamidade, também foi publicado em diário oficial o decreto que marca três dias de luto nacional (17, 18 e 19 de Outubro) como forma de pesar pelas vítimas dos incêndios deste domingo.
Segundo a mesma fonte, a central, que é detida pela empresa de celulose Altri e pela EDP, foi afectada pelas chamas que deflagraram no domingo naquela região do país, com a ocorrência a ficar circunscrita ao parque de biomassa.
"A operação foi suspensa até que possam ser asseguradas as condições de segurança. A Altri e a EDP estão a controlar a situação, que está circunscrita ao parque de biomassa", disse.
Os danos materiais na central ainda estão em avaliação.
O número de vítimas mortais (ontem de madrugada circunscrito a seis) foi aumentando ao longo da manhã e da tarde – primeiro para 20, depois 27, 29, 31, 32, 35 até chegar às actuais 36 – como consequência daquele que foi considerado o pior dia deste ano em termos de episódios de incêndio.
A líder centrista Assunção Cristas lamentou a perda de vidas e disse ser necessário recuperar confiança no Estado, o PSD denunciou "a falência do Estado em momentos em que as populações dele precisaram", enquanto Ferro Rodrigues, o presidente da Assembleia da República, falava em "terrível combinação de fenómenos extremos".
A situação levou os médicos a adiarem a greve agendada para quarta-feira enquanto a ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, era de novo confrontada com o cenário de uma possível demissão: "O fácil para mim seria a demissão. Acha que o problema estava resolvido?", respondeu aos jornalistas. Mais tarde, o Bloco de Esquerda, através da líder Catarina Martins, diria que "ninguém quer uma demissão de uma ministra no meio de um combate ao fogo".
O CDS pediu uma audiência urgente ao Presidente da República sobre a situação e o PCP também pediu para ser ouvido. Marcelo Rebelo de Sousa haveria de fazer saber numa mensagem no site da Presidência que "espera a rápida estabilização dos fogos e o balanço da tragédia, e falará depois ao País". O Presidente da República cancelou a agenda até quarta-feira, tal como aconteceu com vários membros do Governo, incluindo o primeiro-ministro António Costa.
A meio da tarde ficou a saber-se que estão a ser enviadas aeronaves de combate a incêndios de Itália. Ainda assim, ao início da noite a Protecção Civil referia que a que situação é "bastante complexa" e apontava "escassez de meios".
Ao início da noite, numa declaração ao país, o chefe de Governo repetia o que já tinha dito na madrugada anterior: reiterou a indisponibilidade para demitir a ministra da Administração Interna considerando que "é tempo de decisões, não de demissões". O PSD voltou a tecer duras críticas, considerando a declaração do primeiro-ministro um insulto à inteligência e sofrimento dos portugueses.
Os fogos florestais de domingo obrigaram a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas, além de ter destruído habitações e instalações comerciais e industriais.
A circulação na Linha da Beira Alta continua suspensa sem previsão de abertura, mas entretanto no terreno vai havendo sinais de melhoria: o incêndio de Monção foi dado como "completamente extinto" e o de Quiaios, Figueira da Foz, como dominado.
O Executivo assegurou entretanto o apoio a agricultores atingidos. Já o presidente da câmara da Marinha Grande estima que 80% do Pinhal de Leiria tenha ardido.
O Governo decretou três dias de luto nacional de terça até quinta-feira como forma de pesar e solidariedade pelas vítimas dos incêndios.
O Negócios termina aqui, por agora, a cobertura ao minuto das consequências dos incêndios.
A Protecção Civil já confirmou que pelo menos 29 pessoas morreram nas centenas de incêndios que deflagraram no domingo.
Ao final do dia de ontem tinham sido contabilizados 6 mortos em consequência dos incêndios que assolaram o país este domingo, o pior do ano em termos de incêndios. Esta manhã, o presidente da Câmara de Vouzela, Rui Ladeira, disse à Lusa que tinham morrido quatro pessoas no concelho.
Logo ao início da manhã, o Correio da Manhã dava conta que o número de vítimas mortais era superior a 20.
Em declarações à SIC Notícias, a Protecção Civil admitiu a possibilidade de 20 vítimas mortais naquele que foi considerado o pior dia do ano em matéria de incêndios.
Número provisórios
Segundo disse à Lusa Patrícia Gaspar, da Autoridade Nacional da Proteção Civil (ANPC), os mortos foram registados nos distritos de Coimbra, Aveiro, Castelo Branco e Viseu.
A mesma fonte acrescentou que os números são ainda provisórios, uma vez que todos os dados estão a ser validados pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).
"Os dados que temos apontam para duas dezenas", afirmou Patrícia Gaspar, explicando que estes números podem variar ligeiramente, dependendo da validação do INEM.
Quatro mortos em Vouzela
Quatro pessoas morreram durante a madrugada de hoje no concelho de Vouzela, na sequência de um incêndio florestal que assolou a freguesia de Ventosa, disse à agência Lusa o presidente da Câmara, Rui Ladeira.
De acordo com o autarca, as quatro vítimas mortais são todas da aldeia de Ventosa, tendo três delas sido encontradas dentro de suas casas e uma delas na via pública.
"Para já, são quatro mortos, mas ainda estamos a fazer a avaliação. Também continuamos com frentes de fogo activas", acrescentou.
Rui Ladeira revelou que Vouzela continua com uma frente de fogo fortíssima sobre a vila, tendo já ardido "cerca de 80% do concelho". "As escolas do concelho vão estar abertas durante o dia de hoje", acrescentou.
Balanço de domingo apontava para seis mortos
Ao final do dia de ontem o balanço oficial apontava para seis mortos, a que somam os quatro de hoje em Vouzela.
Duas pessoas morreram em Penacova, no distrito de Coimbra, uma no incêndio que lavra no concelho da Sertã e uma outra em Oliveira do Hospital.
Uma fonte autárquica disse à Lusa que as duas mortes em Penacova ocorreram devido ao fogo, que teve origem na manhã de hoje no concelho da Lousã, na povoação de Vale Maior, em território da União de Freguesias de Friúmes e Paradela da Cortiça.
Na Sertã, de acordo com fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro de Castelo Branco, o morto é um civil cujo corpo foi encontrado na localidade de Vale do Laço.
Em Oliveira do Hospital foram confirmadas duas mortes pela adjunta de operações da Autoridade Nacional de Operações de Socorro, Patrícia Gaspar. Há ainda a lamentar um morto no concelho de Nelas, distrito de Viseu, sendo uma de duas pessoas que estavam dadas como desaparecidas.
Quatro pessoas ficaram também em estado grave num acidente ocorrido na autoestrada A25, em Aveiro, quando fugiam de um fogo, adiantou esta responsável. Os incêndios que estão activos hoje no país feriram já 25 pessoas.
O primeiro-ministro dirigiu-se esta noite à sede da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) para uma reunião onde esteve presente a ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa.
Reunido de emergência na @ProteccaoCivil a acompanhar a difícil situação do combate aos #incêndios em todo o País. pic.twitter.com/b96A7bbX2R
— António Costa (@antoniocostapm) 16 de outubro de 2017
O primeiro-ministro anunciou esta segunda-feira a assinatura da declaração de calamidade pública nos distritos a norte do rio Tejo na sequência dos 523 incêndios registados este domingo e que já causaram pelo menos seis mortes e mais de duas dezenas de feridos.
A decisão, explicou António Costa esta madrugada em declarações aos jornalistas no final de uma reunião de emergência de quase hora e meia na sede da Autoridade Nacional de Protecção Civil, pretende criar condições de mobilização de meios numa altura em que se antecipa que esta segunda-feira seja um dia igualmente "difícil" para o combate aos incêndios, como foi este domingo.
Com a declaração de calamidade pública, os bombeiros voluntários terão assegurada a justificação das faltas nos locais trabalho e o direito a dois dias de descanso por cada dia de trabalho no combate aos incêndios, explicou.
O chefe do Governo atribuiu o elevado número de ignições deste dia à acumulação de material combustível ao longo de quase uma década com baixo nível de incêndios, ao segundo ano consecutivo de seca severa e às elevadas temperaturas e vento forte, além da identificação de um número maior de suspeitos de crime de incêndio.
António Costa lamentou que os dez anos desde a reforma da Protecção Civil não tivessem sido aproveitados para fazer a reforma da floresta - a que está em curso deverá durar uma década, antecipou - e disse que incêndios com as características dos deste ano tenderão a voltar a acontecer nos próximos.
"Seguramente se vai repetir. Se os senhores julgam que há alguma solução mágica para que se faça reforma da floresta, estão completamente enganados, e não vale a pena tentar convencer os portugueses que se vai resolver rapidamente um problema que se formou ao longo de décadas," afirmou.
Ao longo de quase 20 minutos de respostas aos jornalistas - durante os quais se mostrou visivelmente irritado com algumas perguntas sobre a implementação da reforma da floresta -, António Costa reafirmou a confiança na ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa e considerou "infantil" a ideia de que as consequências políticas se tiram com a demissão de ministros.
"O que os portugueses querem é uma atitude madura. Os portugueses são adultos, sabem bem que os governos não têm varinhas mágicas," disse.
No final, António Costa comentou ainda as palavras do secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, que este domingo defendeu que as comunidades têm de ser "proactivas e não ficarmos todos à espera que apareçam os nossos bombeiros ou que apareçam os aviões para nos resolver o problema".
"O que o secretário de Estado apelou a todos é que todos devemos procurar evitar qualquer comportamento que coloque risco, adoptar medidas de autoprotecção e procurar ajudar os outros se for preciso," concluiu.