Apesar de avançarem projeções melhoradas, as principais instituições económicas internacionais continuam a prever um avanço do PIB nacional neste ano abaixo daquela que o Governo colocou no Orçamento e também abaixo da que o Banco de Portugal (BdP)antecipa desde março, mais otimista quanto ao que poderão ser os resultados do primeiro trimestre.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) acompanhou o movimento de revisão em alta da Comissão Europeia de há dois meses para a economia portuguesa, elevando ligeiramente, tal como Bruxelas, a previsão de crescimento dos 0,7% para 1%.
Mas, esta leve nota de maior otimismo para Portugal - num quadro mundial mais deprimido do que o FMI antecipava em janeiro - continua a contrastar com as projeções nacionais.
O ministro das Finanças, Fernando Medina, inscreveu na proposta de Orçamento para 2023 uma subida de PIB em 1,3%, muito dependente da realização de investimento, que poderá estar a fraquejar com a baixa execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e indicadores avançados do setor da construção, como as vendas de cimento, a apontarem para desaceleração neste setor de atividade. As projeções do Governo deverão ser atualizadas na próxima segunda-feira, com a entrega do Programa de Estabilidade.
Já o Banco de Portugal, liderado por Mário Centeno, apontou no mês passado para um crescimento de 1,8%, com base nos indicadores disponíveis até ao início de março. O relativo otimismo da instituição ficou a dever-se à quebra dos preços da energia e de outras matérias-primas nos mercados internacionais, bem como à expectativa de uma subida da procura turística no primeiro trimestre maior que a inicialmente esperada. Outros economistas têm acompanhado revisões em alta, com as projeções da Universidade Católica apontarem agora para 1,4%, sendo que o ISEG poderá possivelmente rever também a previsão (1,6%).
Já o Conselho das Finanças Públicas, que dará parecer a novo cenário macroeconómico do Governo na próxima semana, espera 1,2% de crescimento em 2023, tal como o Governo mais apoiado nas expectativas quanto ao investimento e ao consumo públicos.