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Exportações têm a maior queda em mais de dois anos

As exportações portuguesas recuaram 4,6% em Julho, em comparação com o mesmo mês de 2015. É a maior contracção mensal em mais de dois anos. O saldo comercial não foi prejudicado, porque as importações caíram ainda mais: -7,2%. A maior quebra em ano e meio.

Pedro Elias/Negócios
09 de Setembro de 2016 às 11:12
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Desde Abril de 2014 que as exportações portuguesas de mercadorias não caíam tanto como em Julho deste ano, mostram os dados publicados hoje, 9 de Setembro, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Prossegue, assim, a tendência de travagem das vendas de bens ao exterior, que tem atravessado quase todo 2016. Nos primeiros sete meses do ano, apenas num deles (Fevereiro) não registou uma contracção homóloga.

"Em Julho de 2016, em termos das variações homólogas mensais, as exportações decresceram 4,6% (-1,5% em Junho de 2016), em resultado da redução de 18,5% registada no Comércio Extra-UE (-14,8% em Junho de 2016), dado que as exportações Intra-UE aumentaram 0,8% (+3,6% em Junho de 2016)", pode ler-se na nota do INE.

 

As notícias são más para as empresas portuguesas. No entanto, o equilíbrio de Portugal face ao exterior não se degradou com estes dados. É que, se é verdade que as exportações caíram muito, as importações também afundaram 7,2%. Uma queda desta dimensão já não ocorria desde Janeiro de 2015 e é justificada essencialmente com as compras fora do espaço comunitário.

 

"O défice da balança comercial de bens atingiu 557 milhões de euros em Julho de 2016, reduzindo-se em 174 milhões de euros face ao mesmo mês de 2015", nota o INE.

 

Por trás das quebras nas exportações e nas importações estão duas categorias de bens: combustíveis e fornecimentos industriais. Os primeiros – muito influenciados pelo baixo preço do petróleo – caíram 23,7% (exportações) e 34% (importações). Os segundos recuaram  8,4% e 9,2%.

 

No que diz respeito a países de destino das exportações, o destaque continua a ir para Angola, com uma contracção mensal de 39,9%, seguida por Estados Unidos (-22,6%) e China (-29,6%). O maior contributo para a queda das importações veio de Espanha (-5,7%), o nosso principal parceiro comercial. As compras feitas a Angola diminuíram 54,7%.

Uma relativa novidade é que, mesmo sejam excluídos da análise os combustíveis (que introduzem mais volatilidade relacionada com o preço do petróleo), as exportações continuam a cair, recuando 3,1%. Estas contracções são mais raras e esta é a maior pelo menos desde Julho de 2014. Nas importações verifica-se o mesmo: sem combustíveis, elas também caem 3,1%, que é apenas o terceiro recuo em dois anos.  

 

Ou seja, também nesta óptica, o défice comercial melhorou. "O défice da balança comercial, excluindo os combustíveis e lubrificantes, situou-se em 353 milhões de euros, menos 13 milhões de euros que no mês homólogo de 2015", explica o INE.


(Notícia actualizada às 11h45)
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