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Défice externo sobe com lucros pagos ao exterior e menos fundos da UE

O défice externo atingiu 933 milhões de euros no primeiro semestre penalizado por mais lucros pagos ao exterior e menos fundos vindos de Bruxelas. O excedente comercial aumentou, com importações a caírem mais que as exportações.

Pedro Elias
18 de Agosto de 2016 às 12:23
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O défice externo no primeiro semestre do ano aumentou para 933 milhões de euros, o que compara com os 49 milhões de euros do mesmo período de 2015. Más notícias para Portugal, mas que não se ficaram a dever às dinâmicas do comércio internacional, mas sim a mais lucros pagos aos exterior e a menos fundos comunitários recebidos cá, revelou o Banco de Portugal na quinta-feira, 18 de Agosto.

"No primeiro semestre de 2016, o saldo conjunto das balanças corrente e de capital situou-se em -933 milhões de euros, que compara com um saldo de -49 milhões de euros observados no mesmo período de 2015", lê-se numa nota do banco central que explica que "todas as componentes da balança corrente e de capital contribuíram para a deterioração do saldo [externo], com excepção da balança de bens e serviços".

De facto, entre compras e vendas ao exterior Portugal registou "um excedente de 1.037 milhões de euros superior aos 794 milhões de euros registados no período homólogo", o que resultou da queda simultânea das importações das exportações, mas mais expressiva nas primeiras: "Esta evolução deveu-se à redução das importações em 2,0% (variações de -2,6% nos bens e de 0,3% nos serviços), superior ao decréscimo de 1,3% das exportações (variações de -2,0% nos bens e de 0,1% nos serviços)", detalha o BdP, que destaca o contributo particularmente positivo do Turismo que registou um excedente externo de 3.145 milhões de euros, um aumento de 11,5% face a 2015.

O agravamento do défice externo ficou assim por conta da balança de rendimentos primários, de onde se destacam os lucros e juros pagos ao exterior, e da balança de capital, na qual se registam as transferências financeiras com a União Europeia.

"O défice da balança de rendimento primário totalizou 2.906 milhões de euros aumentando quase 500 milhões de euros em relação ao ano passado. Esta evolução é resultado do aumento dos lucros atribuídos a não residentes em consequência do aumento da rendibilidade do investimento directo", avança o banco central, que explica ainda que "a diminuição do excedente da balança de capital deveu-se, no essencial, à redução dos fundos financeiros provenientes da União Europeia".

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