“O PS que, no seu memorando concordou com uns objectivos orçamentais ainda mais agressivos do que aqueles que se vieram a verificar, tinha a obrigação de também estar no mesmo barco, no barco de salvação das contas públicas, que é um barco necessário para a salvação do país”, afirmou Eduardo Catroga aos jornalistas, à margem da conferência anual da ASFAC (Associação de Instituições de Crédito Especializado).

Para conseguir uma recuperação sustentada da economia portuguesa e voltar a ganhar a confiança dos mercados, Eduardo Catroga defende que o “principal papel do partido da oposição será juntar-se ao barco”. Ou seja, “negociar aquilo que for possível negociar com a UE, com o BCE, dar sinais aos mercados de que existe uma vontade firme e determinada de criar condições para a retoma da economia e que a retoma da economia começa pela retoma de condições de financiamento a preço adequado”, resumiu o antigo ministro das Finanças.

“Essa para mim é a grande lição da Irlanda, que o governo e os partidos políticos não tiveram dúvidas sobre aquilo que havia a fazer, fizeram-no rapidamente e em força e agora estão a colher os frutos, estão a regressar normalmente aos mercados e estão a crescer de forma sustentada”, concluiu.