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Cavaco pede “bom senso” à troika e que “não comprometa a recuperação da economia”
Presidente da República lembra que as negociações com os credores internacionais “são sempre difíceis”, sobretudo numa altura em que “Portugal tem uma posição que não é muito forte”.
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“As negociações com a troika iniciam-se hoje. Espero que essa avaliação não comprometa a recuperação da economia, que começou a verificar-se no segundo trimestre deste ano” e numa altura em que “todos os indicadores apontam para uma evolução positiva no terceiro trimestre”, afirmou Cavaco Silva aos jornalistas, após uma visita a empresas dirigidas por jovens empreendedores, em Guimarães.
Lembrando que as “negociações são sempre difíceis e nem sempre se consegue o que desejamos”, o Presidente da República salientou que “Portugal tem uma posição que não é muito forte, por não poder prescindir dos financiamentos internacionais”.
No âmbito da oitava e nona avaliações ao programa de ajustamento de Portugal, o Governo está desde Junho a tentar negociar uma meta de 4,5% do PIB para o próximo ano, em vez de 4% do PIB.
Cavaco Silva afirmou que é preciso “negociar”, pedindo a atenção dos responsáveis da troika que “revelem bom senso”. Alertou para a “situação económica e social do país, aquilo que já foi conseguido, os sacrifícios pedidos aos portugueses e a forma responsável” como os portugueses têm respondido às medidas de austeridade implementadas.
Jovens empreendedores são a "seiva da economia"
As declarações de Cavaco Silva foram proferidas num dia que o Presidente da República dedicou à visita a empresas dirigidas por jovens empreendedores. Em Guimarães Cavaco Silva visitou a empresa Farfetch e "a mostra de empresas, spin-offs e start-ups encubadas na Universidade do Minho, presentes no Spinpark".
Depois de um almoço com jovens empreendedores, da parte da tarde, o Presidente da República partirá para Vila Nova de Famalicão, onde visitará a empresa Vieira de Castro e a Primor.
Ao final da tarde, na sede da ANJE no Porto, Cavaco Silva participará na sessão de encerramento da iniciativa "Os Jovens e o Futuro da Economia - Economia Real: Empreendedores que não se resignam".
O Presidente da República voltou a elogiar os jovens empreendedores portugueses, considerando que estes “desempenham um papel decisivo na recuperação” da economia portuguesa.
Esta nova geração “tem bons conhecimentos técnicos e tecnológicos, aposta na inovação e qualidade” e trabalha no “mercado global e em rede”. Os jovens empreendedores “são a seiva da nossa economia” e a “força da mudança”, os “empresários da economia do pós-troika”.
“Acredito profundamente no papel decisivo dos jovens empreendedores na recuperação da nossa economia”, acrescentou.