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Virgolino Faneca revela a estratégia afrodisíaca de Costa para manter a geringonça acesa

António Costa chumbou a taxa sobre as renováveis para apimentar as relações com o Bloco. E no fim acabou a jantar com a Mariana Mortágua, o Jorge Jesus e a Ana Malhoa. Saiba porquê.

Miguel Baltazar
30 de Novembro de 2017 às 17:00
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Prezado Justino

Pois que te escrevo para informar que deslindei a problemática de o PS ter votado, primeiro favoravelmente e depois desfavoravelmente, a taxa sobre as energias renováveis que tanta celeuma provocou. Houve quem falasse de um choque eléctrico entre PS e Bloco, de um curto-circuito ou de uma alta tensão entre os dois partidos, circunstância reveladora de que a malta dos jornais e afins domina a linguagem electrotécnica.

Pois que deslindei a bernarda com a ajuda da Ana Malhoa e do Jorge Jesus. E perguntas tu, de que forma é que uma cantora turbinada e um treinador de futebol que também dá pontapés na gramática podem contribuir para o cabal esclarecimento dos factos.

Pois que tem tudo que ver com uma questão de consumo excessivo do sal, uma campanha a que ambos se associaram. Assim, quando Jorge Jesus diz: "Isto está carregado de sal" e Ana Malhoa sussurra: "Agora é menos sal, é mais pimenta", na verdade, o que fizeram foi revelar por antecipação a verdadeira natureza desta tragicomédia. Que é esta.

Na realidade, esta taxa da energia foi usada por António Costa como o sal, com o propósito de apimentar a sua relação com o Bloco (repara na beleza deste trocadilho com especiarias). Aliás, a reacção de ódio velado da Mariana Mortágua demonstra que ele foi bem-sucedido, porque, como sabes, os opostos tocam-se. Dito de outra forma, o ódio e o amor são como a canela, têm propriedades afrodisíacas ou podem assumir as características da noz-moscada, acendendo a fogueira da paixão (pronto, prometo não ver mais o 24Kitchen).

Basicamente, foi isto. Houve uns tipos do PS e do Governo que se deixaram arrastar pela monotonia conjugal que se vivia no seio da geringonça e o senhor primeiro-ministro, sempre atento e perspicaz, percebeu os riscos de tal comportamento. Vai daí, usou a taxa sobre as renováveis para renovar (mais um trocadilho supimpa, não achas? Eu também não) os votos sagrados do casamento.

Aliás, segundo fontes geralmente bem informadas (a Cândida do 2.º esquerdo que é irmã de uma senhora que trabalha a dias em São Bento), logo a seguir à votação houve um jantar a quatro no palácio, onde estiveram António Costa, Mariana Mortágua, Jorge Jesus e Ana Malhoa. Ao que consta, a conversa foi muito animada. A Malhoa revelou à Mortágua o local do corpo onde vai fazer uma nova tatuagem (uma zona picante) e a Mortágua explicou a Malhoa que garçon tem uma tradução em português, empregado. Já Costa e Jesus mantiveram um diálogo animado sobre futebol, com o treinador a explicar ao primeiro-ministro porque é que tinha mudado a táctica do Benfica para 4-3-3, até este o alertar de que ele agora treina o Sporting. Pronto, agora tenho a certeza de que o sal faz mal, clamou Jesus.

De modo que foi isto, Justino. Para o ano, o nosso primeiro vai fazer um número semelhante, mas com o PCP, para ninguém ficar chateado nesta relação a três. Há noz-moscada, pimenta e canela que chega para todos, desabafou Costa.

Sem mais, um amplexo deste teu,


Virgolino Faneca



Quem é Virgolino Faneca

Virgolino Faneca é filho de peixeiro (Faneca é alcunha e não apelido) e de uma mulher apaixonada pelos segredos da semiótica textual. Tem 48 anos e é licenciado em Filologia pela Universidade de Paris, pequena localidade no Texas, onde Wim Wenders filmou. É um "vasco pulidiano" assumido e baseia as suas análises no azedo sofisma: se é bom, não existe ou nunca deveria ter existido. Dele disse, embora sem o ler, Pacheco Pereira: "É dotado de um pensamento estruturante e uma só opinião sua vale mais do que a obra completa de Nuno Rogeiro". É presença constante nos "Prós e Contras" da RTP1. Fica na última fila para lhe ser mais fácil ir à rua fumar e meditar. Sobre o quê? Boa pergunta, a que nem o próprio sabe responder. Só sabe que os seus escritos vão mudar a política em Portugal. Provavelmente para o rés-do-chão esquerdo, onde vive a menina Clotilde, a sua grande paixão. O seu propósito é informar epistolarmente familiares, amigos, emigrantes, imigrantes, desconhecidos e extraterrestres, do que se passa em Portugal e no mundo. Coisa pouca, portanto.




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