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Nova geração de baterias para transportes desenvolvida até 2026

Consórcio de 11 entidades europeias pretende reduzir as emissões de CO2 geradas pelos setores automóvel, aeronáutico, marítimo e ferroviário. Eficiência em toda a cadeia de valor deverá reduzir em 72% a sobrecarga da rede de energia.

11 de Maio de 2023 às 08:37
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Um consórcio de 11 entidades de oito países europeus uniu-se num projeto que visa criar uma nova geração de baterias seguras, recicláveis, leves e de alto desempenho, para o maior número possível de aplicações em transportes, até 2026.

O projeto Tempest, financiado com mais de 3,6 milhões de euros pelo programa de investigação e inovação Horizonte Europa, inclui instituições públicas, centros de investigação, consultoras de inovação e universidades europeias.

Para desenvolver e amadurecer uma nova geração de produtos, o projeto vai reforçar a inovação em sistemas avançados de baterias sem módulos, otimizados através de algoritmos de inteligência artificial e baseados em novos métodos químicos.

A iniciativa deverá reduzir os custos e o tempo de fabrico das baterias e da sua estrutura em 30%, reduzindo o seu peso em 15% e aumentando o seu desempenho em mais 15%. Este reforço da eficiência em toda a cadeia de valor contribuirá para gerar uma redução de 72% na sobrecarga da rede de energia, anuncia o projeto.

"A Europa precisa de uma nova geração de baterias que nos permita avançar na autonomia estratégica no seu fabrico, mas também melhorar a sustentabilidade das indústrias que fazem parte do nosso dia a dia, como o transporte automóvel, marítimo, aéreo e ferroviário. Graças ao Tempest haverá um avanço sem precedentes na inovação de toda a sua cadeia de valor", sublinha Jesús Serrano, diretor geral adjunto da Sustainable Innovations, entidade espanhola que participa no projeto.

Espera-se que o Tempest tenha um impacto a nível económico, social e ambiental na Europa e que contribua para a ambição da União Europeia de autossuficiência no ciclo de fabrico de baterias. Segundo o projeto, deverá representar "um ponto de viragem" para estes setores e poderá gerar um impulso significativo em termos de emprego.

Estima-se que o mercado europeu de baterias empregará mais de 300.000 pessoas e valerá até 250 mil milhões de euros em 2030. Este projeto deverá contribuir indiretamente para gerar 200 milhões de euros de receitas e criar mais de 10.000 postos de trabalho adicionais no fabrico de baterias.

No entanto, o maior impacto do Tempest será no domínio ambiental, com um aumento esperado da reciclabilidade das baterias de até 70%. Neste sentido, a otimização do peso das baterias, dos seus diferentes componentes e processos nos diferentes setores permitirá uma redução dos gases com efeito de estufa até 62% no setor marítimo em relação ao seu nível atual; e mais de 78,7 toneladas de CO2 no setor aeronáutico.

"Há muito espaço para melhorar a composição, o desempenho e a circularidade das baterias atuais. O Tempest tem a ver com materiais, mas também com a normalização de melhores formas de produção e de gestão a jusante. O impacto ambiental, económico e social em sectores-chave será superlativo", sublinha Nerea Arandia, diretora da Unidade de Eletrónica e Comunicações da Tekniker, outra das entidades que integram o projeto.

Até 2026, o consórcio vai trabalhar sob a supervisão da Agência Europeia de Execução para o Clima, as Infraestruturas e o Ambiente (CINEA).

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